Streptococcus agalactiae: colonização de gestantes de alto risco em um hospital regional da Amazônia brasileira e perfil de sensibilidade aos antimicrobianos

Abstract

INTRODUÇÃO: Estreptococo do grupo B (EGB) ou Streptococcus agalactiae em indivíduos imunossuprimidos, como os neonatos, pode resultar em uma série de complicações e doenças, podendo levar até à morte. OBJETIVOS: Caracterizar o perfil clínico-epidemiológico de gestantes colonizadas por S. agalactiae e determinar o perfil de sensibilidade antimicrobiana dos isolados em um hospital na Amazônia. MATERIAIS E MÉTODOS: As coletas dos espécimes clínicos foram realizadas no período de 15 de março a 15 de abril de 2019 considerando as diretrizes do Centers for Disease Control and Prevention. A identificação fenotípica foi realizada de acordo com as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e para o teste de sensibilidade antimicrobiana, foram seguidas as especificações do Clinical and Laboratory Standards Institute. RESULTADOS: A colonização por EGB foi detectada em 34,0% das gestantes; as doenças crônicas mais frequentes foram hipertensão (26,0%) e diabetes (10,0%). Os antimicrobianos linezolida, vancomicina e meropeném foram os mais eficazes contra as bactérias. Verificou-se alta taxa de resistência para ciprofloxacina (82,4%) e cloranfenicol (70,6%). Das cepas analisadas, 88,2% eram multirresistentes. CONCLUSÃO: A presença de EGB entre as gestantes de alto risco e a detecção de cepas multirresistentes, inclusive com resistência a penicilinas e cefalosporinas, traz à tona a importância da triagem para a detecção dessa bactéria durante a gestação e o início da antibioticoprofilaxia, ressaltando a necessidade de adequar a prática de acompanhamento pré-natal local às recomendações vigentes.

A Importância Da Detecção De Streptococcus Agalactiae Em Gestantes

“…Elósegui et al (2022) explica que para impedir a infecção neonatal pelo Streptococcus agalactiae é necessário que seja feita a identificação da bactéria e a profilaxia intraparto antes do nascimento do bebê. Ribeiro et al (2021) complementam explicando que a realização do rastreio de Estreptococo do grupo B deve ser feita entre a 35ª e a 37ª semana gestacional com o objetivo de identificar o agente patogênico e o seu perfil de sensibilidade em infecções durante a gestação para que se estabeleça um tratamento eficaz.…”

Prevalência de Streptococus agalactiae em gestantes do município de Maringá-Paraná: um estudo retrospectivo

“…Diante da importância sanitária da identificação da colonização de gestantes pelo S. agalactiae e de se realizar a prevenção da transmissão vertical deste patógeno nota-se um crescente interesse dos pesquisadores brasileiros sobre este assunto. De acordo com Ribeiro et al (2021) o conhecimento sobre a colonização do EGB em gestantes é de grande valia, pois além dos riscos que causam à saúde da mãe e do feto, este microorganismo está fortemente relacionado à importantes taxas de resistência antimicrobiana.…”

“…Tabela 1. Prevalência de colonização pelo S. agalactiae em gestantes do município de Maringá-PR entre os anos 2017 a 2020. que, a colonização ou não das gestantes parece ser associado a alterações anatômicas e fisiológicas da vagina, como hipertrofia das paredes vaginais, aumento do fluxo sanguíneo, alterações do pH e temperatura vaginal, além de alguns hábitos de higiene íntima como, por exemplo, o uso de duchas e sabonetes íntimos (Lima et al, 2013, Ribeiro et al, 2021.…”

“…Um estudo recente realizado por Ribeiro et al (2021) caracterizou o perfil clínico-epidemiológico de 50 gestantes colonizadas por S. agalactiae no estado no Amazonas e identificaram que a colonização pelo ECB foi de 34% na população estudada. Já uma pesquisa semelhante realizada no estado do Rio de Janeiro revelou que 26,2% das 3.647 gestantes entre a 35ª e a 37ª semana gestacional estavam colonizadas pelo microrganismo (Botelho et al, 2018) demonstrando uma importante taxa de colonização nas gestantes brasileiras.…”

Incidência de Streptococcus Agalactiae em gestantes e neonatal uma revisão bibliográfica

“…Se for identificada bacteriúria, ou seja, presença de bactérias na urina, o obstetra estabelecerá tratamento com antibioticoterapia adequado para combater as mesmas. Entre a trigésima quinta e trigésima sétimas semanas de gestação é aconselhável os obstetras fazerem o exame de cultura para EGB, que consiste na coleta de material da vaginal e anal para pesquisar a presença do S. agalactiae 8 .…”