“…343 Sérgio: Para nós, essa oportunidade de estamos aqui é de uma extrema importância, tenho certeza que cada um nós a partir do momento que teve a oportunidade de estar aqui na UFG, fazendo esse curso de iniciação científica, a gente teve, a gente tinha em si uma curiosidade, de saber, como era a faculdade, de saber como é o desenvolvimento em si, principalmente de um faculdade federal, onde as pessoas em si, tem muita vontade de fazer parte, onde, principalmente na UFG, no estado de Goiás, é considerada uma das melhores faculdades do estado de Goiás, nós que somos de uma classe minoritária, nós, com toda certeza, tivemos o RBPEC • Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências | Volume 23 | e39125, 1-29 364 Pedro: (...) Igual meus colegas falaram, nós somos todos iguais, nós temos a capacidade de chegarmos aonde nós queremos, e eu digo que a Universidade é para todos, não só para os brancos, que o poder não é só para os brancos, mas sim para todos, não é um lugar específico que cada um tem que ter e que a gente tem a mesma capacidade que qualquer um tem, basta a gente querer e a gente lutar pelos os nossos direitos, e complementando o que a Elisa disse que, como a oportunidade que eu tive, todos e qualquer um podem ter, basta ter força de vontade e acreditar em si próprio... A questão do negro na Universidade, ou seja, no ensino superior não é sobre ser capaz ou não, ter mérito ou não, mas de um direito historicamente e estruturalmente negado com ausência de políticas em ações afirmativas com a população negra, as quais estão inseridas na luta em prol do combate às desigualdades sociais e raciais no Brasil (Gomes, 2003). Não é sobre ser capaz ou simplesmente ter acesso à Universidade, mas como o racismo culpa as pessoas negras pelas suas próprias condições que, de acordo com o discurso da meritocracia, não se esforçaram o suficiente.…”