Sistemas de pensamento na educação e políticas de inclusão (e exclusão) escolar: entrevista com Thomas S. Popkewitz

Abstract

Resumo Nos discursos pedagógicos contemporâneos, a defesa do direito à educação aparece quase sempre associada a enunciados de teor psicológico e/ou sociológico sobre a importância de se respeitar e levar em conta as diferenças individuais no ensino, condição considerada indispensável para tornar a escola inclusiva. Como se difunde essa convicção no campo educacional? E quais os seus efeitos nas reformas educativas, na formulação dos currículos, no trabalho dos professores e nas experiências vividas pelos alunos? A partir dessas e outras questões, tivemos a oportunidade e a alegria de entrevistar Thomas S. Popkewitz, Professor da Universidade de Wisconsin-Madison, que tem como um de seus principais interesses de pesquisa a formação histórica dos sistemas de pensamento, em particular o modo como se produzem, divulgam e implementam ideias no campo educacional, por meio da formulação dos currículos e reformas educativas. Nessa conversa, o autor emprega o conceito de alquimia para pensar sobre os modos como o currículo opera a conversão das disciplinas científicas em disciplinas escolares. Popkewitz considera que os currículos e reformas educativas expressam medo em relação às crianças que parecem refratárias à escolarização, as quais são vistas como uma ameaça ao futuro. Observa que essas crianças são o alvo das políticas de inclusão, as quais, no mesmo movimento que pretende incluí-las, as excluem ao nomear e tornar visíveis suas “diferenças”, percebidas como desvantagens.

O tornar-se sujeito nos currículos de ciências e biologia

“…5 Elas se referem ao mapeamento e análise de produções acadêmicas, à ensaios mais centralmente teóricos e à inserção de mulheres na atividade científica. 6 Do original systems of reason, que em português tem sido traduzido tanto como sistemas de razão (POPKEWITZ, 2020) quanto como sistemas de pensamento (JAEHN;FERREIRA, 2012;GIL, 2016).…”

epistemología social de Thomas Popkewitz

“…Así, podemos criticar el punto de vista de Popkewitz, pues en lugar de ofrecer, como en una buena argumentación racional, medios y fines argumentales (Pereda, 1994), sólo nos ofrece medios, como lo reconoció en una entrevista en Brasil (Godinho y De Lacerda, 2016). De este modo, sólo aporta en sus descripciones algunas sospechas a ciertos problemas, pero ninguna advertencia de lo "más peligroso", como lo sugirió Foucault; mucho menos alguna alternativa.…”

Reorganização do sistema de ensino em tempos democráticos: reforma curricular de 1951 e o ensino de história

“…Além disso, em entrevista, este autor adverte sobre a importância de perceber que a reforma é frequentemente mobilizada como meio de usar a escola para mudar o modo como as pessoas pensam a si mesmas, a sociedade e a história, o quenos leva a refletir sobre a importância de continuar investigando as dinâmicas curriculares, tendo em vista, especialmente, o fato de ser o currículo, na concepção deste autor, o lugar onde se processa a reforma (Lima & Gil, 2016). Goodson (2013), por sua vez, argumentou que em momentos de disputas sobre os saberes disciplinares, a renovação curricular nem sempre ocorre.…”