Protocolo de mobilização precoce de paciente crítico e reabilitação pós-alta hospitalar na população infantil acometida de COVID-19

Abstract

Esse documento tem por objetivo apresentar recomendações para mobilização precoce e exercícios terapêuticos em pacientes pediátricos acometidos pela COVID-19, ou em suspeita da doença, no ambiente hospitalar, bem como para reabilitação pós alta. Independente da fase de tratamento, ressalta-se a extrema necessidade do uso de equipamentos de proteção individual pelo fisioterapeuta. Com o objetivo de prevenir/minimizar a fraqueza muscular adquirida na UTI, recomenda-se a utilização de protocolo de mobilização precoce baseado na mobilização funcional segura e progressiva, apropriando atividades ao nível de desenvolvimento neuropsicomotor. A reabilitação hospitalar está indicada aos pacientes na unidade de internação e a avaliação da capacidade funcional poderá ser utilizada nos pacientes mais estáveis, para conduzir a intervenção. Como a reabilitação ambulatorial presencial deve ser evitada durante a pandemia de COVID-19, recomenda-se a Telereabilitação. No entanto, ressalta-se a necessidade da primeira avaliação ser presencial para correta prescrição de treinamento e especial atenção para dispneia e dessaturação durante o telemonitoramento.

Mobilização precoce em pacientes com COVID-19

“…Levando em consideração as repercussões multissistêmicas da COVID-19, Lanza et al (2020) assinala que são comuns a outras condições de doença, é fácil entender a necessidade de mobilização precoce e exercícios para prevenir, aliviar e/ou recuperar essas deficiências nas estruturas e funções do corpo, que acabarão por levar a limitações de atividade. Essa necessidade, de acordo com Bouadma e colaboradores (2020) foi apontada por diretrizes internacionais recomendando mobilização precoce e exercícios para pacientes com COVID-19 para prevenir e/ou minimizar essas complicações e reabilitálos.…”

“…Em 80% dos pacientes com COVID-19 não precisam de hospitalização e dos 20% que necessitam de hospitalização 15% vão para a unidade de terapia intensiva (Schaan et al 2020) onde os pacientes críticos estão sob ventilação mecânica (VM) com sinais de desconforto físico e fraqueza o que pode piorar devido a pouca mobilidade. Por conta do repouso prolongado alguns sistemas podem ser comprometidos como, por exemplo, o sistema cardiovascular, respiratório, musculoesquelético e o tegumentar (Lanza et al, 2020).…”

Análise de um serviço de telemonitoramento a pacientes com COVID-19 na perspectiva do profissional

“…The prevention of unnecessary trips to face-to-face services and the early identification of signs of aggravation have been reported in several experiences of telemonitoring of patients with COVID-19 in Brazil and worldwide. The decrease in contagion, mortality and the optimization of face-to-face resources were other observed consequences of the TM 11,12,13 . One action that helps to explain the reported outcomes is the monitoring of patient saturation.…”

“…Another possible use of the TM is in the post-discharge care of hospitalizations. A study that followed the post-discharge care of children affected by COVID-19 with TM demonstrated the potential of the service in avoiding readmissions and early identification of complications 13 . Another study described TM as a guaranteeing tool for PHC follow-up in the context of the pandemic 39 .…”

Cuidado coordenado em um programa de telemonitoramento pós-alta hospitalar

“…Muitas pesquisas têm demonstrado que o telemonitoramento é a ferramenta tecnológica que através da intervenção de acompanhamento por telefone transforma-se no elo de ligação entre o paciente e a rede de assistência, permitindo que esse paciente seja assistido continuamente por um profissional da saúde, visando identificar situações de risco, prevenindo complicações e reinternações mediante avaliação e suporte contínuos, principalmente no pós-alta hospitalar. Considera-se então, que o uso do telemonitoramento pode ser aperfeiçoado para o planejamento de intervenções assim como para estimar possíveis dados estatísticos que contribuam para o setor epidemiológico (PINHEIRO et al, 2017;LANZA et al, 2020).…”