A presente tese aborda os graus de interatividade presentes na experiência com e na obra de arte. O ato de experienciar na obra de arte nos mostra que qualquer experiência se constitui por relações intensivas entre corpos e meios em processos de interatividade. Constata-se que há diferentes graus de interatividade na experiência, sendo: misturas, atrações, incorporações e percepções. As misturas são as afecções voluntárias e involuntárias entre corpos em meios associados. A compreensão sobre as misturas dos corpos está relacionada às diferentes concepções filosóficas sobre imanência. As atrações falam de uma arte animal que nos ensina a potência do meio e os afectos dos corpos. O corpo que se menciona, aqui, não se restringe ao humano, mas também ao não humano – animal, tecnológico, imaterial – formado de velocidades e lentidões da matéria-tomando-forma. Tais corpos incorporam a vida via tecnologias dos fazeres e suas tecnicidades que não dissociam natural e artificial, analógico e digital, matéria e forma. As (im)percepções produzem paisagens efêmeras no sistema meta-estável obra-humano-meio. As paisagens oscilam entre panoramas, presos a ilusionismos e representações miméticas; e simulacros que se formam no encontro das dessemelhanças e produzem realidades inventadas. Tais idéias são fundamentadas nas filosofias de Benetithus Espinosa, Gilbert Simondon e Gilles Deleuze. Ainda, são levadas para o campo da Arte Interativa, uma vez que estas obras se efetuam e se modificam ao longo da experiência artista/espectador/obra/meio. Deste modo, entende-se que os processos de interatividade direcionam-se para uma Ética da potência de agir dos corpos, ou seja, o quanto pode um corpo na experiência a partir das dinâmicas dos graus de interatividade na obra de arte. Tal investigação resulta na produção teórica da tese e na produção da videoinstalação CorposAssociados e da série de fotografias Incorporações.
RESUMO. Intenta-se, neste texto, abrir uma janela e pensar sobre a relação da pesquisa com o conceito de acontecimento, decorrente de algumas considerações de Foucault (1992) e Deleuze (1999). Deste modo, visa-se tocar em alguns problemas importantes, tais como: a relação pesquisador/objeto, a noção de História, as revoluções do tempo e como se dá a propagação daquilo que estudamos na sociedade e em nossa própria vida. Busca-se também fazer um corpo-a-corpo com a poeira virtual que o escavar-revolver-pesquisar nos impõe quando pensamos a partir da noção de acontecimento. Acontecimentalizar a pesquisa, para Foucault, é um procedimento analítico e de produção de conhecimentos implicado com uma posição teórico-política de desnaturalização que considera o pesquisar como forma de acesso à desmultiplicação causal. Portanto, busca-se constituir uma posição de análise, isto é, perspectivar as singularidades do acontecimento, rondá-lo dia e noite para fins de adentrar-lhe a carne e romper as evidências que se assomam ao nosso olhar.Palavras-chave: pesquisa, acontecimento, singularidade. RESEARCH AND EVENT: THE TOUCH IN THE NOT THINKING ONEABSTRACT. In this work it is attempted to 'open a window' and reflect upon the association of research with the concept of event, taking into account some considerations by Foucault (1992) and Deleuze (1999). It is sought to approach some important aspects, such as, the relationship researcher-object, the notion of History, the time revolutions and how the propagation of what is studied occurs in our society and in our own lives. It is also attempted to have a hand-to-hand fight with the 'virtual dust' that the digging, turning over and researching impose to researchers, when developing their thoughts based on the notion of event. According to Foucault, turning the research into an event, is an analytical procedure of production of knowledge, together with a theoretical-political position of denaturalization that considers research as a way to take part in the causal demultiplication. Therefore, it is intended to set up an analysis position, that is, to bring into perspective the singularities of event, patrolling it day and night, with the purpose of penetrating its own flesh, in order to break the evidences that can be revealed to us. Key words:Research, event, singularity. PESQUISA Y ACONTECIMIENTO: EL TOQUE EN LO IMPENSADORESUMEN. Se intenta, en este texto, abrir una ventana y pensar sobre la relación de la pesquisa con el concepto de acontecimiento, decurrente de algunas consideraciones de Foucault (1992) y Deleuze (1999). De este modo, se visa tocar en algunos problemas importantes, tales como: la relación investigador / objeto, la noción de Historia, las revoluciones del tiempo y como se da la propagación de lo que estudiamos en la sociedad y en nuestra propia vida. Se busca también hacer un
RESUMO: Este texto busca visualizar configurações espaciais e temporais que subvertam estruturas lineares e dicotômicas através de formas de ocupação do espaço construídas na multiplicidade. Tal visualização incidirá a partir das obras do artista plástico Murits Escher (1898-1972) com aproximações de alguns conceitos trabalhados por Gilles Deleuze (1925Deleuze ( -1995. Considera-se que o encontro desses referenciais provindos da Arte e da Filosofia contribuem para a tessitura de percursos para a problematização de outros modos de subjetivação. A obra de Escher é um questionar sobre a realidade através dos seus próprios elementos configurados de formas surpreendentes e inconcebíveis, uma vez que desarticulam o estabelecido. PALAVRAS-CHAVE: subjetivação; multiplicidade; perspectivismo. COLLOQUIES BETWEEN ESCHER AND DELEUZE: WEAVING PASSAGEWAYS FOR THINKING ON SUBJECTIVENESSABSTRACT: This text aims to visualize spatial and temporal configurations that breach linear and polarized structures through ways of occupying constructed space in multiplicity. Such visualization will take place from the art works of Murits Escher (1898-1972) with approaches of some concepts of Gilles Deleuze (1925Deleuze ( -1995. The meeting of these references from Art and Philosophy is considered a contribution in weaving passageways for querying other forms of subjectiveness. Escher's art work is a questionnaire on reality through its own configured elements of surprising and inconceivable forms, once they disarticulate that which is established. KEYWORDS: subjectiveness; multiplicity; perspectivism.As configurações construídas por Escher abrigam jogos de ilusão que suportam o impensado, a diferença e o paradoxo. Estas configurações constituem corpos que configuram paisagens, bem como, paisagens que contornam corpos: jogos que Escher propõe gerando uma paisagemcorpo e um corpo-paisagem que inquirem outros modos de subjetivação. São delineações sobre as quais o plano da vida se trama e o tempo se imprime por meio das inscrições interiores e exteriores das dobras, dos fluxos e densidades das forças, ou seja, estes sutis registros corporais, gravados no viver, mapeiam paisagens que explicitam os tempos em que se desdobram, as forças que as atravessam, as relações que as determinam e os seres que a habitam.Deste modo, este corpo constituído como lugar de habitação, apresenta-se aberto a um jogo de realidades plásti-cas que incita ao deslocamento e aos percursos inusitados das paisagens. As construções de Escher nos fazem indagar que relações estão potencializadas naquelas paisagens que causam vertigens, e que outros modos possíveis de ocupação e circulação elas desafiam. Questionam a veracidade do lugar que o sujeito ocupa investigando o instante do olhar que abre à perspectiva do paradoxo e aos múlti-plos trajetos possíveis de percorrer. Exploram como se dão os encontros, as misturas, as passagens das realidades neste lugar que não converge ao mesmo ponto nem comporta posições polarizadas e binarizadas.Escher estabelece lugares que nos causam...
O presente artigo inquire sobre os modos de construção de si e do coletivo nas relações de trabalho. Tais relações encontram-se investidas de posições que oscilam entre uma Ética spinoziana que potencializa os corpos e uma moral que os aprisiona. Entende-se que aumentar a potência dos corpos consiste em ampliar suas possibilidades de agir em relação, ativar potências não utilizadas do ser que ficaram renegadas pelas práticas majoritárias. Tal abordagem sobre corpos em atividades relacionais, trabalho e ética, encontra sustentação em Spinoza, Deleuze, Schwartz entre outros autores. Em suma, esperamos retomar a fabricação de ações singulares e coletivas, para gerar dispositivos analisadores e modificadores dos processos relacionais no campo do trabalho.
Trazemos, nesse artigo, uma concepção de imagem atrelada à experiência corporal a partir de produções em Arte Interativa. Buscamos um conceito de imagem não voltado a uma representação já individuada, mas sim que considere o processo de geração da própria imagem. Para Gilbert Simondon, a imagem é concebida como um ciclo dentro de uma abordagem sistêmica e processual da realidade. Nesse sentido, encontramos ressonâncias entre essa concepção de imagem e as produções de instalações interativas no LabInter, em especial nas obras coletivas: “EntreMeios” (2015), “Permanência do Gesto” (2017) e “Ambulações” (2017).
O presente trabalho aborda o uso da web em uma proposta pedagógica colaborativa a partir de uma produção multimídia na área de artes visuais. Tal proposta constitui-se da produção de videoclips, realizados por alunos da 6ª série do ensino fundamental de um colégio da rede privada. Buscou-se investigar como produzir construções imagéticas digitais nas interpretações associativas entre as diversas linguagens: visual, verbal e sonora. Nas imagens digitais habitam uma usina de signos que devem ser navegados e (re)significados. Os videoclips se apresentam como produção coletiva que se constitui como um efeito de contingências de um processo criativo e emerge como uma obra original e singular, já que é criada a partir dos jogos pertinentes aos agenciamentos entre os sujeitos/máquina e obra, compostos por elementos singulares em um recorte de espaço/tempo histórico. Afirma-se, aqui, a importância de práticas pedagógicas que se fundamentam sobre metodologias multimídia a partir de processos abertos e colaborativos. Palavras-chave Multimídia, web, colaboração, arte.
O projeto artístico DNA afetivo kame e kanhru, prática artística colaborativa em uma comunidade indígena kaingang, é a referência para pensarmos em modos de fazer colaborativos em arte. Assim, o objetivo desse artigo é investigar como essas práticas se constituem. Para isso, baseia-se em discursos de artistas e críticos de arte contemporâneos engajados em práticas artísticas de cunho político e social, tais como Helguera (2011) Kester (2011) e Lacy (1995). Desse modo, busca-se responder as questões: qual é o lugar do artista e sua atuação? Como conceber o tempo dessas práticas e quem é o seu público? Como falar de uma autoria colaborativa e de que forma se apreendem essas práticas a partir do sistema de arte? Como resultado de tais indagações, apresentam-se possibilidades metodológicas no campo da arte colaborativa.
O presente trabalho apresenta livros multimídia construídos de modo colaborativo,cooperativo e hipermidiático. O projeto, envolvendo 5ª, 6ª e 7ª séries do EnsinoFundamental, consistiu no desenvolvimento de três livros, cada um elaborado de formacolaborativa por todas as turmas de uma dada série, focando a percepção dos alunos sobretemas como liberdade, drogas, corrupção, relacionamentos, escolhas éticas ou não. Utilizousea abordagem de uma metodologia hipermídia produzida a partir da hibridização daslinguagens verbal, visual e sonora. Cada obra possui vários finais diferentes que revelam apercepção crítica e a postura de cada grupo diante de temas controversos, dos quais elesmesmos podem ser protagonistas.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.