Resumo O artigo procura compreender a expedição britânica nos rios Niger e Benue em 1854 num contexto de transformação nas relações políticas e econômicas da Grã Bretanha com o interior da África Ocidental. Tal empreendimento ficou marcado pela ausência de mortes por febres tropicais e deixou vários registros, dentre eles relatos de viagem e a correspondência entre seus agentes e o Foreign Office e o Colonial Office que compõe o corpo de fontes deste artigo. Especial atenção é dedicada aos termos e formas das trocas comerciais realizadas com os africanos diretamente ao longo da viagem e às condições nas quais estes relacionamentos foram estabelecidos. Assim, procura-se por um lado, compreender a expedição como parte de um de um processo de ampliação da presença europeia no interior e, por outro lado, refletir sobre as estratégias africanas em diálogo com as transformações econômicas na bacia Atlântica em meados do século XIX. Palavras-chave História da África Ocidental, relatos de viagem, comércio 'legítimo'
RESUMO Este artigo procura discutir a atuação de africanos que agiram como “intermediários” nas relações entre as expedições britânicas ao redor do rio Níger entre 1825 e 1854 e as sociedades africanas com as quais interagiram. Os relatos dessas expedições estão entre os primeiros que sistematicamente descreveram determinadas regiões do interior do continente em línguas europeias. Assim, praticamente todas as formas de comunicação necessitavam de tradutores e consequentemente “intermediários”. Compreende-se como “intermediários” os sujeitos que agiram no espaço liminar entre as expedições e seus interlocutores do interior, exercendo diversas atividades como intérpretes, guias, mensageiros e por vezes até mesmo negociadores, num contexto de profundas transformações que recondicionavam as relações entre o Atlântico e a África Ocidental.
A busca inglesa pelo curso do Rio Níger: do problema geográfico à possessão potencialThe British search for the course of the Niger River: from a geographical problem to potential possession ________________________________________________________________ Alexsander Lemos de Almeida GEBARA * Resumo: O artigo analisa o corpo de textos produzidos por expedições inglesas na região do rio Niger entre primeira viagem de Mungo Park (1795) e a expedição oficial britânica de 1841 procurando notar as semelhanças e diferenças nas representações ao longo do tempo. O período em questão apresenta grandes transformações no contexto atlântico, incluindo o final do tráfico de escravos pela Inglaterra, e marca também uma alteração no equilíbrio das forças na costa e no interior da África Ocidental. Desta forma, o trabalho procura mostrar como as ideias inglesas sobre escravidão e tráfico de escravos interferem nas dinâmicas de representação e nas práticas diplomáticas europeias para com as sociedades próximas ao curso do rio Niger. Finalmente, o artigo também aponta para a forma como as preocupações quase exclusivamente geográficas das primeiras viagens paulatinamente adquiriram o caráter intervencionista de um discurso de posse ao mesmo tempo em que as novas condições materiais e técnicas desequilibravam as relações de força em favor da Inglaterra. Palavras-chave: ingleses, Rio Níger, escravidão, diplomacia.Abstract: This paper analyzes a body of texts written during British expeditions in the region of the Niger River between the first trip of Mungo Park (1795) and the 1841 official British expedition, looking for the similarities and differences in the representations over time. The period in question was one of great transformations in the Atlantic context, including the ending of the slave trade by Britain, and was also marked by a change in the balance of power on the coast and in the interior of West Africa. This paper therefore aims to show how British ideas about slavery and the slave trade affected the dynamics of European representation and
C om este novo número, uma nova equipe assume a editoria da Tempo. Queremos saudar e agradecer os dois editores que nos precederam, os professores Ronald Raminelli e Renato Franco, por todo o trabalho realizado quando estiveram no comando da revista, mantendo sua confiabilidade e prestígio entre a comunidade dos historiadores e demais investigadores das ciências sociais e humanas.A Tempo é uma revista com uma política editorial aberta para a variedade de temas, problemas e abordagens da área de História, atenta às suas renovações e disposta a ajudar a promover inovações historiográficas. Por essa razão, os artigos de nossa revista passam pelo crivo de pareceristas altamente qualificados, o que vem garantindo a publicação de trabalhos e pesquisas de ponta na área de História.Nosso compromisso, portanto, é manter o padrão de excelência já conquistado pela Tempo, uma revista com tradição na historiografia brasileira, presente na cena intelectual do país desde 1996, ano de seu surgimento. Queremos, também, dar continuidade à política editorial de internacionalização da Tempo, tanto para aumentar a sua
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