O presente trabalho analisa a transição de regimes cambiais no Brasil através da estimação de um modelo VAR e seus instrumentos. A hipótese inicial é de que ocorreram mudanças na interação entre câmbio, juros, inflação e reservas, além de examinar a pertinência do receio da flutuação cambial. Os resultados indicam a ocorrência de mudanças na dinâmica entre tais variáveis ao se transitar de um regime mais rígido para um mais flexível, corroborando a hipótese inicial. Sumarizando os resultados empíricos, pode-se dizer que ao se comparar os dois regimes cambiais há uma similaridade no caráter exógeno da taxa de câmbio, a importância da taxa de juros no combate inflacionário (contenção de demanda) no regime rígido e a resposta da taxa de juros à inflação (metas de inflação) no regime de câmbio flexível. Quanto ao receio da flutuação, os resultados para o Brasil se afastam daqueles encontrados para outros países que vivenciaram a transição de regimes e o problema de credibilidade parece não ser fundamental ao se transitar para um regime cambial mais flexível.