RESUMO: Objetivo: Investigar a prevalência da simultaneidade de fatores de risco cardiovasculares e sua associação com características sociodemográficas em idosos no sul do Brasil. Metodologia: Estudo transversal com 1.553 idosos participantes do Estudo Epidemiológico das Condições de Saúde dos Idosos de Florianópolis (EpiFloripa Idoso), Santa Catarina. Os fatores de risco foram: insuficiência no consumo de frutas, legumes e vegetais (FLV), insuficiência de atividade física no lazer, consumo abusivo de álcool e tabagismo. Construiu-se a variável desfecho através da combinação de todos os fatores, categorizada em nenhum, um, dois, três e quatro fatores de risco. Foram realizadas análises bivariadas e multivariadas empregando-se a regressão de Poisson. Resultados: Constatou-se que 57,6% dos idosos convivem com a simultaneidade de fatores de risco para doenças cardiovasculares. A maior prevalência observada tanto nas mulheres quanto nos homens foi da insuficiência de atividade física com a insuficiência no consumo de FLV, sendo de 46,4 e 28,1%, respectivamente. A prevalência observada dos quatro fatores simultâneos foi maior entre os homens (2,5%) em comparação às mulheres (0,3%). O sexo masculino apresentou 11,0% mais probabilidade de acumular fatores de risco comparado ao sexo feminino. E cada ano a mais de escolaridade representa 4,0% a menos de probabilidade de acumular fatores de risco cardiovasculares. Conclusões: As diferenças entre a simultaneidade de fatores de risco e aspectos sociodemográficos devem ser consideradas na abordagem do idoso tanto em nível individual quanto na construção de políticas públicas.
Objective This study estimated the combined prevalence of insufficient number of hours of sleep per day and excess body adiposity among young students. The sociodemographic and behavioral characteristics associated with this concurrent health conditions were investigated. Methods This is a cross-sectional school-based study of 975 participants aged 11-14 years in Florianópolis, Santa Catarina state, Brazil. Body adiposity was assessed based on tricipital and subscapular skinfold measurements and classified according to Lohman. The total number of hours of sleep per day was reported by the students’ parents/guardians, and it was classified as follows: as <8 hours per day and ≥8 hours per day. Data on sociodemographic characteristics, food consumption, and physical activity were collected using a self-administered questionnaire. The chi-square test and multinomial logistic regression with a 5% significance level were used to evaluate the association between the variables. Results The combined prevalence of insufficient number of hours of sleep per day and excess body adiposity was 25.1% (CI95%:20.7-29.9). The sociodemographic and behavioral factors predictive of these conditions were as follows: 13-14 year age group and household monthly income in the intermediate tertile. Conclusion The concurrent presence of insufficient sleep and excess body adiposity was found in a little more than a quarter of the students investigated. The population subgroups belonging to the 13-14 year age group and intermediate tertile of income were more likely to have concurrent insufficient number of hours of sleep per day and excess body adiposity.
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um relevante problema de saúde pública mundial, marcado por desigualdades sociais. No Brasil, estudos sobre a HAS adotando uma perspectiva teórica de curso de vida são escassos. O presente artigo visa a analisar a relação entre mobilidade educacional intergeracional (MEI) e HAS em adultos brasileiros, verificando o impacto da discriminação interpessoal e da cor/“raça” nesta relação. Foram analisados dados dos pais e de 1.720 adultos, entre 20 e 59 anos, do Estudo EpiFloripa Adulto. Modelos de regressão multinível com efeitos aleatórios foram estimados. Os efeitos fixos mostraram relação inversa entre MEI e odds de HAS, com significância estatística para MEI alta (modelo paterno: OR [odds ratio] = 0,39, p = 0,006; modelo materno: OR = 0,35, p = 0,002; e modelo familiar: OR = 0,35, p = 0,001). Análises de interação demonstraram, por sua vez, que situações de discriminação podem atuar conjuntamente com a MEI desfavorável, elevando a odds de HAS, especialmente entre negros e pardos. Conclui-se que a MEI constantemente alta é capaz de reduzir significativamente a odds de HAS, mas que a discriminação pode intensificar o efeito de baixos níveis de educação, especialmente em segmentos da população socialmente marginalizados.
Introdução: As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) podem afetar significativamente a qualidade de vida dos indivíduos aos quais elas acometem. Assim, a autopercepção da saúde torna-se um importante indicador, uma vez que possibilita a compreensão do estado de saúde e a tomada de decisões. Objetivo: Avaliar a autopercepção da saúde, o perfil nutricional e fatores de risco em pacientes hospitalizados com doenças crônicas. Métodos: Estudo transversal realizado com 56 pacientes, adultos e idosos, internados em hospital de Guarapuava-PR entre agosto e outubro de 2017. Para a coleta de dados adaptou-se o instrumento Brief Illness Perception Questionnaire (Brief IPQ), que avaliou a percepção do indivíduo sobre sua doença, seu estado nutricional e aceitação da dieta hospitalar. Aplicou-se os testes de Shapiro-Wilk para normalidade das variáveis, e correlação de Pearson e T de Student para associação entre essas. Resultados: A média de idade foi 63,8±4,7 anos e o diagnóstico clínico com maior prevalência foi o de doença pulmonar (41,1%), seguido por diabetes mellitus tipo 2 (21,4%) e HAS (17,9%). De acordo com o IMC, 28,6% da amostra encontrava-se em magreza e 21,5% com excesso de peso. Quanto ao Brief IPQ, 73,2% dos pacientes classificaram sua saúde como boa. A minoria dos pacientes (28,6%) se considerava totalmente responsável por sua saúde. Em relação à preocupação com a doença, 33,9% dos pacientes se disseram extremamente preocupados e 14,3% afirmaram não estar preocupados. Conclusão: A maioria dos participantes encontrava-se em desnutrição, considerava sua saúde como boa e acreditava que o tratamento poderia melhorar sua saúde.
The present study examines the association between life-course socioeconomic position (SEP) and hypertension (SAH), focusing on the health impacts of childhood SEP (SEPc), adult SEP (SEPa), as well as SEP mobility. Data from the Brazilian EpiFloripa Cohort Study (n = 1,720; 56% women; 55% <= 30 years) were analyzed. SAH was determined by the average of two measures of systolic and diastolic blood pressure, previous medical diagnosis or use of anti-hypertensive medication (43% of the sample was hypertensive). The main independent variables were: SEPa – participants’ level of education; SEPc – parental educational attainment; and SEP mobility – the socio-economic trajectories from SEPc to SEPa. Five logistic regressions models were adjusted for sex, age or income, and were compared among each other. High SEPa was associated with a 37% reduction in the odds of SAH compared to low SEPa. High SEP over the life course was associated with 34-37% lower odds of SAH compared to persistent low SEP. Mobility models explained more of the outcome variance than the sensitive period model. The results reinforce the importance of education in the risk of SAH and the relevance of a socioeconomic mobility approach for the analysis of social inequalities in health.
O objetivo foi verificar se a percepção das desordens físicas e sociais da vizinhança está associada a uma maior pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), bem como examinar a influência do nível socioeconômico do setor censitário de residência sobre essa associação. Trata-se de um estudo transversal que incluiu uma amostra representativa de 1.720 adultos de 20 a 59 anos, residentes em Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Foram realizadas duas medidas de pressão arterial e coletadas informações referentes à percepção das desordens no bairro de moradia. A variável contextual utilizada foi a média de anos de escolaridade do chefe da família dos setores censitários investigados. A análise estatística incluiu modelos multiníveis, com o primeiro nível representado pelos indivíduos e o segundo, pelos setores censitários. Termos de interação entre os tercis de escolaridade do setor censitário e os tercis de percepção de desordens de vizinhança sobre a pressão arterial foram examinados. Não foram identificadas associações estatisticamente significativas globais entre desordens de bairro e PAS ou PAD. Entretanto, foi identificada uma média de PAS 7,88mmHg (IC95%: 1,38; 14,40) maior entre os respondentes que percebiam mais desordens de vizinhança e residiam em um setor com menor escolaridade, quando comparados com a categoria de referência. As políticas públicas que visam a reduzir ou que tenham impacto sobre os níveis pressóricos sistólico e diastólico na população também devem considerar as características do contexto em que a população está inserida, especificamente aqueles marcados por menores níveis de escolaridade.
A Covid-19 é uma doença infectocontagiosa causada pelo coronavírus SARS-CoV-2 que resultou em uma pandemia global. Seu principal mecanismo de entrada nas células é por meio da enzima conversora de angiotensina 2 (ECA-2) e fazem parte do grupo de risco os idosos e portadores de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), dentre elas, a doença renal crônica (DRC). O objetivo foi caracterizar a amostra de indivíduos notificados com Covid-19 e DRC, segundo características clínicas e demográficas. Estudo de caráter quantitativo, transversal, com dados retrospectivos, obtidos por meio de banco de dados secundário, do sistema e-SUS NOTIFICA, no período de março de 2020 até 8 de dezembro de 2020. Para o período analisado, o total das notificações era de 992.911 indivíduos, sendo 110.908 testados positivos. Fez-se análise descritiva e foram incluídos somente os pacientes com diagnóstico confirmado de Covid-19. Sendo assim, concluiu-se que, dentre o total de analisados positivos, a maioria era do sexo masculino (46,2%), com idade média de 41,42 anos e desses, 445 possuíam DRC. Ainda, dos 110.908 casos, 52,4% apresentaram algum tipo de sintoma característico da Covid-19. O teste mais utilizado para diagnóstico foi o Teste Rápido – Anticorpo (93,3%). Para pacientes com DRC e Covid-19, houve predominância do sexo feminino (53,0%), a idade média foi de 53,71 anos, a maioria sintomática (59,3%) tendo o diagnóstico confirmado pelo Teste Rápido – Anticorpo (86,5%).
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