“…Nos casos em que existem diversas situações de risco em um mesmo contexto, o acúmulo de tais fatores pode extenuar os fatores de proteção, deixando o indivíduo em uma situação de vulnerabilidade (Zavaschi, 2009). Há escassez de estudos brasileiros que busquem identificar os fatores de risco e proteção à mulher encarcerada de forma direta, pois as pesquisas estão geralmente ligadas à saúde da mulher, ao crime cometido, ou a religiosidade dentro do ambiente prisional (Dell Agnolo, Belentani, Jardim, Carvalho, & Pelloso, 2013;Ferreira, Silva, Noronha Neto, Falbo Neto, Chaves & Bello, 2014;Quitete, Paulino, Hauck, Aguiar-Nemer & Silva-Fonseca, 2012). Em um estudo com 287 mulheres encarceradas no Rio Grande do Sul (Canazaro & Argimon, 2010), o perfil das participantes foi identificado como sendo a maioria solteira, jovem, tendo no mínimo dois filhos e tendo exercido atividades informais.…”
Este estudo objetivou descrever o perfil de mães encarceradas, identificando-se os fatores de risco e proteção, vivenciados ao longo de suas vidas, através de entrevista semiestruturada em cadeias e penitenciárias do Estado de São Paulo com 152 mães encarceradas. Tal amostra apresentou um perfil de uma mãe jovem, solteira, com três filhos, afrodescendente, de baixa renda e escolaridade, e tendo cometido o crime de tráfico de drogas. Foram identificados os seguintes fatores de risco: a) na infância: exposição à violência conjugal entre os pais; maus-tratos, sendo a punição corporal a modalidade mais frequente; e a prisão de um familiar; b) na vida adulta: violência pelo parceiro íntimo; familiares encarcerados; uso abusivo de álcool, tabaco e drogas; e tentativas de suicídio. Apenas um fator de proteção na infância foi relatado: um cuidador que as valorizaram positivamente, fazendo com que se sentissem especiais.
“…Nos casos em que existem diversas situações de risco em um mesmo contexto, o acúmulo de tais fatores pode extenuar os fatores de proteção, deixando o indivíduo em uma situação de vulnerabilidade (Zavaschi, 2009). Há escassez de estudos brasileiros que busquem identificar os fatores de risco e proteção à mulher encarcerada de forma direta, pois as pesquisas estão geralmente ligadas à saúde da mulher, ao crime cometido, ou a religiosidade dentro do ambiente prisional (Dell Agnolo, Belentani, Jardim, Carvalho, & Pelloso, 2013;Ferreira, Silva, Noronha Neto, Falbo Neto, Chaves & Bello, 2014;Quitete, Paulino, Hauck, Aguiar-Nemer & Silva-Fonseca, 2012). Em um estudo com 287 mulheres encarceradas no Rio Grande do Sul (Canazaro & Argimon, 2010), o perfil das participantes foi identificado como sendo a maioria solteira, jovem, tendo no mínimo dois filhos e tendo exercido atividades informais.…”
Este estudo objetivou descrever o perfil de mães encarceradas, identificando-se os fatores de risco e proteção, vivenciados ao longo de suas vidas, através de entrevista semiestruturada em cadeias e penitenciárias do Estado de São Paulo com 152 mães encarceradas. Tal amostra apresentou um perfil de uma mãe jovem, solteira, com três filhos, afrodescendente, de baixa renda e escolaridade, e tendo cometido o crime de tráfico de drogas. Foram identificados os seguintes fatores de risco: a) na infância: exposição à violência conjugal entre os pais; maus-tratos, sendo a punição corporal a modalidade mais frequente; e a prisão de um familiar; b) na vida adulta: violência pelo parceiro íntimo; familiares encarcerados; uso abusivo de álcool, tabaco e drogas; e tentativas de suicídio. Apenas um fator de proteção na infância foi relatado: um cuidador que as valorizaram positivamente, fazendo com que se sentissem especiais.
“…Essa pesquisa foi realizada pelo Núcleo de Ciências Comportamentais e do Desenvolvimento (NCCD), pelo departamento de farmacologia e fisiologia e, por fim, pelo Instituto Biomédico da Universidade Federal Fluminense. O seu objetivo é determinar a frequência de TEPT entre 134 mulheres encarceradas, no Rio de Janeiro, e sua relação com o uso de drogas na prisão (Quitete, Paulino, Hauck, Nemer, & Fonseca, 2012). Apesar de estar em regime prisional, o uso de drogas ilícitas é bastante comum entre as mulheres presas, cerca de 53% das entrevistadas relatam o uso, porém, o Estado não reconhece a existência de drogas nas unidades prisionais.…”
Section: Saúde Mental E O Uso E Abuso De Drogasunclassified
O aumento significativo do encarceramento de mulheres no Brasil tem trazido impacto para as políticas de segurança, administração penitenciária, assim como para as políticas específicas à desigualdade de gênero. Este texto decorre do mapeamento da literatura acessada em banco de dados e objetiva ampliar a discussão sobre a saúde das mulheres no Sistema Prisional, focalizando o recorte de gênero que circula nos artigos nacionais e internacionais publicados entre 2004 e 2015. Para construir o objeto de estudo, essas produções científicas foram acessadas nas bases de dados- Scientific Electronic Library Online (SCIELO); Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) -utilizando descritores: mulheres na prisão e mulheres em cárcere. Foram selecionados 74 artigos, nos quais identificou-se os temas: perfil(9), cotidiano(22), saúde(16), família(16), ressocialização(11) e mídia(1); as áreas de estudo em que foram produzidos: Enfermagem(5), Psicologia(15), Saúde Pública/Coletiva(16), Serviço Social(1), Medicina(10), Ciências Sociais(10), Direito(8), Educação (9); regiões e países. Foram selecionados os artigos identificados pela discussão de saúde e os subtemas foram definidos através dos resumos de cada texto e norteados pelo objetivo da pesquisa. Numa revisão dialógica da literatura, identificou-se que as produções apontam para as diferenças de gênero, sem apresentarem, entretanto, uma discussão sobre alguma teoria de gênero específica. Em sua maioria, referem-se ao gênero como todas as formas de construção social, cultural e linguística que diferenciam mulheres de homens e produzem seus corpos como corpos dotados de sexo, gênero e sexualidade.
“…Differences between men's and women's responses to trauma were found in other types of experiences as well 42 , and these may be related to gender differences in psychophysiological responses to stress, in the perception of threats, in coping strategies and in social support 43 . However, the literature also suggests that there are risks associated with the presence of PTSD symptoms in women 44 . Differences in peritraumatic dissociative responses between genders have been considered important in the explanation of the higher rates of PTSD in women 45 , which led us to control for this variable.…”
Background: Motor vehicle accidents (MVA) are traumatic experiences that are related to psychological disorders as posttraumatic stress disorder (PTSD). Peritraumatic dissociation and acute stress disorder (ASD) have been studied as predictors of PTSD. Studies have also found that women report more psychological symptoms after traumatic experiences than do men. Objective: Analyze the explanatory contribution of peritraumatic dissociative experiences, ASD symptoms and gender toward the subsequent development of PTSD. Method: One hundred twenty-four male and female victims of serious MVA were evaluated at the hospital (t1) and four months after the MVA (t2). Participants completed a peritraumatic dissociative experiences questionnaire (PDEQ) (t1), a questionnaire used to evaluate ASD (SASRQ) (t1) and a traumatic event scale (RTES) used to evaluate PTSD (t2). Results: Of the studied population, 64.5% report ASD (t1) and 58.9% report PTSD (t2). Peritraumatic dissociation and ASD symptoms are positively correlated with PTSD symptoms. Females report more peritraumatic dissociation, ASD and PTSD than do males. Peritraumatic dissociation, ASD and gender (female) explain 26.8% of the observed variance in PTSD symptoms (t2), with gender contributing only marginally to the model. Discussion: A high rate of MVA victims report PTSD, and peritraumatic responses predict the subsequent development of PTSD, suggesting the need to consider these predictors in methods for the prevention of psychopathology.
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