Relato de tristeza/depressão, nervosismo/ansiedade e problemas de sono na população adulta brasileira durante a pandemia de COVID-19

Abstract

Resumo Objetivo: Analisar a frequência de tristeza, nervosismo e alterações do sono durante a pandemia de COVID-19 no Brasil, identificando os segmentos demográficos mais afetados. Métodos: Estudo transversal, com questionário aplicado via web a adultos e idosos, coletando informações sobre condições de vida, saúde e comportamento. Foram estimadas prevalências e razões de prevalências ajustadas por idade e sexo. Resultados: De 45.161 brasileiros respondentes, verificou-se que, durante a pandemia, 40,4% (IC95% 39,0;41,8) se sentiram frequentemente tristes ou deprimidos, e 52,6% (IC95% 51,2;54,1) frequentemente ansiosos ou nervosos; 43,5% (IC95% 41,8;45,3) relataram início de problemas de sono, e 48,0% (IC95% 45,6;50,5) problema de sono preexistente agravado. Tristeza, nervosismo frequentes e alterações do sono estiveram mais presentes entre adultos jovens, mulheres e pessoas com antecedente de depressão. Conclusão: As elevadas prevalências encontradas indicam a necessidade de garantir a provisão de serviços de atenção à saúde mental e à qualidade do sono, adaptados ao contexto pandêmico.

Psychological Distress of University Workers during COVID-19 Pandemic in Brazil

“…Age, physical exercise routine, perceived help for household chores, history of psychiatric treatment (an indirect assessment of mental health condition) and having listeners available (social support) were predictors of mental distress during pandemic. All predictors were in the expected direction and replicate effects reported in the general population of other countries [6][7][8] and in Brazil [13,14], as discussed next. In general, our results also give a more in-depth understanding of symptoms [18] and concerns [19] previously reported by university workers in European countries.…”

“…A large survey study of 45,000 people found that more than 40% of them reported anxiety, or sadness and depression, or difficulty sleeping. Young adults, women, and people with previous depression were the most distressed [14].…”

Associações entre prática de atividade física e qualidade do sono no contexto pandêmico de distanciamento social

“…Em um estudo realizado no Brasil por Bezerra, da Silva, Soares e da Silva (2020), a maioria dos participantes respondeu que tiveram mudanças no seu tempo normal de sono em relação a antes da pandemia, sendo que alguns obtiveram no período pandêmico mais horas de sono e outros menos. Ademais, Barros et al (2020), também observaram que parte dos indivíduos que não apresentavam problemas no sono antes da pandemia passaram a tê-los, bem como os que já tinham, apresentaram um agravamento desse quadro durante o período de distanciamento social. Desta forma, é relevante buscar entender quais fatores poderiam contribuir para a diminuição dos prejuízos no sono causados pelo contexto da pandemia.…”

Saúde Mental e Diabetes Mellitus: alterações psicoemocionais durante o período de distanciamento social na pandemia da COVID-19

“…Pesquisas que analisaram o impacto psicológico da quarentena em epidemias prévias reportam que a maioria dos estudos verificou efeitos psicológicos negativos, e que os principais fatores de estresse identificados foram a duração da quarentena, o medo da infecção, os sentimos de frustração e de aborrecimento, a informação inadequada sobre a doença e seus cuidados, as perdas financeiras e o estigma da doença (Barros et al, 2020).…”

“…Entretanto o contexto da pandemia e o tardio advento das medidas de controle afetam a população em muitas dimensões das condições de vida e saúde, entre elas, o da saúde mental. A presença de sofrimento psíquico, como depressão, ansiedade e estresse ou alterações pontuais no sono, no apetite, entre outros analisados neste estudo exercem de acordo Barros et al, (2020) reconhecidos efeitos negativos no cotidiano e na qualidade de saúde e de vida das pessoas, contribuindo com o percentual relevante de anos vividos com incapacidades. Como também é importante ressaltar que alterações psicoemocionais podem se agravar ou constituir fatores de risco para doenças crônicas e/ou doenças virais.…”