Percepção da enfermagem acerca do acompanhante no cuidado à criança hospitalizada

Abstract

Objetivo: Conhecer a percepção da equipe de enfermagem sobre a presença e participação do acompanhante no cuidado a criança hospitalizada.Materiais e Métodos: Estudo descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa, realizado com 11 profissionais de enfermagem por meio de entrevistas semiestruturadas, cujos resultados foram tratados através da análise temática, proposta por Bardin. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da UNEB, parecer nº 823.653.Resultados: A partir da análise dos dados emergiram três categorias “Percepção da enfermagem sobre o acompanhante: benefícios e transtornos”; “Participação do acompanhante na assistência à criança: aspectos afetivos, cuidados do cotidiano e complexos” e “Influência da presença do acompanhante no cuidado de enfermagem”.Conclusão: Os profissionais, em sua maioria, consideram os benefícios da presença do acompanhante durante a hospitalização da criança, entretanto percebem o acompanhante como realizador do cuidado, e não como alguém que também demanda cuidado. Nessa perspectiva, torna-se primordial compreender os impactos da hospitalização tanto para a criança como para os pais/responsáveis.

Cuidados de enfermagem a crianças/adolescentes com necessidades especiais de saúde hospitalizadas em unidade pediátrica

“…Se para alguns participantes, a família é facilitadora no processo de cuidado, para outros ela é um desafio. Pesquisa realizada no estado de Pernambuco, aponta que assimilação por parte da equipe de enfermagem em relação ao acompanhante, está vinculada como alguém desafiador (Salgado et al 2018). Estes achados podem estar pautados na insegurança, no medo e nas incertezas durante a hospitalização de uma CRIANES, o que pode mobilizar sentimentos diversos nos familiares cuidadores.…”

O impacto da hospitalização na criança e na família

“…O cuidado à criança em estado de hospitalização é um assunto em pauta bastante discutido por diversos profissionais da saúde. Esse processo pode gerar condições de novas necessidades sociais, além das já existentes (Salgado, et al, 2018). Em seguimento de Alves, et al, (2019), essa etapa vivenciada pela criança pode ocasionar alterações consideráveis nas funções psicomotoras, afetivas e cognitivas, as deixando extenuadas.…”

A percepção da equipe de enfermagem na relação profissional-família da criança hospitalizada

“…Segundo Salgado et al (2018), quando os profissionais de enfermagem veem o acompanhante como um indivíduo que interfere negativamente na assistência prestada, não cooperativo e resistente, essa situação possivelmente está relacionada às dificuldades do acompanhante em entender e enfrentar o processo de adoecimento e hospitalização da criança. Percebeu-se no estudo, que os conflitos entre equipe de enfermagem e acompanhante ocorriam com frequência durante a execução de determinados procedimentos, como por exemplo, durante uma punção venosa, havendo muita resistência por parte do acompanhante.…”

“…Tais dificuldades também foram relatas pelos profissionais de enfermagem, conforme observamos nas falas a seguir: A comunicação é uma condição básica que permite a interação e promove o contato entre as pessoas, pois subsidia a troca de conhecimentos, gestos e emoções. Através da comunicação, muitas informações e sentimentos podem ser passados de uma pessoa para outra, percebendo o entendimento ou desenvolvimento entre as partes (Salgado, et al, 2018).…”