RESUMOA inclusão constitui-se discurso dominante nas práticas contemporâneas de educação, sendo um desafio aos profissionais da Psicologia. Este trabalho apresenta uma análise de uma prática de intervenção do psicólogo em uma escola pública de Curitiba. Tem por objetivo refletir sobre a dimensão intersubjetiva das práticas escolares configuradas pelas políticas de inclusão e as contradições presentes no enfrentamento destas políticas, a partir dos pressupostos bakhtinianos, entendendo-se a escola enquanto instituição imersa na totalidade social e histórica, produzida simbolicamente pelo princípio do dialogismo. Foram analisados registros e materiais produzidos em 2004 e 2005. Os resultados evidenciaram relações ensurdecidas na escola, caracterizadas pela prevalência do monologismo, presente nos discursos dos atores da instituição em todos os níveis. A prática analisada apontou um método de intervenção e investigação, visando escutar e fazer circular vozes, produzindo, na arena de vozes, formas de reconhecimento da ruína das relações de alteridade. As dimensões ética e política da intervenção apresentaram-se como forma de enfrentamento das contradições presentes nos discursos da inclusão. Palavras-chave: intervenção psicológica, inclusão, dialogismo, educação.
ABSTRACTInclusion is a dominant discourse in the contemporary practices of education, and a challenge for professionals in the field of Psychology. This study presents an analysis of a psychologist's intervention in a state school in Curitiba. It aims to cast a light upon the intersubjective dimension of the schools' practices, constituted by the inclusion policies and the contradictions in confronting theses policies. The analysis was carried out based on Bakhtinian theories, which regard the school as an institution immersed in a social and historical totality, symbolically produced by the dialogism principle. We analyzed the records and the material collected in 2004 and 2005. The results revealed deafened relations in the school: the movement