Este estudo objetivou analisar a interação mãe-bebê com deficiência visual, por meio dos estilos de fala materna, dos comportamentos não verbais maternos e infantis e dos episódios interativos. Participaram da pesquisa três díades, sendo os bebês deficientes visuais, na faixa etária dos seis aos trezes meses de vida. Foi utilizada uma câmera de vídeo para apreender as interações entre as díades, em uma situação de brinquedo livre. Para cada díade foram realizadas três filmagens, cada uma com duração de vinte minutos. Os resultados sugerem que as interações entre as mães e os bebês deficientes visuais acontecem, principalmente, através da coordenação da fala com a ação gestual, na qual o toque e os movimentos corporais são utilizados com a função de facilitar a comunicação. Estudos que investigam a interação mãe-bebê com desenvolvimento atípico são relevantes, pois respondem a questões teóricas sobre o desenvolvimento e possibilitam estruturar intervenções.
RESUMO Este estudo analisou a interação de uma díade mãe-criança com deficiência visual, verificando-se as estratégias de comunicação utilizadas pela mãe, em duas situações contextuais, isto é, brincadeira livre e brincadeira estruturada, durante três etapas. Adotou-se a perspectiva sociointeracionista que afirma a relevância das interações sociais para o desenvolvimento sociocomunicativo infantil. Participou do estudo uma criança do sexo masculino, quatro anos de idade e com o diagnóstico da deficiência visual severa, e sua mãe. As observações foram filmadas, transcritas e analisadas por meio da descrição de episódios interativos. Verificou-se que as estratégias maternas utilizadas foram semelhantes ao longo das etapas, pelo uso do contato tátil e do direcionamento atencional. Os comportamentos infantis, em sua maioria, dificultaram o engajamento entre a díade. Destaca-se a importância dos programas de intervenção na promoção do desenvolvimento sociocomunicativo, através da indicação de estratégias maternas que poderão facilitar a participação infantil no processo interativo.
este estudo teve por objetivo apreender as concepções maternas sobre o desenvolvimento de crianças deficientes visuais (cegueira e baixa visão severa), na faixa etária dos dois aos sete anos de idade. Participaram dez mães, com idades entre 22 e 39 anos e com nível educacional igual ou superior ao ensino fundamental completo. Foram realizadas entrevistas estruturadas com uso de um gravador digital e de um roteiro de perguntas com questões sobre o desenvolvimento da criança bem como sobre a percepção materna a respeito do momento do diagnóstico e suas implicações. As entrevistas foram transcritas integralmente e analisadas à luz da análise de conteúdo categorial temática, com categorias que foram definidas a partir do objetivo do estudo e dos discursos maternos. Quatro categorias foram elaboradas: detecção da deficiência visual; reações frente à descoberta da deficiência visual; avaliação das características da criança, a partir das subcategorias: motor, linguística e das relações sociais e a percepção do desenvolvimento atual da criança deficiente visual. As verbalizações maternas evidenciaram que o atendimento especializado desde cedo é importante para lidar com as possíveis expectativas em relação ao desenvolvimento infantil. Considera-se, portanto, que o acesso às concepções maternas é relevante, haja vista que estas concepções podem revelar o modo como as mães interagem com os filhos. Sugere-se que novos estudos sejam realizados e que contemplem tanto as concepções maternas sobre o desenvolvimento infantil, mas que também analisem a interação mãe-criança com deficiência visual, para subsidiar a elaboração de programas de intervenção.
Este estudo teve por objetivo analisar a interação de uma díade mãe-criança com defi ciência visual, a partir de dois contextos interativos: uma situação de brincadeira livre e uma situação de brincadeira estruturada, buscando apreender estratégias maternas que facilitam a participação da criança no processo interacional e identifi car cenas de atenção conjunta. Foram realizadas observações com uso de fi lmagem, na residência da díade. Realizou-se uma análise qualitativa dos episódios interacionais. Na situação de brincadeira livre a estratégia materna em dar espaço à criança para iniciar a interação favoreceu a participação infantil. Na situação de brincadeira estruturada observou-se que o comportamento materno de aproximar objetos da criança ou de aproximar a mão da criança dos objetos, além de fazer uso de indicações gerais de como a criança deve utilizar os recursos que dispõe, possibilitou que a criança identifi casse os objetos e suas localizações. Evidenciou-se, de um modo geral, que na díade mãecriança com defi ciência visual a atenção conjunta vai acontecer por meio do toque e que estratégias de questionar à criança sobre as propriedades dos objetos e de aproximar os mesmos do campo tátil da criança facilitam o reconhecimento e a posterior identifi cação. Considera-se que estes dados podem fornecer pistas para que intervenções sejam realizadas com o intuito de promover o desenvolvimento da criança com defi ciência visual, a partir da interação com a mãe, mas também por meio do uso dos recursos perceptíveis que dispõe, como o tato e a audição. Palavras-chave: Contextos interativos, defi ciência visual, cenas de atenção conjunta.
Este artigo é resultado de uma pesquisa mais ampla, cujo objetivo principal foi o de analisar a construção da identidade em discursos de taxistas que fazem em seus veículos o transporte alternativo entre os municípios de João Pessoa e Campina Grande - PB. Optou-se por uma pesquisa qualitativa, por meio da qual foram obtidos treze relatos orais de vida - sete em Campina Grande e seis em João Pessoa -, os quais foram submetidos à análise de discurso. Nos relatos, predominam descrições em que os taxistas se posicionam como membros desencantados de uma profissão decadente, que mal lhes garante a sobrevivência. A situação atual, difícil e instável, é contrastada insistentemente com um passado financeiramente mais estável. Em seus discursos, os entrevistados retratam si mesmos e o grupo ao qual pertencem como trabalhadores que lutam pela sobrevivência, legitimando, assim, a necessidade de optar pelo transporte alternativo.
Considerando a importância da interação social para o desenvolvimento sociocomunicativo infantil, este estudo busca, com base numa revisão teórica, discorrer acerca das similaridades dos contextos interativos de crianças diagnosticadas com transtorno do espectro autista (TEA) e de crianças com deficiência visual, focalizando os aspectos sociocomunicativos. Entre as semelhanças entre tais crianças são apontadas na literatura dificuldades em expressar e reconhecer emoções, presença de comportamentos repetitivos e prejuízos na atenção compartilhada. Nesse sentido, considerando os contextos interativos, os estudos na área apontam para a importância da bidirecionalidade e da responsividade por parte do mediador, no sentido de favorecer a interação social dessas crianças, como também do uso de estilos linguísticos diretivos e de objetos concretos, com base nas características comportamentais e sociocomunicativas das crianças. Salienta-se, por fim, que a compreensão dos contextos interativos pode contribuir na elaboração de propostas interventivas que visem a potencializar o desenvolvimento de tais crianças. Palavras-chave: Transtorno do espectro autista. Deficiência visual. Interação social. Desenvolvimento infantil.
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