Macaco, peixe, pássaro e turistas: atores locais e contextos globais associados à conservação da Amazônia

Abstract

Resumo A Amazônia tem se tornado cada vez mais um terreno de intensas e variadas disputas locais e transnacionais. No interior de suas matas, recortadas por miríades de grandes rios, paranãs e igarapés, habitam diversos povos de distintas matrizes étnico-culturais que dela dependem para sua sobrevivência. Este trabalho lança um olhar sobre as formas como alguns grupos locais lidam com questões atribuídas por agendas globais voltadas para a preservação da floresta. Através da relação entre três espécies da fauna e o turismo, busca compreender como esses grupos desenvolvem localmente seus processos de negociação e resolução de conflitos para praticar suas formas de conservação e desenvolvimento. Anos de pesquisa de campo, em duas áreas protegidas da Amazônia Brasileira, proporcionam a reflexão sobre as maneiras como a floresta é habitada e manejada, e revelam as formas como comunidades e instituições negociam interesses conflitantes sobre a conservação e o uso do ambiente.

O turismo na reserva de desenvolvimento sustentável Amanã pela perspectiva das comunidades locais

“…Dessa forma, contextos globais associados à conservação da Amazônia influem sobre e são influenciados pelas ações dos atores locais (Coelho e Gontijo, 2022). Um conceito muito difundido a partir da década de 80, é o de manejo comunitário de recursos naturais, quando buscou-se demonstrar a relação entre degradação ambiental e questões de empobrecimento rural, justiça social e direitos indígenas (Benatti, Mcgrath e Oliveira, 2003).…”