RESUMO Objetivo Descrever a atuação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) em quatro centros urbanos no Brasil. Métodos Realizou-se um estudo transversal (AcesSUS) com entrevista a 917 usuários acompanhados nos CAPS de Campinas, São Paulo, Porto Alegre e Fortaleza. Foram incluídas apenas as modalidades de CAPS destinadas a transtorno mental grave em adultos, sendo excluídos os CAPS voltados para uso de substâncias e para crianças e adolescentes. Os usuários responderam a questionário de múltipla escolha sobre seu percurso entre os serviços de atenção primária, CAPS e hospitais em relação aos problemas de saúde mental. Resultados Atendimento psiquiátrico e uso de medicação foram relatados em 90% a 100% dos usuários acompanhados nos CAPS, combinado com atendimento multiprofissional e grupos terapêuticos. O acesso à medicação foi interrompido nos 6 meses que antecederam a entrevista, especialmente em Fortaleza (64%) e Porto Alegre (51%). Em todos os municípios, menos de 10% dos usuários tiveram internação psiquiátrica após início do tratamento no CAPS. Conclusões A transição do modelo hospitalar para o comunitário continua em processo de efetivação no Brasil, com avanços comprovados. A situação, porém, é diversa nas diferentes redes de atenção, requerendo análise contextualizada de cada localidade, com identificação de dificuldades que impedem o adequado funcionamento dessas redes no paradigma psicossocial.
Passados dez anos da implementação do apoio matricial nas redes de saúde por meio dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, ainda sente-se a falta de dados consistentes quanto à consolidação e efetividade desse arranjo. Nesse sentido, este estudo teve como objetivo revisar a bibliografia nacional dos últimos dez anos a fim de identificar os impasses e desafios vivenciados no apoio matricial em saúde mental na Atenção Primária, classificando-os a partir de uma reconstrução teórico-conceitual e fazendo uma articulação destes com os desafios pontuados em congêneres internacionais do apoio matricial. Entre os principais pontos levantados pelo estudo, destacou-se a necessidade de delineamentos claros para prática de matriciamento; investimento maciço em formação e capacitação dos profissionais; e criação de espaços institucionalizados com encontros sistemáticos dos profissionais para discussão dos casos e avaliação conjunta do andamento das atividades.
Transtornos psiquiátricos menores e suas associações em familiares cuidadores de pessoas com transtorno mental
Resumo Introdução A interface do gênero enquanto importante categoria no âmbito da saúde mental ainda é incipiente, ocasionando uma reificação de práticas que reproduzem desigualdades e assimetrias entre homens e mulheres cuidadores/as no contexto da atenção em saúde mental no Brasil. Objetivo Discutir como o gênero tem marcado as práticas de cuidado desempenhadas pelas famílias, por meio da identificação de diferenças quanto ao perfil sociodemográfico, ao desenvolvimento das atividades de cuidado e às suas repercussões na vida dos familiares de acordo com o sexo dos indivíduos. Método Estudo transversal conduzido com 1.242 familiares de usuários/as de Centros de Atenção Psicossocial. Verificou-se a prevalência de cada estrato das variáveis de acordo com o sexo dos indivíduos estudados utilizando o teste qui-quadrado para heterogeneidade. Resultados Aspectos, como ausência da divisão da atividade de cuidado, sentimento de sobrecarga, avaliação ruim da qualidade de vida, insatisfação com as relações familiares e manifestação de transtornos psiquiátricos menores, foram mais prevalentemente encontrados entre as mulheres. Conclusão Há diferenças importantes entre homens e mulheres cuidadores/as em saúde mental, em especial no que diz respeito às repercussões do cuidado na vida dessas pessoas.
Resumo Este estudo objetivou investigar os fatores associados à melhora percebida pelos usuários de Centros de Atenção Psicossocial (CAPSEste é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado.
Aims and objectives This study aimed to analyse the prevalence and factors associated with suicidal ideation among family caregivers of people with mental disorders. Background Studies conducted with family caregivers of people with dementia and cancer point out a high prevalence of suicidal ideation among these subjects; however, this aspect has not yet been investigated among family caregivers of people with mental disorders. Design This is a cross‐sectional study, conducted with 537 family caregivers of patients from 16 Psychosocial Care Centers (CAPS) of the 21st Health Region of the state of Rio Grande do Sul, Brazil. Methods Question 17 of the Self‐Reporting Questionnaire (SRQ‐20) was used for suicidal ideation screening. The prevalence of suicidal ideation was calculated according to sociodemographic and care variables, with confidence interval estimate (95% CI). Crude and adjusted odds ratios were calculated by logistic regression. The Guidelines to Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE Statement) was adhered in this study (See File S1). Results The prevalence of suicidal ideation found in this study for the 30 days preceding the interview was 12.5% (95% CI: 10–15). The factors associated with the outcome were lower age, lower schooling, feeling of burden, self‐report of stress problem and dissatisfaction with family relationships. Conclusion The prevalence of suicidal ideation among the studied family caregivers was high and strongly associated with issues regarding care, showing the need for interventions that provide support. Relevance for clinical practice Nurses are a large part of the workforce of the community mental health services. The careful characterisation of the subjects who show suicidal ideation, as performed in this study, may reveal specificities capable of refining the diagnostic potential for establishment of action plans in a timely manner, avoiding possible attempts or even the consummation of suicide.
RESUMO Objetivou-se identificar as mudanças percebidas por 1.597 usuários de 40 Centros de Atenção Psicossocial do Sul do Brasil, utilizando-se a Escala de Mudança Percebida - Pacientes. Na avaliação global da escala, foi evidenciada melhora em 84,9% dos sujeitos participantes do estudo. Verificou-se que os itens com maiores desempenhos de melhora foram os relativos a: problemas pessoais, interesse pela vida, humor, confiança em si mesmo e convivência com a família. Por outro lado, os itens com menores avanços foram: sexualidade, saúde física, tarefas de casa, apetite e energia. Considerando o alto índice de melhora evidenciado no item global da escala, do ponto de vista de resultados, sugere-se uma avaliação positiva do Centro de Atenção Psicossocial enquanto ponto de atenção em saúde mental.
ABSTRACT:Objective: This study aims to assess the satisfaction of family members of patients of mental health community services through a tested, validated and previously applied scale in order to allow comparison of results. Methods: The results were obtained by applying the scale SATIS-BR to 1242 relatives of patients of 40 mental health community services in Brazil. The average scores of the three subscales of the SATIS-BR scale were compared using the Wilcoxon test. To measure statistical significance for each item of the scale, the Friedman test was applied, considering significant p-value < 0.05. Results: The average overall satisfaction score was 4.35 with a standard deviation (SD) of 0.44, with a range varying from 1 to 5. The subscale with the highest score refers to the "Results of Treatment", what presents scores of 4.54 with SD of 0.66. As for the other subscales, which refer to "Reception and Staff Competence" and "Service Privacy and Confidentiality" had scores of 4.25 (SD: 0.51) and 4.17 (SD: 0.51). Conclusion: The high level of satisfaction with the service among families of patients highlights the potential of these services and their contribution to the advance of a model of mental health community care, as it seems to be the global trend. The different results between the scales further suggest that the family distinguishes different aspects of the service and evaluates separately, providing a good reference for evaluation studies. INTRODUCTIONIt is estimated that mental disorders reach about 20 to 25% of the world's population at some point in life, creating a major impact on the quality of life of these individuals and their families. Thus emerges the need to structure and qualify services that are able to manage and support these individuals according to their demands and needs. In this sense, studies show that, in many countries, there have been initiatives to develop community services in order to care for the individuals within the community, preserving their family and social ties, promoting their autonomy and reducing high costs with hospitalizations [1][2][3] . Brazil currently counts with a structured policy in the mental health area, ensuring community care. However, among the factors highlighted as difficulties in consolidating a network effective community mental health in the country, as well as in other countries that have adopted similar models, are the difficulty of defining criteria for evaluation and the setting of priorities in assistance.In 13-15 the realization of evaluative studies seems to be an important ally in the consolidation of structured health systems based on community service, since it allows the identification of areas that require investment and strengthening and allow to include the family in discussions on this perspective.The inclusion of the family in the evaluative processes, besides being an important strategy of valorization, allows perceiving their impressions, needs and desires, provided that RESUMO: Objetivo: Este estudo objetivou avaliar a satis...
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