Introdução: é possível definir a morfologia facial e o padrão de crescimento em idade precoce, a partir da dentadura decídua completa. Objetivos: frente à escassez de trabalhos na literatura pertinente ao assunto, a presente pesquisa explora o diagnóstico epidemiológico da face no estágio de dentadura decídua. Metodologia: a amostra foi composta por 2.009 crianças de etnia brasileira, de ambos os gêneros, entre 3 e 6 anos de idade, no período de dentadura decídua completa, de 20 pré-escolas do município de Bauru/SP. Resultados e Conclusões: baseandose nos resultados obtidos no levantamento epidemiológico, foi encontrado -na análise em norma lateral -predomínio de crianças Padrão I (63,22%) em relação ao Padrão II (33,10%) e Padrão III (3,68%), não havendo diferenças estatisticamente significativas quanto ao gênero. Na análise em norma frontal, houve predomínio do tipo mesofacial (64,56%) em relação ao dolicofacial (21,90%) e braquifacial (13,54%), sendo que a proporção do tipo braquifacial nas meninas foi significativamente superior em relação aos meninos. Na distribuição dos tipos faciais frontais dentro dos padrões faciais sagitais ficou evidenciada uma manifestação mais freqüente do tipo dolicofacial dentro dos Padrões II e III, sendo encontrado dimorfismo quanto ao gênero, notadamente no Padrão I, onde houve maior manifestação do tipo braquifacial e menor manifestação do dolicofacial no gênero feminino.
A R T I G O I N É D I T O * Ortodontista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC/USP
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURAA ligação entre Ortodontia e face é tão antiga quanto o nascimento da própria especialidade, em finais do século XIX. A relação entre as duas tem sido próxima e profícua. Um exemplo está na eleição, por Angle, da face de Apolo do Belvedere como ideal de equilíbrio e beleza. Desde então, sucessivas gerações de ortodontistas têm sublinhado a face dentro dos objetivos terapêuticos. Apesar deste reconhecimento, as características faciais, por falha metodológica, não tiveram interação clí-nica perfeita com o ofício da Ortodontia, em toda sua trajetória. De fato, isso aconteceu, principalmente, pela reduzida competência ortodôntica em influenciar substancialmente a geometria facial.Contudo, o avanço tecnológico das técnicas cirúrgicas de manipulação da maxila e mandíbula estimulou abertamente o culto à face, criando estratégias para definir o erro esquelético mediante análise clínica da face. A análise facial passou a ter