Resumo: O estudo apresenta uma análise clínica dos impedimentos da atividade de trabalho do professor na Educação a Distância (EAD) sob a ótica da abordagem teórico-metodológica da Clínica da Atividade (CA). Ser professor na EAD é uma atividade recente, comparada à modalidade presencial, na qual as atividades de trabalho são reconfiguradas tanto do ponto de vista técnico-instrumental quanto didático-pedagógico. A fim de estudar os impedimentos dessas atividades utilizamos a técnica da Instrução ao Sósia (IaS) para uma coanálise da atividade de trabalho. A análise da atividade de trabalho apontou diferentes formas de vivenciar os espaços de docência. As mudanças que a EAD produziu na atividade dos professores os convocaram a um acesso mais profundo das orientações genéricas da profissão, de modo a contribuir para revitalizações do fazer docente, não necessariamente atrelado ao uso do modelo presencial como um guia, pois replicar o modelo presencial para EAD não seria garantia do sucesso da atividade do professor na EAD. Palavras-chave:Professor na EAD, Atividade Impedida, Clínica da Atividade. Work Obstacles for Distance Education TeachersAbstract: The study presents a clinical analysis of obstacles that Distance Education (DE) teachers experience from the standpoint of the theoretical and methodological approach of the Clinic of Activity. Being a DE teacher is a recent activity, compared to face-to-face modality, and work activities are reconfigured both from the technical-instrumental and didactic-pedagogic points of view. In order to study the work obstacles, we used the Instruction to the Double technique for a co-analysis of work activity. The analysis of work activity pointed out different ways to experience the teaching activity spaces. The changes that DE produced in the activity of the teachers called to a deeper access of the generic guidelines of the profession, in order to contribute to the revitalization of the teaching activity, not necessarily linked to the use of the classroom model as a guide, because replicating the classroom model for DE would be no guarantee of success for the DE teacher work.
Resumo Objetivo: relatar uma experiência de acolhimento de trabalhadores em um serviço escola de psicologia e apresentar os resultados obtidos por meio de ações desenvolvidas para o enfretamento, individual e coletivo, de assédio moral no trabalho. Métodos: relato de intervenção vivenciada em serviço de psicologia. A intervenção se deu em dois momentos: 1) acolhimento terapêutico individual do caso inicial, 2) acolhimento em grupo. O atendimento individual ocorreu em oito encontros e o de grupo, constituído por sete trabalhadores, em nove encontros. A análise se deu com a leitura de prontuários e diários e de reuniões para discussão e convergência dos conteúdos emergidos. Resultados: foram sistematizados dois dispositivos de análise, o assédio ao indivíduo e o assédio ao grupo. O primeiro apontou as reelaborações do trabalhador frente ao fenômeno. O segundo promoveu o fortalecimento enquanto grupo, por meio da partilha e da construção coletiva dos meios de enfrentamento. Conclusão: reafirma-se a importância do acolhimento ao assediado e/ou testemunhas como modo inicial para enfrentar o assédio, seguido da necessidade de espaços coletivos para ressignificação dos efeitos psicossociais que o assédio moral produz ao trabalhador e ao seu trabalho.
Resumo Objetivo: analisar os resultados obtidos com a implantação de um espaço grupal de acolhimento na sala de espera de um Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), utilizada como ferramenta de acesso ao trabalhador e ambiente de mobilizações interventivas. Métodos: pesquisa-intervenção realizada em 2016. Foram desenvolvidas 20 intervenções na sala de espera do serviço, abertas aos usuários que desejassem participar. Organizaram-se rodas de conversas temáticas sobre o mundo do trabalho e o processo saúde-doença, registradas em diários de campo, com 4 a 15 participantes e duração média de 40 minutos. Resultados: apontam-se dois eixos de estruturação: a violência no trabalho e o sofrimento pela atividade de trabalho, destacando-se a ruptura do silêncio do trabalhador, seus modos de sofrimento e a dialogicidade sobre o processo saúde-doença, assim como a ampliação do acolhimento estritamente clínico-especializado para uma ótica de análise do trabalho. Conclusão: a construção de um espaço grupal de acolhimento na sala de espera foi essencial na elaboração de vínculos e na produção de saúde a partir da troca de saberes e afetos, sem substituir os grupos terapêuticos, de modo a ampliar a rede de apoio ofertada ao trabalhador.
A saúde do profissional exerce influência significativa na sua qualidade de vida, satisfação e desempenho laboral. Muitas situações de trabalho podem trazer riscos à saúde, dentre os quais, os danos relacionados ao trabalho. Desta forma, tanto o trabalhador quanto a organização em geral, devem oferecer ações de diagnóstico, prevenção e promoção da saúde física e mental de todo o sistema de trabalho. Esse artigo tem o objetivo de verificar a relação entre o suporte organizacional percebido pelos trabalhadores e a avaliação dos danos relacionados ao trabalho. Participaram da pesquisa 228 trabalhadores, com idade acima de 18 anos, homens e mulheres, do setor público e privado. Responderam à Escala de Percepção de Suporte Organizacional, à Escala de Avaliação dos Danos Relacionados ao Trabalho e aos dados sociodemográficos por meio eletrônico através do Google forms. Observou-se que ambas as escalas apresentaram indicadores psicométricos confiáveis e com base numa correlação de Pearson, o suporte organizacional correlacionou-se negativa e significativamente com os danos reslacionados ao trabalho e suas respectivas dimnesões (físico, psicológico e social). Entende-se que, na concepção dos trabalhadores, quanto maior for o apoio (suporte) que a organização oferecer, menor a chance de que eles apresentem adoecimentos mais graves no ambiente laboral. Com base nos resultados, destaca-se a necessidade de programas de intervenção multiprofissionais com recursos humanos desenvolvidos por e dentro da organização com o objetivo de prevenção, diagnóstico e promoção da saúde dos seus trabalhadores.
O assédio moral e o sofrimento psíquico estão presentes na profissão do motorista pela tipicidade da atividade: exigências e cobranças de seus superiores, violência urbana, relação com os passageiros, o trânsito e a organização urbana de um modo geral. Este estudo tem como objetivo analisar qual é o efeito do assédio moral sobre os sofrimentos psíquicos adquiridos pelos motoristas de transportes urbanos na cidade de Natal/Rio Grande do Norte (RN). Para tanto, foi realizado um estudo quantitativo, descritivo e exploratório, tendo como público alvo os motoristas vinculados ao Sindicato dos Transportes Rodoviários do RN (SINTRO/RN). Foram entrevistados 161 motoristas, utilizando o Self Reporting Questionnaire (SRQ-20) e o Negative Acts Questionnaire, versão revisada (NAQ-R), além de questionário socioprofissional. Os resultados apontam que o assédio moral no trabalho causa o sofrimento psíquico e é causa direta dos transtornos mentais comuns (TMC) nos motoristas. Deste modo, este levantamento realizado permitiu conclusões estatísticas sobre o cotidiano dos motoristas de ônibus do Natal-RN, servindo como direcionamento de ações no âmbito das políticas públicas a fim de fomentar intervenções de promoção e prevenção à saúde, adjacentes aos atores do campo da saúde do trabalhador, bem como, sindicatos, serviços de saúde especializados (CEREST) e Ministério Público.
A presente investigação tem por objetivo realizar um estudo correlacional entre os construtos de suporte organizacional (SO), danos relacionados ao trabalho (DRT) e qualidade de vida (QV) no contexto da saúde do empregado brasileiro nas áreas da psicologia e de fisioterapia. Participaram da pesquisa 228 trabalhadores de organização pública e/ou privada, mediante respostas à Escala de Percepção de Suporte Organizacional (EPSO), Escala de Avaliação dos Danos Relacionados ao Trabalho (ADRT) e Escala de Qualidade de Vida (Medical Outcomes Study36. SF-36), além de informarem dados sociodemográficos por meio da solução eletrônica google forms. A análise de dados foi realizada usando o programa estatístico SPSSWIN - versão 24.0. Os resultados revelaram que o SO influenciou de forma negativa e significativa, apenas a variável DRT e suas respectivas dimensões (físico, psicológico, social). Em relação à QV, os achados dos domínios específicos apresentaram-se baixos e não significativos. A originalidade do artigo está na abordagem de uma lacuna científica, uma vez que outros estudos não exploram a importância da existência e/ou ausência de percepção do SO no público pesquisado e tem como implicações gerenciais a indicação da necessidade de programas de intervenção multiprofissionais, com o objetivo de prevenção, diagnóstico e promoção da saúde dos trabalhadores.
O campo da saúde do trabalhador assume práticas e conhecimentos que visa entender e intervir nas relações de trabalho e no processo saúde-doença, principalmente em uma sociedade que vive demasiadas mudanças econômicas, políticas e sociais. Assim, este artigo tem como objetivo descrever o perfil dos trabalhadores de uma empresa do ramo têxtil e de confecções atendidos em um Centro de Referência em saúde do Trabalhador (CEREST) do nordeste brasileiro e verificar se há prevalência de doenças nas ocupações estudadas. A pesquisa foi de caráter documental, em que foram analisados 268 prontuários abertos, de acesso restrito ao CEREST em questão. Os resultados apontaram que 85,4% são do sexo feminino e 14,5% são do sexo masculino, 45% chegaram ao serviço encaminhados pelo sindicato e 60,8% são da ocupação costureira. Para mulheres, foi visto que o teste Qui-quadrado apontou diferença na variação da incidência de doenças de acordo com a ocupação, tendo as doenças osteomusculares e do tecido conjuntivo como os acometimentos mais recorrentes. No entanto, não houve diferença na variação da incidência de doenças de acordo com a ocupação de homens. Também foi observado que 82,9% dos trabalhadores apresentam a sua capacidade laborativa comprometida e em 55,4% das CATs foram emitidas pelo sindicato. Os dados mostram que os novos tempos de revolução tecnológica, contraditoriamente, não produziram avanços significativos no campo da saúde do trabalhador, ainda vítima de um sistema fordista de produção e, por conseguinte, de adoecimento.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.