A Consumer Culture Theory refere-se à um conjunto de perspectivas teóricas que compartilham a mesma orientação sociocultural sobre as relações dinâmicas entre consumidor, mercado e significados culturais. Considerando isso, em 2005, Arnould e Thompson propuseram um framework com quatro domínios temáticos de CCT que são interrelacionados. O objetivo deste artigo foi fornecer uma visão geral conceitual dos trabalhos que têm como tema central o domínio “Projetos de Identidade do Consumidor”. Para tanto, foi realizada uma revisão de literatura acerca do tema considerando a produção cientifica brasileira de 2005 a 2018. Percebeu-se que os autores brasileiros utilizavam-se da relação pessoa-objeto, principalmente o conceito do self estendido proposto por Belk, além de perspectivas pósmodernas sobre identidades fragmentadas apresentadas por Hall. Portanto, considera-se que a estrutura discursiva dos artigos permaneceu nas teorias e conceitos sobre identidade iniciais ainda difundidos pela publicação de 2005, falhando em alcançar outras propostas mais recentes.
A busca por praticidade na alimentação aliada ao ambiente obesogênico construído pela indústria alimentícia causa desequilíbrios nos sistemas de marketing e pode acarretar problemas de obesidade em parcela significativa da população. Consequentemente, prejudicam a saúde física e psicológica individual, evoluindo para transtornos mais graves e tornando-se um problema de saúde pública. Nas relações de consumo, os efeitos da ingestão de produtos industrializados ainda são desconhecidos por boa parte dos consumidores e a falta de conhecimento ou controle pelos consumidores provoca a sua vulnerabilidade, desequilibrando o sistema de marketing. Essa condição de vulnerabilidade é potencializada pela omissão ou falsemaneto da composição dos alimentos nas embalagens, por exemplo, aliada a outras externalidades dos sistemas de marketing. A partir disso, a pesquisa transformativa do consumidor apresenta soluções, como a educação do consumidor, para a minimização de suas vulnerabilidades. O consumidor obeso é vulnerável, pois nem sempre tem conhecimento ou controle sobre os alimentos que consome, além de possuir características biofísicas que podem gerar hostilidade nas relações de consumo. Nesse contexto, o objetivo do presente artigo é discutir como se dá a vulnerabilidade dos consumidores obesos ou com sobrepeso a partir do consumo alimentar. Além de contribuir para uma visão interdisciplinar da obesidade, o aritog apresenta uma nova lente de análise, a perspectiva da pesquisa transformativa do consumidor, para visualização de um problema que, ao mesmo tempo que é individual, tem impactos sociais, políticos e econômicos.
O presente estudo objetiva identificar o poder de predição dos valores humanos nas atitudes e na intenção comportamental em relação ao uso do consumo colaborativo. Para tanto, adotou-se uma abordagem quantitativa com a aplicação de um survey com 208 consumidores da plataforma de acomodações Airbnb, os quais responderam questões sobre valores básicos fundamentados na teoria Funcionalista de valores humanos e atitudes e intenção comportamental. Os resultados apontam uma correlação significativa entre a subfunção de Experimentação e Atitudes relativas ao uso dos serviços, indicando que os valores que compõem essa subfunção teriam influência quanto às atitudes dos consumidores em relação ao serviço da plataforma. Dessa forma, tais resultados dão suporte à utilização dos valores humanos como facilitadores na promoção de comportamentos colaborativos.
De acordo com as discussões acerca do fazer científico e as metodologias mais utilizadas e tidas como mais adequadas às áreas de conhecimento, visualizamos estudos da disciplina de marketing. Buscamos analisar que tipo de conhecimento vem sendo produzido nesta disciplina, vislumbrando qual finalidade, quais são as áreas envolvidas, de que modo este conhecimento é desenvolvido e quais metodologias são utilizadas. Para tal, analisamos os artigos no escopo de marketing que foram aceitos e publicados pelo periódico RAC – Revista de Administração Contemporânea, no período de cinco anos (2014 a 2018). A partir disto, buscamos contribuir acerca da reflexão sobre o conhecimento científico desenvolvido na área em questão. Realizamos uma coleta bibliográfica na qual foram levantados 28 artigos que apresentaram temáticas diversas da disciplina. A análise dos artigos foi feita a partir de uma abordagem mista, utilizando elementos quantitativos (bibliometria) e qualitativos, para compreensão e discussão sobre o conhecimento em marketing a partir da reflexão crítica hermenêutica proposta por Santos (1989). Como principais achados da pesquisa, foi possível identificar que a maioria dos autores trabalha através de colaboração com outros, havendo poucos estudos desenvolvidos por apenas um autor. Do mesmo modo, também parece não haver um grupo de autores que publica com frequência nesta área na revista. Foi percebido também que há uma hegemonia de estudos no subcampo de Comportamento do Consumidor e que esses estudos, em sua maioria, não se voltam para impactar diretamente a vida das pessoas às quais estão relacionados, apresentando resultados de ótica gerencial. Apesar das discussões acerca da metodologia mais adequada, ainda prevalece uma hegemonia na utilização de métodos quantitativos, sendo esta metodologia utilizada por 17 artigos, o que suscita que ainda pode haver preferência de métodos quantificáveis em detrimento de outros mais subjetivos. Muitos dos achados dos estudos em questão são voltados especificamente para o próprio campo acadêmico, para o fortalecimento de teorias, hipóteses e testes e em outra esfera, trazem possíveis resultados que vêm a auxiliar diretamente decisões organizacionais. Reforça-se que artigo busca contribuir com a percepção da necessidade de um conhecimento científico mais próximo da sociedade e de uma comunidade científica disposta ao diálogo, tendo a consciência da importância de outras formas de saberes para o desenvolvimento de um conhecimento prudente e que emancipa. O marketing, em especial, com suas pesquisas de macromarketing e de comportamento do consumidor, tem o poder de fazer do conhecimento produzido uma ponte para possíveis melhorias na sociedade.
As pessoas consomem baseadas na forma como se veem e querem ser vistas, principalmente no que refere-se ao consumo estético, apresentando, muitas vezes, condutas sacrificiais pela efetivação de seus desejos. Associados a estereótipos negativos, cabelos cacheados ou crespos, geralmente, são submetidos a mudanças estruturais a partir de alisamentos, para seguir padrões socialmente aceitáveis. Neste contexto, esse trabalho objetiva compreender o significado do sacrifício envolvido no ritual de alisamento e sua relação com a autoimagem e padrões sociais idealizados. A pesquisa, de abordagem qualitativa interpretativista a partir da história oral e análise de conteúdo temática, percebeu que o ritual de alisamento é visto como um sacrifício para as mulheres por fatores, como o tempo, dinheiro, risco à saúde e o próprio processo; e a maioria delas é influenciada a realizar o alisamento por influência dos elogios, julgamentos e preconceitos capilares alheios.
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