Dentre os vários estudos que pesquisam a inserção da história da matemática na formação de professores, sob uma perspectiva historiográfica atualizada, encontramos uma corrente teórica que propõe a construção de uma interface entre História e ensino de Matemática por meio do estudo de instrumentos matemáticos históricos. Entre os aparatos que possuem conhecimentos Matemáticos incorporados na sua fabricação e no seu uso, tem-se a balhestilha, um instrumento náutico e astronômico muito utilizado entre os séculos XV e XVII, que se encontra inserido no documento Chrnographia, Reportorio dos Tempos..., de 1603. Este artigo tem o intuito de apresentar algumas potencialidades didáticas para o uso na formação de professor, tomando como base as Atividades Orientadoras de Ensino (AOE) no estudo sobre medidas. Dessa maneira, os conceitos relacionados à unidade de medida, como, por exemplo, a polegada, podem ser estudados quando se constrói ou se manipula a balhestilha. Isso acontece, principalmente, devido à construção de conhecimentos Matemáticos que são mobilizados nessas práticas, fazendo com que o professor repense os saberes até então aprendidos e ressignifiquem os mesmos.
In research in the scope of Mathematics Education, it is possible to notice works that point out the potential of the history of mathematics for teacher training. As we can observe, the importance of history rests on the fact that it provides some knowledge necessary for the teacher's work, for example, there are those that refer to the content to be taught, because history can indicate the process of knowledge construction. In the field of education, knowledge has been used to think about teacher training from the perspective of some scholars, such as Shulman (1986, 1987) and Tardif (2000, 2002). In this sense, it is noted that the theoretical basis on knowledge can support research that seeks to articulate the history of mathematics and teacher education. In this perspective, the objective was to present a survey of research from the last 5 years that deal with teacher education based on an approximation between the history of mathematics and the teaching knowledge. For that, we worked under the methodological support of the investigation method of a systematic literature review. The cataloged and analyzed research revealed that the work with the history of mathematics in teacher education has not been articulated and / or subsidized by the references that deal with teaching knowledge. Some research even brings considerations from authors like Lee Shulman, however they have not been explored as a theoretical framework to look at teacher education. A very incipient approach was noted, a fact that possibly minimizes the possibilities of thinking about the education of mathematics teachers.
O professor de Matemática, ao longo de seu ofício, necessita estar sempre se atualizando em relação a outros tipos de conhecimentos existentes, de forma a adquiri-los para algum auxílio em sala de aula. Um dos motivos, para isso, deve-se à exigência das instituições educacionais, requisitando, cada vez mais, profissionais qualificados e aptos a ensinar. Alguns desses saberes podem ser obtidos e mobilizados na universidade, em particular, a partir de vivências práticas, por meio de atividades extracurriculares. Nesse sentido, nosso intuito é relacionar alguns saberes docentes com os conhecimentos obtidos por professores em formação inicial, em um minicurso de extensão universitária, que explorou o procedimento de medição de profundidade com o báculo de Petrus Ramus, sob a perspectiva da historiografia atualizada. Tal abordagem teve um alicerce na interface entre história e ensino de Matemática, que nos orientou no tratamento didático de um documento histórico para a elaboração do minicurso. Assim, nossa experiência se configura como um estudo aplicado com caráter qualitativo-descritivo, que, por meio do levantamento de um questionário eletrônico, permitiu-nos ter uma noção acerca das contribuições do curso para os participantes. À vista disso, foram elencadas, pelos cursistas, algumas concepções sobre os conhecimentos que não se tinha antes da vivência, mas que foram adquiridos depois. Entre eles, os saberes relacionados à prática docente, relevantes para a formação de professores. Dessa forma, podemos concluir, com a experiência do minicurso, que a situação de medição pode articular múltiplos saberes de ordem prática, matemática, epistemológica, tornando o processo de ensino e aprendizagem mais integrado aos docentes. Palavras-chave: Formação inicial do professor de Matemática; Prática docente; Vivência universitária; Báculo de Petrus Ramus.
A utilização de instrumentos matemáticos atrelados a textos históricos tem ganhado bastante espaço em estudos recentes, principalmente, no que se refere ao interesse de articular o ensino com a história de uma forma equilibrada, sem que uma se sobreponha ao objetivo da outra, mas que ambas possam dialogar entre si. Dessa forma, tomamos como elemento da história o tratado Via regia ad geometriam – The Way To Geometry, uma versão escrita e publicada em Londres, por William Bedwell, em 1636, tendo como autor Petrus Ramus (1515–1572). A partir dele, adentramos no texto que versa sobre as partes da construção e o uso de um báculo para o planejamento e a aplicação de um curso de extensão universitária, pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), na modalidade remota, devido à pandemia da Covid-19. Dentro desse contexto, nossa pesquisa visou, através da coleta de dados, a apresentar os elementos matemáticos e materiais mobilizados na fabricação dos báculos durante a prática formativa. Assim, para o delineamento deste escrito, fizemos uso das pesquisas qualitativa e descritiva, que vão ao encontro dos elementos planejados, aplicados e coletados dentro do curso. Partindo-se disso e em decorrência do que foi desenvolvido, conseguimos perceber, por meio da vivência universitária, que alguns conhecimentos geométricos foram visualizados pelos participantes no momento da reconstrução do báculo de Petrus Ramus, como também a variedade de materiais físicos utilizados para construí-lo, influenciando no modelo final produzido pelos discentes. Logo, consideramos que a vivência pôde contribuir para a formação dos participantes no concernente à abordagem teórica, geométrica e prática, ao permitir o contato deles com um recurso didático advindo da história da matemática.
O objetivo deste estudo é apresentar uma proposta de aplicação do texto original contendo o problema 1 do Sea Island Mathematical Manual na disciplina de História da Matemática. O estudo se caracterizou como uma pesquisa bibliográfica e documental. Para aplicação do problema 1 foi reservado um momento na disciplina de História da Matemática na Universidade Estadual do Ceará. Essa aplicação mostrou a possibilidade de inserção de textos históricos em sala de aula, como uma forma de mobilizar conhecimentos matemáticos por meio de situações práticas presente neste problema. Além disso, possibilitou aos discentes inferirem questões sobre que conhecimentos matemáticos poderiam ser utilizados para resolvê-lo. Desta forma, essa pesquisa visa colaborar com demais estudos que se propõem a inserir documentos ou textos originais em sala de aula.
ResumoNo ensino da Matemática, a História da Matemática surge como uma alternativa metodológica para o estudo dos conteúdos. Por meio dela, podemos também mostrar a contextualização política, econômica e social que influenciaram e contribuíram para evolução dos mais variados conceitos. Além disso, a História da Matemática, apresenta diversos caminhos que podem ser explorados em sala de aula, os quais podemos destacar, os instrumentos matemáticos históricos, que trazem em seu próprio desenvolvimento características específicas e cálculos matemáticos referentes a cada época em que foram confeccionados e utilizados. Dentre esses instrumentos matemáticos históricos, podemos destacar aqueles que eram utilizados na agrimensura, como por exemplo, o báculo de Jacob, outros usados na astronomia, como a esfera armilar, até aqueles presentes na náutica, no caso a Balestilha, e ainda aqueles mais complexos e sofisticados, como as Réguas de Cálculo. Por meio de cada instrumento matemático, é possível trabalhar a Matemática de maneira lúdica e manipulativa, tornando as aulas mais dinâmicas e atrativas para os alunos. Proporcionando assim, uma aprendizagem mais significativa e consolidada, e ainda estimulando o senso crítico dos mesmos por meio do contexto histórico no qual os conceitos matemáticos foram originados e desenvolvidos. No intuito de contribuir com o tema proposto, apresentamos neste trabalho uma reflexão acerca das contribuições do uso desses instrumentos matemáticos históricos em sala de aula. Apontamos algumas propostas de uso desses instrumentos descrevendo-as sobre um propósito de traçar um pensamento inicial para o planejamento dos professores. Assim, por meio deste estudo buscamos contribuir para a compreensão das potencialidades que os instrumentos matemáticos históricos fornecem para a Educação Matemática. Palavras-chave:Ensino da Matemática, História da Matemática, Instrumentos Matemáticos Históricos.
Uma das tendências disseminadas e discutidas na busca por uma melhora na educação é a história da matemática. Contudo, para utiliza-la é necessário prudência, pois o educador precisa ter definido o tipo de historiografia que irá adotar. A partir de uma perspectiva historiográfica atualizada, podemos pensar na produção de interfaces entre história da matemática e ensino, em que a construção do conhecimento se dará em torno do objeto de estudo. Para isso, vislumbramos nos instrumentos matemáticos, em particular na balestilha, uma possibilidade de atrelar a teoria e prática dos conceitos matemáticos estudados em sala de aula. Portanto, esse artigo objetiva apresentar a balestilha descrita na obra Chronographia repertorio dos tempos, escrita em 1603 pelo matemático e cosmógrafo português Manoel de Figueiredo. Assim, propomos discutir o saber e o fazer incorporado neste instrumento, buscando articular conceitos matemáticos em sala de aula por meio de interfaces. Dessa forma, esperamos provocar uma reflexão sobre a importância da prática no ensino, mostrando uma possibilidade de mobilizar conhecimentos através de instrumentos náuticos, no nosso caso, a balestilha.
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