Prevenção da AIDS em idosos: visão e prática do enfermeiro

Abstract

Descrever e analisar a visão e prática de enfermeiro da estratégia saúde da família acerca da prevenção da AIDS em idosos. Materiais e Métodos: Trata-se de uma pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa, realizada nas Unidades Básicas de Saúde. Os participantes do estudo foram dez enfermeiros que prestam assistência aos idosos nas Unidades Básicas de Saúde a mais de três anos, de ambos os sexos, que aceitaram participar, mediante a assinatura do termo de consentimento livre esclarecido. Os dados foram coletados por meio de um roteiro de entrevista semiestruturado e analisados a partir do agrupamento das falas em categorias temáticas, seguindo a trajetória analítico-interpretativa de Minayo. Resultados: Os discursos produzidos permitiram a construção de três categorias: uma questão emergente; ações pontuais e fragmentadas; uma lacuna na atenção à saúde do idoso. A visão e prática da prevenção da AIDS pelo enfermeiro na Estratégia Saúde da Família ainda é muito restrita ao uso do preservativo e atrelado a outros programas em que o idoso está inserido, como o programa hiperdia e as consultas que envolvem o exame de citologia para prevenção do câncer de útero. Conclusão: Observou-se que há um preconceito, ancorado em questões de cunho cultural, por parte do enfermeiro sobre a sexualidade do idoso, e isso consequentemente reflete na falta de ações e estratégias eficazes de prevenção da AIDS nessa faixa etária. Palavras-chave: idoso; enfermagem; síndrome da imunodeficiência adquirida; estratégia saúde da família.

Conhecimento sobre síndrome da imunodeficiência humana de idosos de uma unidade de atenção ao idoso

“…When dealing with an older individual, the healthcare professional frequently faces many obstacles, and is prevented from conducting an effective process of health education. The limits of campaigns about sexuality in previous decades can help one to understand the difficulties in interacting and providing sexual education to elders, since for a long time, prevention campaigns were targeted exclusively at risk groups (3,19) . Nowadays, we still face many obstacles, considering that campaigns are still targeted at young individuals, not to mention the persistence of pre-established concepts regarding aging, as previously mentioned.…”

“…These professionals recognize that actions targeted at this subject are few or nonexistent, and that is a failure of their care. Therefore, it is important to tell these professionals to see aging beyond the diseases, looking for a restructuring of attention that promotes health and an active aging process, always keeping in mind that sexuality is a factor inherent to life, that comprises the concept of active aging (19) . Therefore, the health professional must be equipped with tools that allow him or her to be aware of the great complexities that involve this population.…”

“…Therefore, the health professional must be equipped with tools that allow him or her to be aware of the great complexities that involve this population. The use of playful dynamic activities and didactic forms rises as an important alternative, not to mention the need to offer space for the elders to feel comfortable to clarify their doubts, and overcome the numerous wrong conceptions that surround them (3,19) . Considering this, the professional practice must be implemented with dignity, involving the age groups in which the individuals are located, especially when it comes to the practice of prevention.…”

Investigación con ancianos sobre VIH/SIDA y sexualidad: relato de experiencia

“…A limitação de campanhas em relação à sexualidade e a doenças associadas voltadas restritamente para a população de risco, em décadas passadas, é apenas uma das dificuldades na interação e educação sexual de idosos 12,17 .…”

“…Esses profissionais reconhecem que as ações voltadas aos idosos dentro dessa temática são poucas ou ausentes e que isso é uma falha. É essencial reforçar a eles que passem a enxergar o envelhecimento além das doenças, que busquem uma reestruturação da assistência, para que se promova de forma efetiva a saúde e o envelhecimento ativo, não esquecendo que a sexualidade é um fator inerente à vida e que também compõe o conceito de envelhecimento ativo 17 .…”