O tema do refúgio não é novo no Brasil, menos ainda no mundo. Analisando dados de pesquisa realizada com 487 refugiados residentes hoje em oito estados brasileiros, apresentamos análise sobre o perfil socioeconômico, dimensões de processos integrativos e perspectivas futuras dentre sírios e congoleses homens e mulheres, egressos dos dois maiores grupos dentre as mais de 80 nacionalidades reconhecidas pelo Estado brasileiro. Inicialmente, procuramos medir o impacto da não declaração de gênero por parte dos informantes, dividindo-os em “gênero declarantes” e “gênero não-declarantes”, quando foi possível estabelecer que a não declaração de gênero não alterou os indicadores de formação escolar e renda. Em seguida, analisamos apenas o grupo dos “gênero-declarantes”, diferenciando-os por gênero. Notou-se mais atos de discriminação racial entre congoleses independente do sexo e entre as mulheres sírias. Não obstante isso, ambos grupos apresentam características similares em relação ao seu perfil socioeconômico, integração e perspectivas futuras. Apesar das inúmeras dificuldades cotidianas, demonstram interesse em permanecer no Brasil e se integrar politicamente.