Da Ausência Para a Potência: Investigando a Comunicação Crítica e Popular Como Estratégia de Ensino de Ciências e Relações Étnico-Raciais

Abstract

Neste artigo objetivou-se analisar e discutir os turnos de fala produzidos em uma intervenção pedagógica, no processo de formação antirracista de jovens periféricos, buscando refletir sobre a apropriação de elementos científicos e dos meios comunicacionais. Apresenta-se o estudo desde o planejamento, design e desenvolvimento de uma Intervenção Pedagógica (IP) para educação das relações étnico-raciais e a discussão conhecimento químicos, utilizando como estratégia a comunicação crítica e popular, pressuposto da Escola Popular de Comunicação Crítica. Com elementos de uma pesquisa participante, a IP contou com a participação de cinco jovens negros/as e de baixa renda da periferia da grande Goiânia, alunos de iniciação científica júnior no projeto Afrocientista. Os resultados revelaram que a citada estratégia pode ser promissora e que possibilita a percepção dos jovens participantes do racismo na mídia ainda que, contraditoriamente, os alunos têm dificuldades de superar o mito da democracia racial. A pesquisa ainda mostrou que é possível, através do paradigma da potência, favorecer o letramento racial concomitantemente ao ensino de ciências/química.

Estaríamos Vivenciando uma Virada Decolonial na Educação em Ciências Brasileira?

“…The impacts of social, political, and educational inequalities -intentionally or not -maintained between regions are beyond the number of articles published in periodicals of national and international relevance. Although the Northeast, North and Midwest regions have qualitatively less academic production, this does not mean that in these localities efforts to resist in this way to know and contribute to maintaining different forms of life and cultures are not being carried out, but that unfortunately they have been little praised (Costa et al, 2022;Oda, 2019).…”

Estaríamos Vivenciando uma Virada Decolonial na Educação em Ciências Brasileira?

“…Os impactos das desigualdades sociais, políticas e educacionais -intencionalmente ou não -mantidas entre as regiões estão para além do número de artigos publicados em periódicos de relevância nacional e internacional. Ainda que as regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste tenham qualitativamente menos produções acadêmicas, isso não quer dizer que nessas localidades esforços para resistir assim para conhecer e contribuir para manter diversas formas de vida e de culturas não estejam sendo realizados, mas que infelizmente têm sido pouco enaltecidos (Costa et al, 2022;Oda, 2019).…”