RESUMOObjetivo: O objetivo deste estudo foi identificar as potencialidades e fragilidades na construção da agenda, no âmbito da saúde da família, a partir da percepção do profissional acerca da organização do atendimento clínico. Materiais e métodos: Estudo quantitativo, transversal e censitário, realizado no PETSaúde. Utilizou-se questionário semiestruturado e autoaplicado. Resultados: Participaram 95 profissionais de nível superior, enfermeiros, médicos e cirurgiões-dentistas do município de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. Os profissionais atendem ao dia uma média de 15,49(±6,87) pessoas, apesar de considerarem ideal 13,13(±5,13) atendimentos. A organização da agenda clínica foi classificada em "moderadamente ou pouco organizada" para 48,4% dos profissionais. O atendimento domiciliar é realizado (91,6%). Critérios de risco foram incorporados para priorizar a assistência (78,9%), com maior reserva para a demanda programada (70,5%). Conclusão: Apesar de potencialidades na agenda, existem desafios a enfrentar. O gerenciamento do sistema de saúde na atenção primária sugere valorizar o aspecto quantitativo como essencial para uma prática produtivista, o que estrangula o bom funcionamento e organização da agenda clínica na saúde da família. Descritores: Agendamento de consultas. Saúde pública. Atenção primária à saúde. Saúde da família.
INTRODUÇÃOA Estratégia Saúde da Família (ESF) foi implantada com o objetivo de reorientar o modelo assistencial, descentralizar a gestão da saúde e efetivar o Sistema Único de Saúde (SUS). Entretanto, a organização do processo de trabalho da equipe multiprofissional não está sendo respeitada, seja pelos gestores ou pelos trabalhadores 1 , o que poderá gerar fragilidades na construção da agenda em saúde.A atuação do profissional no território de saúde da família envolve ações na comunidade, principalmente junto às famílias, demandando um resgate de conhecimentos e práticas perdidas pelo uso abusivo da tecnologia 2 . As dificuldades na definição da agenda podem comprometer a qualidade da assistência à saúde, assim como o planejamento das ações.Desse modo, analisar o processo de trabalho torna-se importante por contribuir no entendimento das dificuldades enfrentadas pelos profissionais em planejar ações de atenção à saúde com foco na família 3 . Nesse sentido, este estudo tem como enfoque a organização do atendimento clínico nas equipes de saúde da família a partir da percepção dos profissionais de saúde.O presente estudo teve por objetivo identificar as potencialidades e fragilidades na construção da agenda, no âmbito da saúde da família, a partir da percepção do profissional acerca da organização do atendimento clínico.
MATERIAIS E MÉTODOSEstudo quantitativo, transversal e de cunho censitário, conduzido no âmbito do Programa de Educação para o Trabalho-PET-Saúde