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Cada sociedade elege um núcleo de preocupações ao qual confere centralidade. Em torno desse núcleo se elaboram perguntas e temas constantes, e sofisticados aparatos conceituais que se destinam tanto a amenizar os dilemas como a ampliar os questionamentos -as prioridades se estendendo, inclusive, às formas e aos meios pelos quais essas perguntas são enunciadas e reiteradas. 2Este ensaio buscará se aproximar de um desses núcleos; aproximação, evidentemente, parcial e com objetivos modestos e delimitados. Trata-se de uma geografia imaginativa que, no Brasil, desenhou uma categoria de espaço, o sertão, como uma das formas principais de falar e definir a nação, e que escolheu o cinema como um meio de expressão apropriado. A tentativa será a de compreender como uma narrativa de importância ímpar na filmografia nacional, Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha (1964), construiu o sertão, quais as imagens e as figuras utilizadas, e como esse sertão delineia e projeta o Brasil. Nas páginas que se seguem -além de abordar, na parte inicial do ensaio, as relações entre tropo, espaço e sertão -argumentarei que Glauber Rocha constrói poderosas alegorias da nação. Em Deus e o Diabo, o sertão se constitui naquilo que identifica o Brasil diante de seus outros e num outro da nação. As alegorias do filme, elaboradas no epicentro dessas relações de alteridade, se distanciam das alegorias pedagógicas e previsíveis, e nos apresentam um sertão dilacerado, inscrevendo
Cada sociedade elege um núcleo de preocupações ao qual confere centralidade. Em torno desse núcleo se elaboram perguntas e temas constantes, e sofisticados aparatos conceituais que se destinam tanto a amenizar os dilemas como a ampliar os questionamentos -as prioridades se estendendo, inclusive, às formas e aos meios pelos quais essas perguntas são enunciadas e reiteradas. 2Este ensaio buscará se aproximar de um desses núcleos; aproximação, evidentemente, parcial e com objetivos modestos e delimitados. Trata-se de uma geografia imaginativa que, no Brasil, desenhou uma categoria de espaço, o sertão, como uma das formas principais de falar e definir a nação, e que escolheu o cinema como um meio de expressão apropriado. A tentativa será a de compreender como uma narrativa de importância ímpar na filmografia nacional, Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha (1964), construiu o sertão, quais as imagens e as figuras utilizadas, e como esse sertão delineia e projeta o Brasil. Nas páginas que se seguem -além de abordar, na parte inicial do ensaio, as relações entre tropo, espaço e sertão -argumentarei que Glauber Rocha constrói poderosas alegorias da nação. Em Deus e o Diabo, o sertão se constitui naquilo que identifica o Brasil diante de seus outros e num outro da nação. As alegorias do filme, elaboradas no epicentro dessas relações de alteridade, se distanciam das alegorias pedagógicas e previsíveis, e nos apresentam um sertão dilacerado, inscrevendo
This paper’s object consists of the problematizations regarding the popular which are internal to the expressive formats (in this case, the feature film) specific to the audiovisual culture in Brazil. The goals of correlating the Brazilian popular with audiovisual culture result from these two crossed intuitions: a) we understand that the popular, when defined as an object, participates in the constitution of epistemological and artistic fields in the country, mediating them to some extent; b) the popular also becomes subsidies to the designations of the socio-technical audiovisual system in the country. From the cinematographic authorial tradition that emerged between the 1950s and 1960s, we understand that the examination of the historical-empirical resumptions of the problematization regarding the popular, in the interrelationships of the audiovisual system with the other systems that make up the cultural sphere in Brazil, offers an opportunity to reflect on how this system is inserted in the modes of perception and cognition in the arrangement of the modern societal complex, when it offers an alternative of meaning attributions based on its optical, graphic and oral code.
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