Resumo: O cuidado em saúde mental oferecido atualmente na atenção primária inclui ferramentas que apresentam o território comunitário como um espaço privilegiado para o novo processo de assistência. Nesse sentido, as intervenções junto à população com transtornos mentais devem voltar-se ao desenvolvimento de estratégias que busquem promover mudanças no espaço social ocupado por essas pessoas e à construção e/ou resgate de redes territoriais. Este estudo tem por objetivo conhecer a relação entre os indivíduos com transtorno mental e os equipamentos sociais da comunidade, por meio de investigação qualitativa com sete usuários com história de sofrimento psíquico, assistidos em uma unidade da Estratégia Saúde da Família. Foram identificados 97 equipamentos sociais na comunidade, distribuídos nas seguintes categorias: saúde, religião, educação, lazer, organização social e postos de trabalho.Observou-se que os usuários participavam apenas de atividades religiosas e recorriam à Estratégia Saúde da Família para cuidados de saúde. A escassez de espaços e atividades de lazer na comunidade acentua a dificuldade relativa à participação social desses sujeitos. Conclui-se que os sujeitos apresentaram relações restritas ao núcleo familiar, aos profissionais da saúde da Estratégia Saúde da Família e às atividades religiosas, o que reflete uma articulação frágil com a rede comunitária de cuidados. Esse fato indica a necessidade de expansão das ações de saúde mental na atenção primária e reitera a prática da Terapia Ocupacional, contribuindo para ampliar as relações territoriais e cotidianas de sujeitos com necessidades psicossociais.
Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde, Saúde Mental, Terapia Ocupacional.The relationship between subjects with mental disorder and social facilities Abstract: The mental care currently provided in primary health care includes tools which present the community territory as a privileged space for the new assistance process. This way, interventions with the population with mental disorders should be aimed at developing strategies which seek the promotion of changes in the social space occupied by these people and at constructing and/or resuming territorial networks. This study aims to understand the relationship between individuals with mental disorder and the community social facilities by means of a qualitative investigation with 7 users, who present a history of psychic suffering, assisted at a unit of the Family Health Strategy. We identified 97 social facilities in the community, distributed into the following categories: health, religion, education, leisure, social organization, and workplaces. We observed that users only participated in religious activities and they resorted to the Family Health Strategy for health care. The lack of spaces and leisure activities in the community increases the difficulty with regard to the social participation of these subjects. We conclude that A relação entre sujeitos com transtorno mental e equipamentos sociais