Crianças desenvolvem atitudes em relação à velhice desde o nascimento, influenciadas por fatores cotidianos. Objetivou-se avaliar e comparar a atitude em relação à velhice de crianças morando com idosos com e sem alterações cognitivas. Realizaram-se entrevistas domiciliares com 54 crianças de cinco USF, 25 morando com idosos com alterações cognitivas (grupo 1) e 29 com idosos sem alterações cognitivas (grupo 2). Os cuidados éticos foram observados. Aplicou-se a Escala de Atitudes em Relação à Velhice para Crianças, na qual a pontuação média foi de 1,66 pontos (grupo 1) e 1,52 (grupo 2). Um ponto representava a pontuação mais positiva e três pontos a mais negativa possível. Comparando os grupos, os domínios cognição e relacionamento social apresentaram índices significativos, indicando que crianças convivendo com idosos com alteração cognitiva têm atitudes mais negativas nestes domínios. Profissionais de saúde na atenção básica devem atentar-se às famílias multigeracionais e investir na educação das mesmas.
PurposeThis article discusses the professional status of civil defense and protection agents and coordinators in Brazil, their working conditions and demands for professionalization in disaster risk management.Design/methodology/approachTwo online surveys with operators and civil defense and protection managers and documentary analysis based this research. The first survey engaged 1,933 participants who provided information about the working conditions at municipal civil defense, while the second involved 1,344 civil respondents who assessed their roles and duties in disaster risk management.FindingsCivil defense and protection agents pointed to the high turnover in these positions as the main factor for setbacks in disaster risk reduction, allied to precarious working conditions, lack of training, and unclear responsibilities in disaster risk management.Originality/valueThis paper contributes to the international debate on the professionalization of civil defense and protection and disaster risk management, bringing some insights from the sociology of professions. It has a policy impact of suggesting pathways to the inclusion of civil defense and protection in the Brazilian Occupational Classification to advance professional patterns and public recognition of disaster risk management careers.
Resumo Em um contexto de recorrência de desastres, a naturalização ou rebaixamento destes à tragédia invisibiliza as dinâmicas e os processos envolvidos na afetação das comunidades e grupos populacionais mais vulneráveis a óbito e adoecimentos, como os idosos. Objetiva-se neste artigo descrever e analisar o contexto socioeconômico, ambiental e de saúde da afetação de idosos em quatro municípios dos estados de Santa Catarina e Rio de Janeiro. Para isto, realizou-se pesquisa documental, levantamento de dados abertos sociodemográficos, ambientais, econômicos e de saúde destas localidades e grupo populacional. Integraram-se as análises descritivas, de série temporal interrompida e documental. Dentre os resultados, observou-se nos documentos e dados levantados carência de previsão de ações preventivas ou mitigatórias voltadas a grupos prioritários. Para alguns grupos de causas, houve mudanças significativas no comportamento das internações hospitalares de idosos no período estudado. Conclui-se que o aprendizado institucional pautado na construção coletiva precisa ocorrer para corroborar com o rompimento do ciclo de repetição de desastres.
No Brasil, ainda são escassas pesquisas, políticas públicas e ações institucionais voltadas à população idosa em contexto de desastres. Os desastres relacionados às chuvas afetam cerca de 30% dos municípios brasileiros anualmente. Especificamente na região Sudeste, o Estado do Rio de Janeiro (RJ), recorrentemente é afetado por desastres, estando Teresópolis/RJ em segundo lugar entre os municípios com maior número de vítimas fatais, no período de 1991 a 2012. Devido ao contexto estrutural de desigualdade social que se desdobra em territorialidades também desiguais, alguns grupos sociais tornam-se mais suscetíveis do que outros quando expostos a fatores de ameaça associados a uma infra-estrutura precária, como o formado por idosos. Com o intuito de compreender o desastre sob a ótica da pessoa idosa em Teresópolis/RJ, este estudo se propôs a descrever e analisar, numa perspectiva de interface da sociologia e da gerontologia, dimensões objetivas e simbólicas de afetação das pessoas idosas e seus familiares, em contexto de desastre, bem como as estratégias de enfrentamento adotadas. Trata-se de um estudo exploratório e analítico, de natureza descritiva, com a utilização do método qualitativo de investigação. Foram utilizadas três técnicas integradas, a de pesquisa bibliográfica, análise documental e a de relatos orais, por meio de entrevistas semiestruturadas. Entrevistas com 19 idosos, seis familiares e cinco membros da comunidade são apresentadas. A partir das incursões realizadas, os resultados analisados nos discursos dos idosos, dos familiares, do meio oficial e da mídia são subdivididos nas dimensões (material, simbólica ou interpessoal) expressas. Os resultados evidenciam o desencontro de perspectivas e objetivos entre os atores oficiais, os midiáticos, os idosos afetados e seus familiares. Em relação à Teresópolis/RJ, este se constitui um campo emblemático, onde a afetação dos idosos e familiares caracteriza-se como contínua, complexa e multidimensional, marcada pelo descomprometimento do ente público para com os direitos da pessoa idosa. A presente pesquisa busca, portanto, estabelecer novos diálogos para o atendimento, de forma humanizada e multidimensional, das demandas emergentes da população em processo de envelhecimento no contexto de desastres.
En los últimos años, Brasil experimentó desastres de gran proporción relacionados a eventos hidrometeorológicos y climatológicos. Entre ellos, se destacan, los que ocurrieron en los estados de Santa Catarina y Rio de Janeiro, en los años de 2008 y 2011. El artículo busca reflexionar sobre las respuestas institucionales a la población afectada en los desastres, en el ámbito de las políticas habitacionales. Para eso, se ha realizado un estudio exploratorio-descriptivo, con el uso de la investigación documental y de entrevistas semiestructuradas. Entre los resultados, se ha observado que la solución estandarizada de los conjuntos habitacionales verticales puede ir contra los anhelos y derechos de vivienda digna de los afectados, en especial la de las personas de edad avanzada en las zonas rurales. Tales soluciones son reflejos de la manera de comprender el desastre y de los juegos de poder instalados en el territorio. Se concluye que, mientras los individuos y grupos no sean protagonistas en la decisión acerca del derecho a la vivienda digna, las políticas habitacionales en los desastres seguirán perpetuando obstáculos y vulnerabilidades históricamente construidos.
Este trabalho reflete sobre a produção de dados e gestão de riscos e desastres, na última década, em relação à afetação de pessoas idosas, em especial as residentes em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs). Para isso são utilizados dados secundários, legislações e levantamento de literatura. Dentre os resultados, observa-se que para o funcionamento, estas devem seguir as legislações, as instruções normativas e as resoluções para a garantia de proteção e cuidados aos seus residentes. Em situações de desastres, emergências e calamidades públicas, a situação torna-se complexa com a falta de dados a envolver idosos institucionalizados, a falta de orientações de como ILPIs e serviços da rede de cuidado ao idoso poderiam proceder, de modo a garantir a proteção desse segmento. O artigo mostra que as ações de proteção aos idosos institucionalizados e monitoramento da afetação são prejudicadas, visto que o tema passa desapercebido. Para o enfrentamento dos desafios da invisibilidade da gestão de riscos e desastres envolvendo ILPIs, demanda-se produção de dados, comunicação, embasamento técnico-científico em gerontologia e proteção e defesa civil, assim como instruções normativas para orientar ILPIs e órgãos públicos na prevenção, preparação, resposta e recuperação envolvendo esse segmento populacional.
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Objetivo: Descrever a estrutura e função das redes de apoio social de idosos com alterações cognitivas que residem em contexto de alta vulnerabilidade social, e de seus cuidadores familiares. Método: Os sujeitos foram 33 idosos cadastrados em Unidades de Saúde da Família que apresentaram desempenho no Mini Exame do Estado Mental abaixo da nota de corte em estudo anterior, e seus 33 cuidadores. Aplicou-se o Mini Exame do Estado Mental e o Diagrama de Escolta. Todos os cuidados éticos foram observados. Resultados: Tanto os idosos, quanto os cuidadores referem redes sociais com características semelhantes. Os cuidadores, no entanto, fornecem mais apoio do que os idosos. Em ambos os casos as redes são numerosas, porém, poucos integrantes oferecem ou recebem apoio. Conclusão: A utilização das redes sociais como recurso terapêutico devem ser pensadas no estabelecimento do plano de cuidado ao idoso.
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