RESUMO:Há determ inadas palavras que modulam as relações entre o homem e o mundo natural; palavras, conceitos, sentidos que surgem como consequência de determinados modos históricos e sucessivos de interpretar a natureza, mas que também fornecem as ferramentas sim bólicas para entender, imaginar e transform ar aquilo que compreen demos como "natureza" verbos como preservar, explorar, classificar, categorias estéticas como o sublime ou o pitoresco, conceitos como biopolítica ou biodiversidade, entre muitos outros. Neste ensaio, tenta remos analisar as percepções da natureza latino-americana, desde a chegada dos primeiros europeus até o momento atual, procurando m apear a conturbada relação entre os elementos que conformam o mundo natural e as palavras, que inventam, definem e hierarquizam o reino do visível. Palavras-chave: natureza americana; Ecologia; HistóriaEstam os acostum ados a perceber a natureza, esse con junto de seres, de composições e de fenômenos que confor mam o mundo em que vivemos, como um a espécie de san tu ário. Um santuário que deve ser preservado, pois está sujeito ao império constante das ameaças que a cada dia diminuem seu domínio e instalam riscos concretos e potenciais que ex cedem os âmbitos locais e adquirem dimensões planetárias. Professor da Universidade Federal de Pernambuco
This essay focuses on a travel notebook written by the engineer André Rebouças in 1862, while he was visiting the Great Exhibition of London. The manuscript, still unpublished and kept at the Fundação Joaquim Nabuco in Recife, contains detailed observations and projects made by Rebouças. As a traveller, the engineer pursues just one aim: to be a witness of the novelties of technology. To learn, to copy, to translate are his goals. Therefore, his writings deal with visions of modernity and perceptions of the becoming, and postulate crosses between peripheries and centres, between pre-industrial pasts and the promises of a future that Rebouças would try to make real throughout the Second Empire.
A última década do século XX esteve atravessada por dois debates que guiaram grande parte da produção intelectual e das polêmicas promovidas em diversos círculos acadêmicos do mundo. Os dois debates, e seus múltiplos desdobramentos, estavam imbricados entre si, em aspectos e posturas que dependiam dos locais e das situações particulares em que eram enunciados e re-enunciados, e dos modos em que se adequavam a cada contexto específico, marcado por urgências, necessidades e posicionamentos divergentes, que favoreciam uma constante multiplicação de ecos e reformulações, de traduções, de apropriações e de réplicas. Cronologicamente, o primeiro desses debates girava em torno dos possíveis sentidos a serem atribuídos a uma hipotética era -a pós-modernidade -e a um concomitante adjetivo ou condição -o pós-moderno. Já o segundo, que haverá de se intensificar na segunda metade daquela década, tinha a ver com as propriedades, as tradições, os objetos e as funções de um emergente campo de saber e/ou de atuação -os estudos culturais.Em um mundo moldado pela queda do muro de Berlim, assim como pela desintegração das dicotomias instauradas pela Guerra Fria, pela intensificação dos processos de transnacionalização do capital, pela revolução tecnológica e pela mundialização sob a égide da hegemonia neoliberal, discutiam-se os significados do prefixo "pós", ora visto como índice de uma continuação ou como evidência de uma falência definitiva do projeto inacabado da modernidade; como expressão de uma cultura global de massas que havia perdido as esperanças mobilizadas pelos anseios modernos e transformava o pastiche e a citação em recursos inefáveis, ou como o sintoma de um tempo posterior, que vinha a anunciar a superação de antigos dilemas. Os tempos pareciam favorecer os prognósticos acerca do inevitável fim (das ideologias, das utopias, do socialismo, do Estado, dos grandes relatos, da História) e incautos augúrios de futuras felicidades ou certezas (a teoria do derrame e as benesses das "leis" do mercado e do 1 Doutor em estudos hispânicos e latino-americanos e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil.
Neste artigo, focaremos nos deslocamentos e nas percepções do espaço criados através do movimento de corpos que transitam pelos entre-lugares, marcando um (não) pertencimento, temática recorrente nos textos literários produzidos por mulheres negras. Considerando que algumas teóricas dos estudos sobre o espaço, como Massey (2008, p. 69), podem dialogar com o conceito de “erosão do espaço heterogêneo”, de Foucault (2013, s/p), ao ressaltar a afetação espacial que os corpos, socialmente marginalizados, sofrem nos contextos globais de poder (BHABHA, 1998, p. 292), investigaremos a representação de dois espaços nomeados, respectivamente, Buracão e Grota, presentes no romance “Becos da Memória” (2017) e no conto “Grota Funda” (2017), de Conceição Evaristo. Para tanto, nos basearemos nas discussões de Conceição Evaristo (2005), Nazareth Fonseca (2017), Simone Schmidt (2016), entre outros. Ademais, a hipótese que norteará este estudo é que, a representação do abismo no conto, tem sua gênese no romance, no Buracão da favela.
Este trabalho analisa o legado de Cristovão Colombo como navegante que altera definitivamente as percepções do mundo, mas também como hermeneuta que percorre a Vulgata para indagar os planos divinos e o lugar que a ele próprio corresponderia desempenhar diante dos singulares acontecimentos decorrentes da aparição das Índias na episteme da época. Perfazendo suas leituras da Bíblia e os métodos que guiam sua exegese, examinamos alguns dos seus escritos, tais como as cartas, as relações e o chamado Livro das profecias, e descrevemos em particular as atribuições dadas pelo Almirante a topônimos e lugares como Ofir ou o Paraíso, que, segundo suas interpretações, poderiam confirmar a condição de uma geografia sacra que, prenunciada pelos profetas e autoridades, já postulava a existência do continente americano.
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