Compreender gênero é buscar entender que mecanismos, estratégias, meios de circulação de discursos o produzem. O cinema é um destes mecanismos, é uma tecnologia de gênero. Pensar a produção cinematográfica brasileira permite compreender as reverberações que ela exerce sobre as produções de gênero no nosso país, especialmente relacionadas a população LGBTQIA+. Desde os anos 1930 até os anos 2000, LGBTQIA+ foram apresentadas como hipersexualizadas, risíveis ou abjetas. Já a partir dos anos de 2010, uma nova configuração de filmes LGBTQIA+ são produzidos: personagens principais, evidenciando suas vidas cotidianas, contextos socioeconômicos e conflitos sociais. A partir dos anos 2010, entramos em um novo direcionamento das molduras do olhar sobre o gênero e cinema no Brasil, com crescimento de documentários sobre o tema. Estas compreensões nos trazem novas reflexões sobre as produções cinematográficas contemporâneas e seus efeitos na materialidade dos corpos desviantes.PALAVRAS-CHAVE: Cinema. Gênero. Performatividade.