2015
DOI: 10.4000/rccs.5904
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Violência colonial e testemunho: Para uma memória pós-abissal

Abstract: O silenciamento da Guerra Colonial portuguesa/ Guerras de Libertação (1961-1974) constitui um dos elementos mais estruturantes da reconstrução democrática e pós-imperial da sociedade portuguesa. Partindo de uma extensa recolha de histórias de vida de “deficientes das Forças Armadas”, o presente texto procura analisar as lutas pelo sentido trazidas pelas suas narrativas. Por um lado, procuramos perceber os termos de um confronto entre uma memória da violência, corporalmente inscrita, e a denegação da violência … Show more

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“…35 Embora que a dança tenha reconhecimento regional, razão pela qual é acionada constantemente como símbolo da comunidade, os elementos que incomodam porque remetem à escravatura, lembrando a dor, o sofrimento de milhões de pessoas, não comparem nas apresentações. Consideramos estas memórias a partir do que Martins (2015) denomina "memórias traumáticas" das quais não conseguimos falar, mas nos constituem. Segundo o estudioso, isto representa um excesso de memória, um excesso de dores carregadas (MARTINS, 2015), que ainda sendo nomeadas, e inclusive institucionalizadas pelo Estado, continuam a ser apagadas.…”
Section: Reverberações Da Diversidadeunclassified
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“…35 Embora que a dança tenha reconhecimento regional, razão pela qual é acionada constantemente como símbolo da comunidade, os elementos que incomodam porque remetem à escravatura, lembrando a dor, o sofrimento de milhões de pessoas, não comparem nas apresentações. Consideramos estas memórias a partir do que Martins (2015) denomina "memórias traumáticas" das quais não conseguimos falar, mas nos constituem. Segundo o estudioso, isto representa um excesso de memória, um excesso de dores carregadas (MARTINS, 2015), que ainda sendo nomeadas, e inclusive institucionalizadas pelo Estado, continuam a ser apagadas.…”
Section: Reverberações Da Diversidadeunclassified
“…Consideramos estas memórias a partir do que Martins (2015) denomina "memórias traumáticas" das quais não conseguimos falar, mas nos constituem. Segundo o estudioso, isto representa um excesso de memória, um excesso de dores carregadas (MARTINS, 2015), que ainda sendo nomeadas, e inclusive institucionalizadas pelo Estado, continuam a ser apagadas.…”
Section: Reverberações Da Diversidadeunclassified
“…Estas pessoas eram e são hoje os rostos vivos e irrefutáveis de um percurso historicamente entrelaça-do entre países, pessoas, culturas e identidades; mas também são as vozes silenciosas e esquecidas, mesmo aqui ao lado. Estas pessoas e de uma "forma defensiva" (Martins, 2014(Martins, , 2015, arrumaram nos seus sótãos e porões da memória o que sentiram com a sua partida de Moçambique, a perceção que tiveram de Portugal -a grande metrópole colonial -e o que pensam das suas vidas neste Portugal que se nomeia multicultural e europeu. Convido uma das minhas entrevistadas a falar da sua memória e identidade.…”
Section: Gentes Do 'Sul' Mesmo Aqui Ao Lado: Documentário IIunclassified
“…E, muitas vezes, os investigadores envolvem-se em reflexões e não consultam ou não interrogam, suficientemente, os outros, para terem em conta os elementos de reflexão, que podem ser algo dissonantes face aos paradigmas estabelecidos. (Khan, 2015: 78) É este divórcio flagrante que, mais do que preocupante para os Estudos Africanos, reflete de uma maneira muito clara o excesso da memória histórica e a relação entre memória histórica de uma sociedade e os estudos da memó-ria nela produzidos, validados e outros tantos silenciados (Martins, 2015). Porque não é só a relação e a visão de Portugal sobre as comunidades africanas aqui residentes que importa, é também necessário o estudo do 'outro lado da linha', a visão, representação e leitura destas comunidades sobre Portugal.…”
Section: Os Estudos Africanos No Contexto Pós-colonial Portuguêsunclassified