Abstract:Resistindo, denunciando, cansando, algumas vezes indignando-nos, a maioria do tempo estamos vivendo os extertores da universidade pública brasileira, em especial na área conhecida como Ciências Humanas e Sociais. Dentro do ideário neoliberal de Estado mínimo os recursos e financiamentos que têm sido alocados na educação superior pública e laica, em nosso país são, a cada ano, mais irrisórios. Interessa que, numa mesma universidade pública, os vários centros, institutos e departamentos se degladiem ferozmente e… Show more
“…Para Barros (2004), há uma necessidade de se produzir bifurcações no pensamento hegemônico, visto que esse é compatível com uma racionalidade e uma política que "desprezam os humanos e a vida", quando a universidade brasileira, em suas políticas educacionais de pesquisa e gestão, passa a funcionar com objetivos de cumprimento de metas produtivistas, produzindo perda do conhecimento independente, laico e reflexivo em função da promoção do conhecimento tecnocrático. A tecnocracia, o conhecimento tecnocrático e/ou tecnicismo cientificista também aparecem com funções de incompatibilidade nas discussões trazidas por Coimbra (2004), quando a autora afirma que tal tipo de conhecimento promove o reconhecimento de pesquisas como sendo mais nobres e de maior valor acadêmico do que outras, e por Simões (2004), que aponta para a avaliação da pós-graduação pensada e conduzida pela ótica da tecnocracia, ao invés de pela ótica do educador.…”
Section: Individualização E Competitividadeunclassified
“…Em Coimbra (2004), também são trazidas reflexões como a comparação do campus universitário como um "pregão", e do professor como um híbrido de cientista e de corretor de valores, visto o funcionamento da universidade como uma empresa capitalista e a necessidade de se preencher relatórios, de alimentar estatísticas, levantar verbas e promover visibilidade para si mesmo e seu departamento. Inflar as estatísticas de "boa gestão dos governos" aparece na discussão sobre políticas científicas (Castro, 2010) em conjunto com a lógica do capital, existente nos produtos e tecnologias demandados pelos governos.…”
Section: Individualização E Competitividadeunclassified
“…No contexto das políticas científicas, Castro (2010) destaca que a distribuição de recursos instaura a luta de todos contra todos; em Coimbra (2004), encontramos indignações acerca da competição por financiamentos escassos, sucateamento dos programas na área de humanidades e aumento abusivo de obrigações e de intolerâncias burocráticas. Nas discussões feitas pela autora, ainda aparece o aumento das exigências de capacitação docente e a diminuição para suas condições (Coimbra, 2004).…”
Section: Individualização E Competitividadeunclassified
“…No contexto das políticas científicas, Castro (2010) destaca que a distribuição de recursos instaura a luta de todos contra todos; em Coimbra (2004), encontramos indignações acerca da competição por financiamentos escassos, sucateamento dos programas na área de humanidades e aumento abusivo de obrigações e de intolerâncias burocráticas. Nas discussões feitas pela autora, ainda aparece o aumento das exigências de capacitação docente e a diminuição para suas condições (Coimbra, 2004). Ferreira (2011, s/p) discute que "[...] a promessa de recursos e reconhecimento está submetida à entrada em um sistema de competição regulada (e altamente burocratizada no nosso caso) [...]", e que o trabalho investido é muito superior aos recursos distribuídos; Mancebo (2009), por sua vez, considera que está naturalizada a escassez de recursos, tornando-se "competente" aquele que consegue acessá-los.…”
Section: Individualização E Competitividadeunclassified
“…A estigmatização, desqualificação e negação são inscrições que também se desenham em meio a outras discussões. Acerca de solicitações às agências de fomento não atendidas, pesquisas e pesquisadores são marcados como pouco qualificados e incompetentes (Coimbra, 2004). Como consequência, a autora aponta para a ausência de determinados temas nos cursos, pesquisas e extensões a partir do momento em que temas colocados como políticos são classificados como nãocientíficos (Coimbra, 2004).…”
A proposta deste artigo é propor uma reflexão sobre os modos de subjetivação produzidos pelo sistema avaliativo nos programas de pósgraduação em psicologia. De que maneira nos reconhecemos nessa e diante dessa tecnologia? Quais são os modos de tensionarmos e configurarmos suas forças atuantes? Como nos produzimos e nos estetizamos nesse cenário? Tais questionamentos nos levam à construção de seis camadas, quais sejam: problema contemporâneo; controle e regulação; produtividade; individualização e competitividade; exclusão e hierarquia; outros modos de se reconhecer, constituir e estetizar. Convidamos o leitor a encontrar brechas e possibilidades de escapar aos funcionamentos mais nocivos do sistema avaliativo, bem como encontrar nele mesmo modos de transformá-lo em outras potencialidades.
“…Para Barros (2004), há uma necessidade de se produzir bifurcações no pensamento hegemônico, visto que esse é compatível com uma racionalidade e uma política que "desprezam os humanos e a vida", quando a universidade brasileira, em suas políticas educacionais de pesquisa e gestão, passa a funcionar com objetivos de cumprimento de metas produtivistas, produzindo perda do conhecimento independente, laico e reflexivo em função da promoção do conhecimento tecnocrático. A tecnocracia, o conhecimento tecnocrático e/ou tecnicismo cientificista também aparecem com funções de incompatibilidade nas discussões trazidas por Coimbra (2004), quando a autora afirma que tal tipo de conhecimento promove o reconhecimento de pesquisas como sendo mais nobres e de maior valor acadêmico do que outras, e por Simões (2004), que aponta para a avaliação da pós-graduação pensada e conduzida pela ótica da tecnocracia, ao invés de pela ótica do educador.…”
Section: Individualização E Competitividadeunclassified
“…Em Coimbra (2004), também são trazidas reflexões como a comparação do campus universitário como um "pregão", e do professor como um híbrido de cientista e de corretor de valores, visto o funcionamento da universidade como uma empresa capitalista e a necessidade de se preencher relatórios, de alimentar estatísticas, levantar verbas e promover visibilidade para si mesmo e seu departamento. Inflar as estatísticas de "boa gestão dos governos" aparece na discussão sobre políticas científicas (Castro, 2010) em conjunto com a lógica do capital, existente nos produtos e tecnologias demandados pelos governos.…”
Section: Individualização E Competitividadeunclassified
“…No contexto das políticas científicas, Castro (2010) destaca que a distribuição de recursos instaura a luta de todos contra todos; em Coimbra (2004), encontramos indignações acerca da competição por financiamentos escassos, sucateamento dos programas na área de humanidades e aumento abusivo de obrigações e de intolerâncias burocráticas. Nas discussões feitas pela autora, ainda aparece o aumento das exigências de capacitação docente e a diminuição para suas condições (Coimbra, 2004).…”
Section: Individualização E Competitividadeunclassified
“…No contexto das políticas científicas, Castro (2010) destaca que a distribuição de recursos instaura a luta de todos contra todos; em Coimbra (2004), encontramos indignações acerca da competição por financiamentos escassos, sucateamento dos programas na área de humanidades e aumento abusivo de obrigações e de intolerâncias burocráticas. Nas discussões feitas pela autora, ainda aparece o aumento das exigências de capacitação docente e a diminuição para suas condições (Coimbra, 2004). Ferreira (2011, s/p) discute que "[...] a promessa de recursos e reconhecimento está submetida à entrada em um sistema de competição regulada (e altamente burocratizada no nosso caso) [...]", e que o trabalho investido é muito superior aos recursos distribuídos; Mancebo (2009), por sua vez, considera que está naturalizada a escassez de recursos, tornando-se "competente" aquele que consegue acessá-los.…”
Section: Individualização E Competitividadeunclassified
“…A estigmatização, desqualificação e negação são inscrições que também se desenham em meio a outras discussões. Acerca de solicitações às agências de fomento não atendidas, pesquisas e pesquisadores são marcados como pouco qualificados e incompetentes (Coimbra, 2004). Como consequência, a autora aponta para a ausência de determinados temas nos cursos, pesquisas e extensões a partir do momento em que temas colocados como políticos são classificados como nãocientíficos (Coimbra, 2004).…”
A proposta deste artigo é propor uma reflexão sobre os modos de subjetivação produzidos pelo sistema avaliativo nos programas de pósgraduação em psicologia. De que maneira nos reconhecemos nessa e diante dessa tecnologia? Quais são os modos de tensionarmos e configurarmos suas forças atuantes? Como nos produzimos e nos estetizamos nesse cenário? Tais questionamentos nos levam à construção de seis camadas, quais sejam: problema contemporâneo; controle e regulação; produtividade; individualização e competitividade; exclusão e hierarquia; outros modos de se reconhecer, constituir e estetizar. Convidamos o leitor a encontrar brechas e possibilidades de escapar aos funcionamentos mais nocivos do sistema avaliativo, bem como encontrar nele mesmo modos de transformá-lo em outras potencialidades.
Ao considerar o contexto biopolítico contemporâneo, o artigo procura discutir a produção de conhecimentos no cotidiano junto às vidas “precarizadas”, a partir de uma experiência de pesquisa-intervenção com pessoas em situação de rua e usuários da rede de atenção psicossocial. A pesquisa teve como objetivo conhecer o cotidiano dessas pessoas, sua relação com as redes de saúde e de assistência social, fomentando autonomia e participação política, através da relação arte-cidade. Com base na perspectiva da Análise Institucional, foram propostas ações e espaços coletivos envolvendo pensamento, expressão artística e formação política, através da realização de oficinas, debates e rodas de conversa. Os achados indicam que a intercessão entre política, arte e cidade no encontro com essas vidas colocam em questão as formas instituídas de viver e pesquisar, desafiando a produção de novas formas de conhecimentos efetivamente comprometidos com a afirmação de todas as vidas.
O artigo constitui relato de pesquisa acerca do fenômeno da precarização e da flexibilização laboral no âmbito da Universidade Pública Brasileira, investigando a experiência de trabalho dos professores substitutos. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas e os dados, construídos a partir da Análise Sociológica do Discurso. Propomo-nos a investigar o lugar ocupado pelo trabalho na vida desses professores e quais as evidências de flexibilização e precarização identificadas por eles em seu exercício profissional. Além disso, pretendemos colaborar com as discussões sobre os processos de subjetivação através do trabalho, investigando os impactos aludidos pelos professores substitutos em sua constituição subjetiva. Âmbito em que a temporalidade constitui recurso privilegiado de compreensão das transformações que caracterizam a contemporaneidade.
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