Com o objetivo de analisar a implantação de ações voltadas para a acessibilidade à atenção básica em um município da Bahia, Brasil, foi realizado estudo de caso único a partir de dois níveis de análise: organização do sistema e dos serviços. Os dados foram obtidos por intermédio de entrevistas semi-estruturadas, da observação das rotinas de atendimento e da análise documental. Das quatro unidades analisadas, três apresentaram nível intermediário de implantação de ações voltadas para a acessibilidade. As unidades de saúde da família tiveram melhor desempenho devido à presença de ações voltadas para o acolhimento e a referência a serviços especializados, porém apresentaram problemas para a marcação de consultas. Apesar do estabelecimento da atenção básica como porta de entrada ao sistema e da implantação da central de marcação de consultas especializadas, persistem barreiras organizacionais no município estudado. Recomenda-se a formulação de política específica para melhoria da acessibilidade voltada para a organização da oferta na perspectiva de mudança do modelo assistencial.
A procura e utilização dos serviços de saúde resulta de um conjunto de determinantes que incluem características socioeconômicas, demográficas, de saúde e da organização da oferta dos serviços. OBJETIVO: Caracterizar a acessibilidade e a utilização de serviços de saúde em duas Unidades de Saúde da Família (USF) do Distrito Sanitário da Liberdade (DSL), caracterizando o perfil de utilização e identificando fatores relacionados à acessibilidade sócio-organizacional e geográfica. MÉTODOS: Estudo transversal de base populacional com indivíduos de idade entre 20 e 75 anos, residentes da área de abrangência de duas USF. Analisou-se a acessibilidade segundo a procura ao serviço de saúde, a partir das características sócio-organizacional e geográfica e a utilização para consultas médicas na USF de referência. RESULTADOS: Mais de 50% dos entrevistados procuraram o serviço das USF e destes 78,7% afirmaram ter utilizado a consulta. Em relação à acessibilidade organizacional encontraram-se problemas como longo tempo de espera pela consulta. DISCUSSÃO: Barreiras geográficas foram encontradas no processo de utilização da USF, contudo estas não impediram a realização da consulta. A utilização da USF local foi maior entre as pessoas com menor nível socioeconômico.
Palavras-chaveAcolhimento, Humanização, Atenção básica, Monitoramento
Resumo: Este artigo teve por objetivo discutir potencialidades do grupo focal (GF) para o desenvolvimento de pesquisa sobre Vigilância Sanitária e Atenção Primária à Saúde. Foram realizados GF: com técnicos da vigilância sanitária municipal e profissionais das equipes de saúde da família. Para planejamento e montagem, foram observadas questões orçamentárias e estruturais, organizados roteiros, estabelecidas responsabilidades e selecionados os participantes. Os GF transcorreram com duplas de moderadores e observadores, suporte tecnológico e respeito aos aspectos éticos. Desafios não suplantaram potencialidades do uso da técnica, como a possibilidade de vocalização de profissionais da Vigilância Sanitária pela especificidade das atividades regulatórias, a neutralidade do ambiente para a realização da discussão entre os participantes, a oportunidade de diálogo gerada pela interação e a possibilidade de revisitar a realidade pelo olhar do outro. Conclui-se que a aplicação de uma técnica de pesquisa com rigor metodológico é condição necessária para a produção científica de qualidade.Palavras-chave: Grupos Focais; Vigilância Sanitária; Atenção Primária à Saúde. Potential of the focus group technique for research in health surveillance and primary health careAbstract: This article aimed to highlight the potential of the focus group (FG) for the development of research on Health Surveillance and Primary Health Care. GF were performed: with the municipal health sanitation and the professionals of the family health teams. To the planning and setting, in which not allowed, and the organized rotaries, greens and the tasks the storages. The FGs had double sessions of moderators and observers, technological support and respect for ethical aspects. Challenges did not supplant the potentialities of the use of the technique, as a possibility of vocalization of health professionals. The discipline of regulatory activities, a neutrality of the environment for an accomplishment of the task among the participants, an opportunity for dialogue generated by the interaction and a possibility to revisit a research by the method of a rigorous research technique is necessary for a scientific production of quality.Keywords: Focus Groups; Health Surveillance; Primary Health Care.
Resumo Foi realizado um estudo descritivo de agregados espaço-temporais abordando causas selecionadas de mortalidade evitável, no período compreendido entre 1980 e 1998. O Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) foram as fontes de dados utilizadas. Para a análise desses dados, foram calculados os coeficientes de mortalidade padronizados para tuberculose e doença cerebrovascular, além dos coeficientes de mortalidade infantil por diarréia e infecção respiratória aguda. A estratificação das capitais segundo condições de vida foi feita mediante técnica estatística da análise de componentes principais. Para cada uma das capitais, foram calculadas as brechas redutíveis de mortalidade (BRM) em relação ao estrato (BRE) e ao País (BRP), o percentual da redução anual e a razão de desigualdade entre as capitais. Verificou-se tendência majoritária de decréscimo dos indicadores na maioria das capitais brasileiras, tanto da mortalidade infantil por diarréia (entre-77,4% e-5,3%) como pelas infecções respiratórias agudas (entre-69,9% e-7,1%). A redução do valor médio das BRE para ambas as causas, em todo o período estudado, revela possível efeito dos programas específicos voltados para o controle desses agravos. Já em relação à mortalidade por tuberculose e doença cerebrovascular, embora houvesse ocorrido redução das médias qüinqüenais dos coeficientes de mortalidade na maioria das capitais, verificou-se aumento em diversas delas, o que indica problemas nas estratégias de controle. Por sua vez, o registro de valores elevados das BRP, ao lado das razões de desigualdade-que variaram entre 0,4 e 11,0-, revela a persistência de desigualdades regionais e sociais. Palavras-chave: desigualdades; diferenciais; mortes evitáveis; avaliação; brechas. Summary A descriptive ecological study was carried out on avoidable deaths in Brazilian urban settings from 1980 to 1998. The Mortality Information System (SIM), the Brazilian Institute of Geography and Statistics Foundation (IBGE) and the United Nations Development Programme (UNDP) were utilized as data sources. Standardized mortality rates were estimated for tuberculosis and cerebrovascular disease. Infant mortality rates for diarrhea and acute respiratory infection were also calculated. Stratification by city was done through principal component analysis. For each capital, the following were calculated: reducible mortality gaps (BRM), in relation to stratum (BRE), annual rate of reduction, and ratio of inequality between capitals. Decreases in infant mortality rates for diarrhea (between-77.4% and-5.3%) and acute respiratory infection (between-69.9% and-7.1%) were observed in most of the cities studied. There were also decreases in the attributable risk (BRE) related to both diseases during the study period. Those trends are compatible with the success of the programs directed to control both health problems. With respect to tuberculosis and cerebrovascular ...
Resumo Objetivo: Analisar a associação entre posição social e acesso aos serviços de saúde. Métodos: Estudo transversal em unidades da rede básica de saúde de Salvador, Bahia, Brasil, onde foi implementado um plano para melhorar a acessibilidade. Empregou-se teste qui-quadrado de Pearson e regressão logística. Resultados: Participaram 467 usuários, dos quais 75,6% não concluíram o ensino médio, 78,7% tinham renda inferior a dois salários mínimos e 51,8% exerciam ocupações intermediárias/qualificadas. Renda baixa associou-se a chegar na unidade de saúde na noite anterior ou antes das 8h (odds ratio = 2,09 - IC95% 1,13;3,87) e dispender mais tempo para marcar consulta (odds ratio = 2,13 - IC95% 1,05;4,31). Ocupação elementar associou-se ao agendamento presencial da consulta (odds ratio = 1,68 - IC95% 1,14;2,45). Escolaridade e trajetória social não mostraram associação significante com utilização de serviços de saúde. Conclusão: Permaneceram desigualdades sociais no acesso aos serviços após intervenção para melhoria da acessibilidade.
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