RESUMOEste artigo busca traçar um olhar sobre as práticas de exceção na contemporaneidade. Interessa-nos colocar uma lente nesse cenário em que a vida biopolítica foi presa nas tramas da lei, nas transversalidades dos poderes e que acaba por constituir a vida nua. Deste modo, tomaremos como emblema dessa questão o início da organização dos manicômios no Brasil e o campo de concentração nazista para pensarmos a constituição dessas fascistas práticas de exceção na modernidade e sua ruptura-continuidade no contemporâ-neo. Microfascismos em nós -práticas de exceção no contemporâneo -refere-se ao hoje de * Psicóloga; Professora titular do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Docente pesquisadora dos programas de pós-graduação em
O tema deste trabalho consiste no processo de catalogação das obras produzidas na oficina de Criatividade Nise da Silveira, freqüentada por internos do hospital Psiquiátrico São Pedro, situada em Porto alegre, Rio Grande do Sul. Durante os 17 anos de sua existência, essa oficina foi se instaurando como um lugar contra o esquecimento, onde temporalidades singulares puderam resistir, fazendo-se obra ao tempo sem duração que insiste em se instituir na cidade globalizada. o trabalho de catalogação vem se desenvolvendo como produção coletiva (extensionista) que reúne a equipe do hospital e estudantes de diversas áreas, como artes, Psicologia e história (universidades pública e privada do RS). Foi identificada a existência de no mínimo quatro coleções significativas do ponto de vista do que se denomina Arte Reclusa ou Arte Bruta. Tais produções, que constituem um inestimável patrimônio imaterial, carecem, entretanto, de preservação e catalogação pertinentes para que venham a se constituir em reserva técnica para a pesquisa em diversos domínios, como os da saúde, educação e artes. a organização desse acervo, assim, acontece como inseparável de uma ética que vem buscar na obra o testemunho de subjetividades, tendo como matéria a afirmação da diferença em sua positividade.
A Oficina de Criatividade, criada em 1990 no Hospital Psiquiátrico São Pedro (RS), constitui-se como espaço que possibilita a criação artística a usuários portadores de sofrimento mental. A partir do Acervo da Oficina de Criatividade, iniciamos uma pesquisa cartográfica da Coleção Luiz Guides, um dos frequentadores. Interessa-nos explorar os limites sensíveis entre vida e obra de um sujeito enclausurado há 60 anos no regime manicomial. Buscamos, então, uma exploração sobre as forças que atravessam esse corpo e cujas marcas de tinta nos apontam não somente aos gestos, mas também à criação de territórios existenciais.
Este artigo surge de uma pesquisa de doutorado que buscou analisar o processo de criação da artista multimídia X que utiliza o computador como atelier para sua produção artística. Utilizou-se a cartografia como metodologia de pesquisa, por esta privilegiar o acompanhamento do processo de criação. O objetivo deste artigo é refletir sobre a relação híbrida do agenciamento homem-máquina, entendendo a mesma como potência maquínica. Busca-se, portanto, demonstrar a potência política de maquinar a máquina, na criação de novos devires.
Buscamos neste artigo discutir, a partir dos aportes de Gilbert Simondon e outros autores afins, alguns aspectos das relações entre objetos técnicos e a sociedade atual. Entendendo que humanidade e técnica estão inseridas nas mesmas etapas de evolução que se desenvolvem por um longo processo de individuações, assinalamos como eixo de nossa análise a discussão sociotécnica das condições do surgimento da fotografia panorâmica, bem como dos modos de subjetivação que permeiam esse processo. Assim, buscamos construir uma breve filosofia da técnica relativa à fotografia panorâmica, sem exaltar a ideia da relação homem e máquina como dominação, ou como uma mistura indistinta, mas sim disparar reflexões em que homem e máquina acoplados são produtores de modos de viver, que estão em constantes movimentos de instabilidade e estabilidade nas suas diferenças e semelhanças acionando processos de individuação e subjetivação.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.