Abstract:RESUMO:Compreender a forma pela qual se estruturam as relações sociais, em especial as relações desiguais de obediência e dominação que justificam a autoridade e a natureza das obrigações políticas, tem sido uma tarefa constante do pensamento humano. Neste texto sustentamos que Michel Foucault deu uma contribuição inegável a uma compreensão melhor desta ordem de fenômenos. Na primeira parte examinamos algumas das características do seu conceito de poder. Na segunda, privilegiamos um outro eixo de análise, acom… Show more
“…A partir dessa assertiva, entende-se o poder da empresa não como centralizador e hierárquico, mas sim como algo relacional e dinâmico, que envolve diferentes forças, que se chocam e que se contrapõem dentro de uma mesma ordem, estruturando diferentes práticas que veiculam e põem em funcionamento tais relações de poder (MAIA, 1995). Desse modo, o exercício do poder é sempre uma estrutura de ações, ele "[...] incita, induz, seduz, torna mais fácil ou mais difícil; no extremo, restringe ou proíbe absolutamente; é, no entanto, sempre um modo de agir ou ser capaz de ações.…”
Section: Foucault E As Contribuições Para a Teoria Da Empresarizaçãounclassified
O presente artigo visa abordar e discutir os estudos sobre o processo de empresarização do mundo no âmbito dos estudos organizacionais e apontar um novo caminho para se repensar os escritos sobre esse tema. Dito isso, este trabalho articula e desenvolve um novo olhar a partir de uma perspectiva foucaultiana, a qual busca compreender, de forma complementar ao que já foi escrito, o fenômeno da empresarização. Para tanto, optou-se pela realização de um artigo de cunho teórico, realizado a partir de uma revisão dos escritos acerca da teoria da empresarização nos estudos organizacionais, bem como dos escritos do filósofo Michel Foucault. Cabe destacar, por fim, que o intuito de mobilizar as contribuições teóricas de algumas das obras de Michel Foucault está diretamente relacionado com o propósito de lançar um olhar complementar para se pensar o fenômeno da empresarização como um processo que se manifesta a partir da centralidade e do poder da empresa na modernidade, além de evidenciar a potência que o fenômeno possui através da construção de uma visão que privilegia as relações de poder.
“…A partir dessa assertiva, entende-se o poder da empresa não como centralizador e hierárquico, mas sim como algo relacional e dinâmico, que envolve diferentes forças, que se chocam e que se contrapõem dentro de uma mesma ordem, estruturando diferentes práticas que veiculam e põem em funcionamento tais relações de poder (MAIA, 1995). Desse modo, o exercício do poder é sempre uma estrutura de ações, ele "[...] incita, induz, seduz, torna mais fácil ou mais difícil; no extremo, restringe ou proíbe absolutamente; é, no entanto, sempre um modo de agir ou ser capaz de ações.…”
Section: Foucault E As Contribuições Para a Teoria Da Empresarizaçãounclassified
O presente artigo visa abordar e discutir os estudos sobre o processo de empresarização do mundo no âmbito dos estudos organizacionais e apontar um novo caminho para se repensar os escritos sobre esse tema. Dito isso, este trabalho articula e desenvolve um novo olhar a partir de uma perspectiva foucaultiana, a qual busca compreender, de forma complementar ao que já foi escrito, o fenômeno da empresarização. Para tanto, optou-se pela realização de um artigo de cunho teórico, realizado a partir de uma revisão dos escritos acerca da teoria da empresarização nos estudos organizacionais, bem como dos escritos do filósofo Michel Foucault. Cabe destacar, por fim, que o intuito de mobilizar as contribuições teóricas de algumas das obras de Michel Foucault está diretamente relacionado com o propósito de lançar um olhar complementar para se pensar o fenômeno da empresarização como um processo que se manifesta a partir da centralidade e do poder da empresa na modernidade, além de evidenciar a potência que o fenômeno possui através da construção de uma visão que privilegia as relações de poder.
“…These three concepts are different power technologies that have coexisted in the complex arrangements of the Western society after the 16 th century 3 .…”
Section: Governmentality In Michel Foucaultmentioning
confidence: 99%
“…The author also approached biopower, whose objective was the body and life, but viewed as belonging to a species, a set, a multiplicity known as COMUNICAÇÃO SAÚDE EDUCAÇÃO population, on which regularities and laws are imposed. In this sense, governmentality marks a transition: it is important to govern the others in articulation with the government of the self, with practices and exams that are put into operation so that each individual governs himself 3 . According to the philosopher, governmentality is the "contact between the technologies of domination of others and those of the self" 4 (p.…”
Section: Governmentality In Michel Foucaultmentioning
The paper presents an essay on the concept of governmentality according to Michel Foucault and some of its expressions in the everyday life of the Health Care Residency programs. The process of building the learning images in the programs showing how this concept appears, was developed based on a PhD research concluded in 2013.
“…Colocam-se na esfera de discussão dos processos de trabalho que, notadamente a partir do livro de Harry Braverman, Trabalho e capital monopolista (1977) questionaram o poder, o controle e a resistência, desaguando na visão da organização como lócus do processo de trabalho e na critica do sobretrabalho e da desqualificação (Sewell, 1998). Entre nós o artigo pioneiro de Fernando Prestes Motta (1981), o artigo de Antônio Maia (1995), os textos de Rafael Alcadipani da Silveira (2000 e Thiry-Cherques (2008) trouxeram à analítica do poder disciplinar e a perspectiva crítica de Foucault à literatura organizacional, enquanto a visão das pessoas enquanto trabalhadores foi tratada no âmbito da análise organizacional por Segnini (1986), por Motta et alli (2000) e por Alcadipani et alli (2000).…”
RESUMOEste artigo trata dos efeitos das teorias de Michel Foucault no domínio da gestão do trabalho. Apresenta as noções fundamentais dos condicionantes do valor-trabalho a saberes e poderes circunstanciais. Discute como racionalidades contextuais e transitórias conformam as práticas gerenciais referidas ao esforço produtivo. O artigo conclui com uma interpretação das implicações dos conceitos inerentes à racionalidade técnica para o entendimento do fenômeno do trabalho na atualidade.
Palavras-chave:Gestão; trabalho; Foucault; racionalidade; poder ABSTRACT This article deals with the effects of Michel Foucault's theories on work management. It presents the fundamental notions of the conditioners of labor value to knowledge and circumstantial powers. It discusses how contextual and transitional rationalities conform the managerial practices referred to the productive effort. The article concludes with an interpretation of the implications of the concepts inherent to the technical rationality for the understanding of the work phenomenon in the present time.Keywords: Management; work; labor; Foucault; rationality; power RESUMEN Este artículo trata de los efectos de las teorías de Michel Foucault en el ámbito de la gestión del trabajo. Presenta las nociones fundamentales de los condicionantes del valor-trabajo a saberes y poderes circunstanciales. Discute cómo las racionalidades contextuales y transitorias conforman las prácticas gerenciales referidas al esfuerzo productivo. El artículo concluye con una interpretación de las implicaciones de los conceptos inherentes a la racionalidad técnica para el entendimiento del fenómeno del trabajo en la actualidad.Palabras clave: Gestión; Trabajo; Foucault; La racionalidad; El poder
IntroduçãoA obra de Foucault provocou um deslocamento temático nas ciências de gestão. Com base nos seus trabalhos a dinâmica organizacional foi problematizada e foram questionadas as relações entre a ação operacional e as mudanças estruturais, entre o poder e a resistência, entre a autoreflexividade e a prática coletiva. Estas análises capturaram não só a racionalidade, mas as "tecnologias": estilos, definições, ordens, regulações da governança empresarial e da governança pública (Rose, 1990). Denunciaram o encobrimento das diferenças de interesses entre as organizações e os empregados, a falha em respeitar as contradições e a sua lógica, a valorização excessiva do mercado e do consumidor à custa da debilitação e da desvalorização sujeito produtivo (Barrat; 521).A trajetória de Foucault pode ser dividida em três etapas epistemológicas que se superpõem e se absorvem umas às outras na medida em que o seu pensamento evolui. De início, a análise das formações discursivas; depois a ampliação destas análises para incluir as práticas culturais e a questão do poder, seu exercício e sua relação com o saber; por último, o estudo do biopoder e das estruturas de controle social. O tema / trabalho/ não é central neste percurso, mas as implicações das suas análises tocam e modificam, às
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