Resumo Introdução A interface do gênero enquanto importante categoria no âmbito da saúde mental ainda é incipiente, ocasionando uma reificação de práticas que reproduzem desigualdades e assimetrias entre homens e mulheres cuidadores/as no contexto da atenção em saúde mental no Brasil. Objetivo Discutir como o gênero tem marcado as práticas de cuidado desempenhadas pelas famílias, por meio da identificação de diferenças quanto ao perfil sociodemográfico, ao desenvolvimento das atividades de cuidado e às suas repercussões na vida dos familiares de acordo com o sexo dos indivíduos. Método Estudo transversal conduzido com 1.242 familiares de usuários/as de Centros de Atenção Psicossocial. Verificou-se a prevalência de cada estrato das variáveis de acordo com o sexo dos indivíduos estudados utilizando o teste qui-quadrado para heterogeneidade. Resultados Aspectos, como ausência da divisão da atividade de cuidado, sentimento de sobrecarga, avaliação ruim da qualidade de vida, insatisfação com as relações familiares e manifestação de transtornos psiquiátricos menores, foram mais prevalentemente encontrados entre as mulheres. Conclusão Há diferenças importantes entre homens e mulheres cuidadores/as em saúde mental, em especial no que diz respeito às repercussões do cuidado na vida dessas pessoas.
Objetivo: Conhecer a percepção de profissionais de diferentes formações na área da saúde a respeito do funcionamento das oficinas terapêuticas no CAPS. Pesquisa de abordagem qualitativa, descritiva e exploratória, fundamentada pela teoria Histórico-Cultural de Vygotsky. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, em que participaram vinte e quatro profissionais de saúde dos Centros de Atenção Psicossocial da cidade de Pelotas/RS. As oficinas terapêuticas foram identificadas como espaços que propiciam aos pacientes dos serviços de saúde mental meios de buscar suas potencialidades valorizando os aspectos saudáveis da vida, permitindo a expressão da subjetividade através da arte, do artesanato e das atividades coletivas terapêuticas
This paper discusses gender issues present in the mental health field in Brazil developed during the de-institutionalizing process of psychiatric reform. It develops a data analysis from an ethnographic study conducted between 2010 and 2011, in the Brazilian cities of Joinville-SC and Barbacena-MG as well as in Turin, Trieste and Gorizia in Italy. The guiding questions for these discussions relate to the significant presence of gender in the experiences launched by the deinstitutionalization process along the psychiatric reform in Brazil, regarding the care practices and the modes of subjectivity of women and men as users of the services that substituted the psychiatric hospital.
Resumo O retorno ou devolução da pesquisa etnográfica não é um tema novo na antropologia e pelo menos desde os anos 1990 tem sido foco de análise e debate. A intenção deste artigo é, partindo do princípio de que são muitas as formas possíveis de devolução, retorno ou restituições da pesquisa etnográfica no campo da saúde, discutir o aspecto específico dessa devolução no caso de pesquisa feita no âmbito da atuação do Estado e das políticas públicas, ou seja, em que o campo de pesquisa é o próprio Estado. Os dados analisados advêm de uma pesquisa etnográfica desenvolvida por uma equipe de pesquisadoras/es desde 2006, que tem como foco fazer uma reflexão sobre as intersecções entre gênero, saúde e aflição a partir de uma abordagem do chamado “campo da saúde mental”. O foco da análise aqui apresentada é o contexto da reforma psiquiátrica no Brasil e duas dimensões da pesquisa desenvolvida nesse contexto: uma antropologia das políticas em saúde mental; e uma antropologia nas políticas públicas em saúde mental. As análises desenvolvidas apontam para a importância de confrontar as políticas públicas com as experiências sociais a fim de garantir uma avaliação qualitativa das próprias políticas públicas. Além disso, demonstram que a contribuição da antropologia vai além de instrumentalizar a aplicação dessas políticas, já que auxilia na construção de instrumentos teóricos e etnográficos para se repensar sua lógica interna.
RESUMO O objetivo deste artigo é discutir as estratégias utilizadas por diferentes grupos de pessoas que ouvem vozes, para o enfrentamento de tal experiência. Trata-se de um estudo etnográfico realizado junto a grupos italianos de ouvidores de vozes. Os dados, que foram obtidos no período entre outubro de 2014 e janeiro de 2016, através da observação participante, com registros em diários de campo, demonstram que estratégias de enfrentamento em espaço grupal, tais como o diálogo com as vozes, a busca de informação e a escrita sobre as mesmas são importantes para a superação das dificuldades decorrentes dessa vivência e estimulam o protagonismo daqueles que as ouvem. PALAVRAS-CHAVE
Objective: The study aims to understand the perceptions of workers of a Psychosocial Care Center (CAPS) on staff meetings. Methods: Study of qualitative approach, using the methodological theoretical evaluation of the fourth generation. The data were collected in a Santa Catarina's CAPS in 2006, 2011 and 2014 through semistructured interviews, field observations and data recycling groups. Results: The daily frequency of spaces of team meetings enables a process of interaction in which knowledge and information is shared, and the group democratically decides the necessary referrals and plan together the next actions taking co-responsibilities over safety in the work process. Conclusion: Team meetings are considered a strategic space for workers to organize the work process.
Resumo OBJETIVO Construir indicadores qualitativos de resultado na Atenção Psicossocial relacionados à autonomia na perspectiva dos usuários e familiares. MÉTODO Estudo de caso avaliativo, com referencial teórico hermenêutico-dialético em um Centro de Atenção Psicossocial no Rio Grande do Sul, Brasil. A primeira etapa da coleta de dados, fevereiro-julho/2014, consistiu na construção de indicadores a partir da análise dos dados qualitativos de duas pesquisas avaliativas neste mesmo serviço. A segunda etapa, agosto-setembro/2014, validou os indicadores construídos por meio de grupos focais com nove usuários e nove familiares. RESULTADO Os participantes apontaram três indicadores qualitativos relacionados à sua autonomia como resultado da inserção no serviço, sendo eles, melhora na autogestão da renda, melhor desenvolvimento das atividades do cotidiano e maior poder de negociação. CONCLUSÃO A metodologia utilizada mostrou-se adequada para criação de indicadores qualitativos na perspectiva de usuários e familiares, bem como apontou que o serviço auxilia no processo de conquista da autonomia.
RESUMO Este artigo visa refletir sobre o estatuto dos sujeitos-usuários/as no contexto da reforma psiquiátrica brasileira. A partir de uma pesquisa etnográfica realizada em 2010 e 2011, com o objetivo de analisar criticamente o processo da reforma psiquiátrica brasileira, do ponto de vista de usuários/as dos serviços de saúde mental, problematiza-se a categoria 'usuário/a' e aponta-se para a complexidade e a relevância das experiências singulares e institucionais desses sujeitos na consolidação da política pública de saúde mental no Brasil. As análises indicam a necessidade de conferir um estatuto epistemológico ao saber produzido por tais sujeitos no contexto da reforma psiquiátrica brasileira.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.