A inserção dos agricultores nos mercados pode variar desde uma simples troca de excedentes a formas mais organizadas e complexas, construídas a partir de processos de interação social. Essas diferentes formas de troca de produtos são denominadas canais de comercialização, que se caracterizam por distintas formas de interação dos produtores com os mercados. Este trabalho tem por objetivo explorar e compreender as condições que podem estar relacionadas à participação dos produtores de frutas e hortaliças do Vale do Jaguari em diferentes canais de comercialização. A operacionalização da pesquisa se deu por aplicação de questionários junto aos 67 produtores que se declararam produtores de frutas e/ou hortaliças. Os dados foram analisados com o auxílio do software SPSS (Statistical Package for the Social Science) 21, utilizando técnicas de estatística descritiva e teste qui-quadrado. Observou-se que cada município apresenta diferentes formas de inserção dos fruticultores e horticultores nos mercados. Em Jaguari, o mercado territorial se destaca pela presença da Cooperativa Agrária S. José Ltda, enquanto em Nova Esperança do Sul os mercados de proximidade são mais representativos. O tipo de produto também interfere no acesso a um ou mais mercados. Comparativamente, em Nova Esperança do Sul, as relações comerciais são caracterizadas por vínculos interpessoais baseados na confiança e amizade entre os indivíduos, principalmente em pequenas comunidades; em Jaguari, a maioria das transações é baseada em valores monetários (preço), mas com forte ênfase na importância de questões de proveniência e reputação, que foram sendo construídas ao longo do tempo.