“…Os autores consideram que o trabalho demanda uma visão interdisciplinar, buscando uma não naturalização da violência e a superação de uma visão dicotômica vítima-agressor (Nobrega, Gerlach, Oliveira, Bortoluci, & Beiras, 2017;Nobrega et al, 2018). Pensando na atuação de profissionais nesse contexto, é importante pautar que se faz necessário a construção de uma polícia na delegacia que oferte acolhimento e escuta, para além de ser um espaço de repressão, implicando-se no processo de subjetivação dos jovens (Santos, Beiras, & Enderle, 2018). Como continuam os autores, a polícia deve manter uma relação de alteridade com outro, reconhecendo vivências e locais de fala, o que permitiria a criação de espaços de escuta para os adolescentes e a possibilidade de um novo olhar sobre os sujeitos e suas vidas, até mesmo dentro da própria instituição pública, em que tudo assume uma politização; e, assim, seria preciso um certo movimento de reinvenção e de deslocamento por parte dos profissionais, levando a uma desconstrução e uma descontinuação no dia a dia (Santos et al, 2018).…”