A Teoria Espiral do Desenvolvimento Musical foi formulada, de acordo com seus auto-res Swanwick e Tillman, a partir de conceitos tomados da Epistemologia Genética. Este artigo busca observar as relações existentes entre os fundamentos dessas duas teorias de desenvolvimento a fim de identificar se existe de fato essa relação entre a Teoria Espiral e a teoria de Piaget. Neste artigo é realizada uma breve revisão de literatura, acompanhada da análise comparativa de conceitos como egocentrismo, assimilação, acomodação, imitação e intuição, encontrados na Epistemologia Genética e na Teoria Espiral do Desenvolvimento Musical. Através desse trabalho de confrontação de con-cepções foi possível observar, por exemplo, que Swanwick e Tillman – ao contrário de Piaget – concebem a assimilação e a acomodação como processos separados, que se manifestam em diferentes momentos do desenvolvimento musical. Para aqueles auto-res, a imitação também só se manifesta em um momento intermediário do desenvol-vimento das competências musicais e o comportamento musical é guiado pela intuição no começo de todos os grandes momentos do desenvolvimento. Embora Swanwick e Tillman apresentem uma visão diferente da proposta por Piaget em questões relativas à imitação e à intuição, cabe frisar que aqueles autores defendem questões também defendidas pela teoria piagetiana. Um exemplo dessa semelhança seria o reconheci-mento por parte dessas duas teorias (Teoria Espiral e Epistemologia Genética) da im-portância da ação (da experimentação) no início do desenvolvimento. De forma geral, no entanto, é possível afirmar que Swanwick e Tillman realizaram uma interpretação livre de alguns dos fundamentos da teoria de Piaget, e que aqueles autores chegaram a empregar conceitos supostamente piagetianos em seus trabalhos de uma forma dife-rente da forma como esses conceitos são empregados dentro de trabalhos de Piaget. Essas constatações podem nos levar a negar a ideia já difundida de que a Teoria Espiral do Desenvolvimento Musical seja uma teoria de base piagetiana.
To sing while taking melodic dictation is a strategy employed by some Ear Training students as an aid, but there is a disagreement among the literature about its efficiency. Thus, it is important to disambiguate this question examining the contributions related to vocalization. The purpose of this research is to investigate the influence singing during melodic dictation can have over this activity, and to observe if this strategy contributes in a differentiated way for subjects in different development stages. An experimental study was conducted collectively with 68 undergraduates, which were divided in groups, one that was instructed to sing during dictation taking, and another that was instructed to stay in silence. Data collected were furthermore divided in sub-groups according to participants’ study time. The results show that singing hinders the dictation performance, especially in students with less musical experience, because it deconcentrates and disturbs the individuals in the same room. Although, we suggest instructors to not discourage vocalization, and to recommend students to do it outside the classroom until they develop inner singing. Our study, however, counted on a reduced number of subjects. Future research with an increased number of participants could give rise to different conclusions.
Transmitir? Libertar? Provocar? Esse trabalho vislumbra relacionar três correntes epistemológicas (ligadas aos questionamentos da frase anterior) com suas derivações dentro da educação e, mais especificamente, com o ensino do Teatro. Cada pressuposto epistemológico será acompanhado dos seus respectivos desdobramentos pedagógicos, formando “pares” entre teorias que, em síntese, serão empirismo/pedagogia diretiva, inatismo/pedagogia não-diretiva, e construtivismo/pedagogia construtivista. O texto nos ajuda a compreender as possibilidades de relação dessas teorias com o ensino de Teatro, bem como suas adequações ou inadequações. O trabalho ainda tece críticas aos paradigmas empirista e inatista, bem como às pedagogias a eles relacionadas, defendendo a adoção de uma perspectiva construtivista como embasamento para a prática do professor de Teatro. A pesquisa se trata de uma revisão de literatura e conta com a fundamentação oferecida por autores da Epistemologia, da Educação e da Pedagogia Teatral.
A autora desta pesquisa teve como objetivos identificar quais são as etapas de desenvolvimento da compreensão da simultaneidade e da igualdade de durações em música, e identificar graças a quais estruturas cognitivas acontece esse desenvolvimento. O referencial teórico adotado para este estudo foi a obra de Piaget, e o que se realizou neste trabalho foi uma transposição dos conceitos desse autor para o campo da Cognição Musical. Nesta pesquisa foi realizado um estudo que se utilizou do método clínico piagetiano e envolveu um experimento que combinava a execução musical com a realização de entrevista semiestruturada. Os participantes desta pesquisa foram 16 crianças de 5 a 9 anos de idade. A análise dos dados coletados permitiu a observação de que o desenvolvimento da simultaneidade e da igualdade de durações em música ocorre do mesmo modo como apontado pela teoria piagetiana: em três etapas, durante as quais a criança parte do não reconhecimento de ambas, passa ao reconhecimento parcial ou gradual, até atingir, por fim, a compreensão completa desses dois aspectos temporais. Esse desenvolvimento ocorre graças à evolução do pensamento infantil e não propriamente graças a transformações na percepção.
O ditado melódico é um exercício frequente na disciplina de Percepção Musical. Ele vem sendo discutido, criticado, ressignificado e recontextualizado pela literatura há algumas décadas, mas sabe-se que práticas ligadas a ele ainda podem estar vinculadas ao tradicionalismo. Este estudo buscou investigar quais têm sido as estratégias para realização de ditados melódicos mais empregadas no Brasil, e observar a quais resultados elas têm levado seus usuários. Por meio de uma survey realizada com 236 estudantes, profissionais e amadores em música, das cinco regiões do Brasil, observou-se a prevalência de práticas criticadas, mas também que os participantes com melhor desempenho utilizam estratégias defendidas pelos teóricos.
This study approaches melodic dictation in relation to aural analysis, by investigating the effect on an aural analysis, accomplished before dictation taking, on its results. 98 music undergraduates participated in the study by performing a melodic dictation task. The participants were divided into a control group and an experimental group. Subjects in the experimental situation were asked to answer a few questions about the melody regarding structure, motifs and harmonic tension prior to notating it. The participants in the control group performed significantly better. Moreover, no association between the precision of analysis and performance in the dictation task was found. It is possible that the difference in performance is due to an attention overload, provoked by the dual task accomplished by the experimental group, which may happen when aural analysis is not a well-practiced strategy. The analytical task could have impacted either the memory encoding phase or it could have interfered with the recent memory. Further research is needed, therefore, in order to explore the impact of trained versus untrained analytical tasks during melodic dictation.
Sight-singing and musical dictation are considered as complementary activities by different Ear Training pedagogues but, surprisingly, studies conducted with participants working individually were not able to find benefits of singing associated with dictation taking. This pilot study aims at observing the effect of a sight-singing, performed collectively before melodic dictation, on dictation results. We carried out an experimental study involving 54 students from three universities, who were tested in situations emulating Ear Training classes. The experimental group performed a collective sight-singing before the dictation, and the control group remained silent during the activity. Statistical analyses demonstrated that the experimental group had a significantly better performance on dictation than the control group, showing new data in relation to previous researches, that did not observe contributions of sight-singing related to dictation taking. We believe that collective sight-singing promotes cooperation between students, leading to better performance on reading than individual activities, thus improving dictation results. Although our pilot study counted on a small number of participants, remaining the necessity of future research expanding this one, it points to the potential benefits that collective activities could bring to the often-individualized instruction in Ear Training classes.
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