O turismo de base comunitária se apresenta como um modelo de atividade que prioriza o encontro e o respeito entre os anfitriões e visitantes, buscando o empoderamento local para atingir a autogestão e a emancipação social. Esta forma de turismo vem crescendo em áreas rurais de natureza preservada onde habitam populações tradicionais e desponta como uma tendência para ambientes como a Amazônia. A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, no Amazonas, abriga comunidades que procuram desenvolver suas próprias formas de turismo, associadas à conservação e à valorização da cultura. O objetivo deste trabalho é apresentar algumas opiniões de moradores da Reserva Amanã sobre o turismo, colhidas por meio de entrevistas, em reuniões ou durante pesquisa de caráter etnográfico, ao longo de mais de uma década de investigações na região. A diversidade de posições e expectativas revelam as diferentes perspectivas e o caráter contínuo do processo de construção do planejamento da atividade, que carrega consigo a esperança dos moradores em conquistar melhorias em suas vidas. Carências estruturais e desamparo governamental aparecem como limitações para o progresso local que podem tanto ser um empecilho para o turismo, quanto serem parcialmente atendidas pelo desenvolvimento da atividade.