objetivo neste trabalho é analisar a capacidade de reprodução socioeconômica nas unidades produtivas agroalimentares do Extremo Norte do Rio Grande do Sul-BR a partir de rendas das cadeias curtas de comercialização. Para a operacionalização da pesquisa, foi utilizada a abordagem dos sistemas de produção, os quais dispõe de indicadores capazes de mensurar a eficiência em diferentes níveis nas unidades de produção. Foram entrevistados 31 agricultores, no período de outubro a novembro de 2019, e estratificados em três grupos. Como critério de estratificação, as rendas auferidas na comercialização de produtos/alimentos provenientes de cadeias curtas foram utilizadas. Em todos os grupos, existem produções in natura e agroindustrializadas, e, além do escoamento por canais curtos, também produtos escoados por intermédio de canais de comercialização convencionais. Unidades produtivas que desenvolvem somente produções sazonais para o comércio direto, em suma, têm níveis de eficiência menores e as rendas externas são determinantes para a reprodução da família. Unidades produtivas que buscam inserção predominantemente nas cadeias curtas possuem níveis de eficiência maiores por mão de obra e área útil. Outra evidência é que somente unidades produtivas que auferem quatro ou mais salários mínimos por mês de renda, advindo das cadeias curtas, conseguem se reproduzir economicamente e podem ter somente esta atividade como única fonte de renda. Entende-se que as cadeias curtas compreendem uma forma equitativa de produção e comercialização. Entretanto, entre os agricultores analisados, consideradas as especificidades de cada unidade e/ou sistema produtivo, outras formas de produção são necessárias para formar a reprodução socioeconômica das famílias.