Introdução: Estudos recentes na área da Fonoaudiologia vêm considerando a velhice, para além de aspectos orgânicos, a partir da participação social e da autonomia da pessoa idosa. Nesse sentido, cabe ressaltar o papel da linguagem, concebida como atividade dialógica, na promoção do envelhecimento ativo, a qual depende da possibilidade de escutar e de ser escutado. Objetivo: Investigar a autopercepção de idosos a respeito de suas condições auditivas, de sua escuta e de suas estratégias de comunicação. Método: Tendo em vista a análise dialógica do discurso, foi realizada uma entrevista semiestruturada com sete idosos, com e sem perda auditiva, participantes de uma Oficina da Linguagem que ocorreu em uma Universidade localizada no Sul do Brasil, durante o ano de 2016. Resultados: Os enunciados produzidos pelos participantes evidenciam que os idosos fazem uso de estratégias para ouvir melhor, tais como aproximar-se do falante, olhar de frente e prestar atenção no outro. No que diz respeito à autopercepção da escuta, alguns idosos relacionam o fato de não ouvirem às experiências negativas na infância e aos seus anos na escola. Conclusão: A possibilidade ou dificuldade para escutar, na percepção dos participantes, distancia-se de explicações de caráter orgânico e indica a importância da valorização e do acolhimento à palavra singular do outro. Assim, essa percepção pode servir de referência a outros profissionais que trabalham com idosos, para que possam atuar, considerando cada idoso como único e suas produções discursivas como singulares. Essa mudança de olhar pode favorecer a autonomia, a qualidade de vida e a inserção social dessa parcela da população.
Purpose: to understand the effects that dialogical practices can have on the social participation and autonomy of people over 60 years old, as well as the way they face their own aging. Methods: this qualitative study was based on the dialogical discourse analysis, which considers language as the practice that organizes and signifies human actions. Thus, after dialogical practices developed during weekly meetings of 90 minutes, focused on oral, reading and writing activities related to elderly people´s life stories, the aged participants responded to a semi-structured interview. Results: the results allowed verifying that dialogical activities had positive effects on elderly people´s social participation and autonomy, so, they could have: a) more confidence and freedom to use the language; b) strength and reassurance to make decisions; c) more possibility to cope with aging; d) enhancement of their self-esteem and self-worth. Conclusion: it can be concluded that activities based on dialogical practices can promote an active, participatory aging, with a better quality of life.
O aumento da expectativa de vida vem fazendo crescer, no Brasil, o número de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), as quais devem investir na qualidade de vida de seus residentes. Nesse contexto, convém refletir sobre a importância da promoção da saúde junto a pessoas institucionalizadas, ressaltando aspectos interacionais, pois é por meio da participação social que elas podem permanecer ativas e integradas à comunidade em que vivem. Como objetivo de compreender o papel que atividades dialógicas assumem na promoção da saúde de idosos institucionalizados, o presente estudo, de caráter qualitativo, pautou-se na análise dialógica do discurso e contou com a participação de 14 residentes de duas ILPI, situadas no Sul do Brasil. Eles participaram de 16 encontros grupais, com duração de 90 minutos, que ocorreram semanalmente, em cada ILPI. Na visão dos idosos, práticas dialógicas proporcionaram-lhes bem-estar, contribuindo para que enfrentassem a rotina da instituição.
Direitos para esta edição cedidos à Atena Editora pelos autores. Open access publication by Atena Editora Todo o conteúdo deste livro está licenciado sob uma Licença de Atribuição Creative Commons. Atribuição-Não-Comercial-NãoDerivativos 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0).
Objetivo: analisar o conhecimento dos fonoaudiólogos sobre a violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes e compreender como eles atuam nesses casos. Método: trata-se de um estudo transversal, ocorrido a partir do envio de questionários aos 4.297 fonoaudiólogos, inscritos no CREFONO-3. Os dados obtidos foram explorados através da Análise do Conteúdo. Resultados: dos 75 fonoaudiólogos participantes, 39 (52%) atenderam a crianças e/ou adolescentes com suspeitas ou confirmações de violência. O público mais acometido foram crianças, com idades entre 2 e 12 anos. Os tipos mais citados de violência, foram a psicológica (41,3%) e a física (38,7%). A alteração fonoaudiológica mais encontrada, nas vítimas, foi o atraso no desenvolvimento da linguagem, relatado por 44,6% dos fonoaudiólogos. A respeito da autopercepção do fonoaudiólogo sobre seu conhecimento relativo à violência, 57,5% assinalaram deterem conhecimentos. Em se tratando da aptidão para identificarem, atenderem ou acompanharem casos de violência familiar contra crianças e/ou adolescentes, 65,3% dos fonoaudiólogos descreveram-se como aptos e 34,7% não se sentem preparados. Conclusão: o conhecimento do fonoaudiólogo sobre a violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes está voltado para os tipos de violência, as formas de identificação, a notificação do caso, a procedimentos de acolhimento e encaminhamentos, a relação entre os sintomas fonoaudiológicos e a violência e o despreparo do profissional para lidar com essas situações. Já, a atuação do fonoaudiólogo ocorre através da notificação dos casos, conversa com os familiares, encaminhamentos e/ou contato com outros profissionais.
Introdução: A Participação Social, a Autonomia e a Independência são considerados pilares no âmbito da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, capazes de sustentar a Qualidade de Vida da população que envelhece. A atuação fonoaudiológica voltada à promoção da saúde e à integração social deve considerar as singularidades dos sujeitos e suas histórias de vida. Objetivo: analisar aspectos relacionados à QV e as condições de saúde fonoaudiológica, na singular perspectiva de idosos que buscam atendimento clínico na área da Fonoaudiologia. Método: Participaram do estudo, vinte e uma pessoas idosas que buscavam atendimento fonoaudiológico, em uma clínica-escola, situada no Paraná. A coleta de dados ocorreu por meio de aplicação de questionário sobre o perfil sociodemográfico dos participantes e entrevista semiestruturada. Tal instrumento enfocou questões a respeito da opinião dos idosos sobre suas condições de saúde e qualidade de vida. Os dados constituídos pelo material linguístico-discursivo produzidos pelos participantes foram organizados e tratados por meio da Análise do Conteúdo. Resultados: os participantes apresentaram idades entre 61 e 84 anos, sendo a maioria formada por mulheres casadas, com escolaridade compatível com o ensino fundamental e com renda de até um salário mínimo. A principal queixa que apresentam vincula-se à perda auditiva. Entretanto, além de tal perda, atrelam o zumbido e dificuldades na deglutição como aspectos que intervêm negativamente na qualidade de vida, na medida em que prejudicam as relações interpessoais. Conclusão: para além de questões orgânicas, é necessário que o fonoaudiólogo considere o posicionamento do idosos, contribuindo para que se mantenham integrados à família e na comunidade em que estão inseridos. Além disso, esse profissional pode promover a participação ativa dos idosos na promoção da própria qualidade de vida.
Objetivo: investigar as alterações fonoaudiológicas encontradas em casos de violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes, bem como analisar a evolução e o desfecho dos casos atendidos por fonoaudiólogos. Método: Estudo transversal, produzido por meio da aplicação de questionários com fonoaudiólogos clínicos que atendiam a crianças e adolescentes nos estados do Paraná e Santa Catarina. A exploração dos dados foi pautada na metodologia de Análise do Conteúdo (AC). Resultados: Dos 75 fonoaudiólogos pesquisados, 52% atenderam a crianças e/ou adolescentes suspeitos ou confirmados de sofrerem violência. Deste número, 59,5% dos profissionais continuaram acompanhado os casos e 40,5% descontinuaram o acompanhamento. Conclusão: As alterações na linguagem foi a queixa fonoaudiológica mais encontrada nas vítimas. Em muitos casos não foi possível obter informações sobre o desfecho da situação de violência, devido ao abandono do trabalho fonoaudiológico. Nas situações com desfechos favoráveis, este acontecimento ocorreu devido à remoção do agressor do contexto familiar, o acompanhamento de todos os envolvidos ou o encaminhamento da vítima para tratamentos interdisciplinares. Com relação ao desenrolar da queixa fonoaudiológica, os casos que tiveram evolução, foram os acompanhados de maneira interdisciplinar, principalmente com tratamento psicólogo dos envolvidos. Pode-se notar, também, que os profissionais que relacionaram a queixa fonoaudiológica com a situação de violência atuaram de forma mais humanizada, olhando o sujeito como um todo, permitindo o seu progresso terapêutico.
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