ResumoEste artigo analisa os processos de ensino e aprendizagem em dois contextos sociais diversos vivenciados por famílias agricultoras, no Paraná, e por famílias indígenas galibi-marworno, no Amapá. Embora a educação escolar seja valorizada pelas famílias e ocupe um tempo e investimento considerável das crianças, esses contextos são aqui considerados “não escolarizados” porque a escola não constitui uma fonte hegemônica de conhecimento para essas crianças, que também aprendem através de outras situações vivenciadas por elas, especialmente através da participação nas atividades produtivas familiares. Ao reconhecer alguns aspectos comuns dos processos de aprendizagem nesses dois contextos, como a centralidade da experiência e da corporalidade, a atenção aos esforços de imitação, a ênfase na iniciativa dos aprendizes e a atribuição progressiva de responsabilidades, o artigo procura contribuir para os debates antropológicos contemporâneos sobre cognição e aprendizagem.
Resumo O artigo analisa um conjunto de conhecimentos, técnicas e cuidados relativos à gestação, parto e puerpério, utilizados por uma rede de mulheres Karipuna e Galibi-Marworno do vale do rio Uaçá, Oiapoque (AP), experientes em “puxar barriga” (halevã). Busca-se mostrar que essa atividade articula compreensões dessas duas populações sobre fertilidade, saúde da mulher, gestação, parto e infância, enunciadas em torno do conceito da “mãe do corpo”. Ao dar relevo ao período imediatamente anterior e posterior ao nascimento, pretende-se lançar luz sobre essa fase da infância, pouco estudada, mostrando que, assim como para as crianças maiores, sua agência e vontade são também reconhecidas pelos adultos. Ao expor a composição de uma rede supraétnica de circulação de conhecimentos femininos, pretende-se contribuir para uma reflexão sobre modos de aprendizagem, noções de pessoa, corporalidade e infância.
Resumo 9 Agradecimentos 11 Introdução 15 Apresentação 16 Discussão sobre a bibliografia anterior 16 Sobre a noção de "cultura em construção" Bases teóricas 24 Desenvolvimento da Pesquisa Resumo dos Capítulos 54 Notas 56 1. A Região do Uaçá 59 Configuração ecológica 62 População: aldeias indígenas e cidades vizinhas 65 Dados históricos sobre os povos da região 74 História recenteséculo XX 83 Notas 91 2. "Karipunas" e "Brasileiros" a trajetória de dois termos 95 Os Caripous de Mocquet e D'Avity 98 Os Kalinago/Kaliponam das Pequenas Antilhas 105 Os Caripuna no século XVIII 106 As fontes do século XIX: Leprieur, Crevaux, Coudreau 108 Os "Brasileiros do Curipi"e os Karipuna, por Nimuendaju 115 Os Caripuna nos textos de órgãos oficiais 120 Notas 124 3. Fortes e Santos: As famílias do Rio Curipi 125 A ocupação do Rio Curipi: o "tempo dos antigos" As margens do Rio Curipi 138
RESUMO: O artigo aborda uma avaliação do Programa de Ações Afirmativas (PAA) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no que tange à situação de ingresso e permanência de estudantes pertencentes a povos indígenas. Para tanto, utiliza-se de levantamento bibliográfico acerca da legislação sobre ações afirmativas; de informações institucionais coletadas junto à Comissão Permanente do Vestibular (COPERVE) e ao Departamento de Administração Escolar (DAE); e de relatos feitos pelos estudantes indígenas em consultas realizadas em 2010, 2011 e 2012 por bolsistas Capes/ REUNI do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFSC. Esse conjunto de informações permitiu traçar um panorama acerca da relação dos indígenas com a Universidade Federal de Santa
The changes of agriculture led to deep transformations of arable plant diversity. The features of arable plant communities are determined by many anthropic, environmental, and geographic drivers. Understanding the relative importance of such drivers is essential for conservation and restoration purposes. In this work, we assessed the effects of agronomic, climatic, geographic, and landscape features on α-diversity, β-diversity, and composition of winter arable plant communities across continental Italy, a European hotspot of arable plant diversity. Using redundancy analysis and variation partitioning, we observe that the selected groups of variables explained a restrained to moderate proportion of the variation in diversity and composition, depending on the response (5.5–23.5%). We confirm previous evidence that climate and geographic location stand out in determining the features of arable plant communities in the country, followed by the type of rural area. The surrounding landscape has a subordinate influence but affects both α and β-diversity. The α-diversity is higher in traditional agricultural areas and in landscapes rich in woody vegetation, while it is lower in warmer areas. Species composition is determined by climate, latitude, and the type of rural area, but not by landscape. Total β-diversity is mainly explained by climate and latitude, and subordinately by the agricultural context and landscape. Its components are explained by latitude and climate (replacement) and agricultural context and climate (richness difference). The local contribution to β-diversity of single sites suggested a good conservation status of the studied communities. We discuss the implications of our findings in the light of conservation and restoration of vanishing arable plant communities.
Cursos de Licenciatura Intercultural Indígena têm propiciado momentos instigantes de reflexão sobrea pertinência das categorias analíticas utilizadas pela Antropologia para a compreensão das categoriasindígenas e para sua utilização nas escolas das aldeias (TASSINARI et al., 2019). O artigo parte daexperiência de lecionar a disciplina Mitologia Indígena, ao longo do ano de 2016, para os acadêmicosguarani, kaingang e xokleng-laklãnõ do Curso de Licenciatura da UFSC. Os trabalhos desenvolvidosna disciplina permitiram ampliar o campo semântico dos termos mito e mitologia para abarcar termoscomo: narrativa, conselho, dança, fofoca, cantigas, receitas, restrições alimentares, marcas corporais,oração, maldição, adivinhação, técnicas de caça. Ao descrever o processo de elaboração do programa dadisciplina e sua desconstrução ao longo dos dois semestres de curso, pretende-se contribuir para umareflexão sobre o diálogo intercultural na sala de aula e sua potência para a desconstrução de categoriasde análise antropológicas.
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