Resumo A violência contra as mulheres é considerada um problema de saúde pública. No cenário rural, se torna ainda mais grave, haja vista um histórico de singularidades e isolamento das mulheres. Este estudo buscou conhecer as práticas de cuidado desenvolvidas por agentes comunitários de saúde na atenção às mulheres em situação de violência doméstica residentes em áreas rurais. Trata-se de uma investigação exploratório-descritiva, de abordagem qualitativa, da qual participaram 13 agentes comunitárias de saúde. A produção de dados ocorreu através da técnica de grupo focal e de entrevistas semiestruturadas. Para a análise dos dados empregou-se a análise de conteúdo. Os resultados revelaram que essas profissionais de saúde utilizavam práticas de cuidado relacionais, como o diálogo, a escuta ativa e o vínculo, bem como aquelas relativas ao próprio contexto e ao serviço de saúde, como as orientações e o trabalho em equipe. As agentes comunitárias de saúde encontravam possibilidades de identificar e intervir nas situações de violência doméstica contra mulheres rurais. Contudo, necessitavam de qualificação, apoio multiprofissional e intersetorial para que pudessem responder de modo eficaz às demandas biopsicossociais dessa população específica.
It is suggested that educational actions in service be carried out in order to provide subsidies for the professionals' action against cases of gender violence.
This study sought to investigate and analyze the conceptions of professionals from family health teams regarding violence against women and care practice, through participant research, undertaken in a city located in the northwest region of the state of Río Grande do Sul, Brazil. A total of 30 professionals participated, in eight meetings, involving a process of reflection and learning, held in September - December 2012. The data were analyzed using content analysis. The professionals understand that violence against women exists due to the hierarchy and the relationships between men and women, which confers more power on men, a situation which legitimates male practice of violence. The care practice is based on a biological conception of the problem, with a tendency to the social. The care is directed towards the treatment of physical injuries, listening, guidance, denunciation, and referral to specialized health departments and the social service.
RESUMOO estudo buscou caracterizar os profissionais de saúde e analisar suas estratégias de cuidados adotadas com crianças e adolescentes vítimas de violência. Trata-se de um estudo exploratório-descritivo de abordagem quantitativa. Os sujeitos foram profissionais da equipe de saúde que atuavam nas unidades de prontoatendimento e de pediatria nas instituições hospitalares da cidade de Cruz Alta/RS. Para coleta dos dados foi utilizado um instrumento com perguntas fechadas. Os dados foram analisados pela estatística descritiva. Foram entrevistados 34 profissionais de saúde, dos quais 19 eram do sexo feminino. Os profissionais e as estratégias de cuidado mais evidenciados, conforme a categoria profissional, foram: o médico, com atendimento clínico e psicológico e encaminhamento ao especialista e ao Conselho Tutelar; os enfermeiros, que promovem assistência clínica e psicológica, fazem o histórico de enfermagem e o encaminham para avaliação do plantonista; e os técnicos de enfermagem, que acalmam as vítimas, conversam com elas e realizam procedimentos técnicos. O estudo em questão contribui para a visibilidade do fenômeno da violência contra crianças e adolescentes e para a formulação de práticas assistenciais em saúde. Especificamente, para os profissionais de saúde, buscaram-se elementos de compreensão das práticas de cuidado nos serviços, considerando esse evento como real problema de saúde.Palavras-chave: Enfermagem. Cuidado da Criança. Violência. INTRODUÇÃOA violência contra crianças e adolescentes aparece de forma significativa no Brasil, embora existam leis que protegem e asseguram direitos à vida e à saúde dessa população, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) (1) . Ainda hoje, muitas instituições, profissionais da saúde e da educação e a sociedade civil, por omissão, deixam de cumprir a lei e, em decorrência disso, a criança permanece vulnerável a eventos violentos (2) . Segundo o Ministério da Saúde e a Política Nacional de Redução de Morbimortalidade por Acidentes de Violência (PNRMAV), a violência é considerada um fenômeno representado por ações humanas realizada por indivíduos, grupos, classes, nações, numa dinâmica de relações que ocasionam danos físicos, morais e espirituais. Além disso, a violência está relacionada a estilos de vida e ao conjunto de condicionantes sociais, históricos e ambientais (3) . O grupo populacional formado por crianças e adolescentes tem sido vítima de diferentes tipos de acidentes e de violências. Na infância, o ambiente privado é o principal local onde são gerados esses agravos e, na adolescência, o espaço público é predominantemente o espaço onde se dá a violência (3) . Com efeito, salienta-se que a mortalidade por violência constitui-se, no momento, como a segunda causa de morte para a população em geral e a primeira para as crianças e adolescentes de cinco a dezenove anos. Para se ter idéia da magnitude do problema, de todas as crianças que morrem entre cinco e nove anos, 47,0% são vítimas da violência; na faixa etária de dez a quatorze anos, o percentual é d...
Objective: Analyzing the limiting and potentializing situations during the assistance of the Family Health teams to women in situations of violence. Methods: This is a participatory research carried out with 30 professionals from six Family Health teams. Data production was the result of eight workshop-meetings. The technique of thematic content was used for data analysis. Results: User embracement is potentialized by qualified hearing and the elaboration of an assistance plan shared with users also respecting their decisions and their family context. It is limited by the understanding that women should report the violence to enable the proposition of an intervention. It is recommended to resume concepts and practices of gender as well as human and social rights to strengthen supportive actions. Conclusion: Home visits and the bonding between professionals and users are considered potentializers of user embracement and the limitation is the difficulty of obtaining the report of women who suffered violence and engage them in a care project. ResumoObjetivo: Analisar as situações limitadoras e potencializadoras da prática assistencial das equipes de Saúde da Família à mulher em situação de violência. Métodos: Trata-se de uma pesquisa participante com 30 profissionais de seis equipes de saúde da família. A produção dos dados foi resultado de oito reuniões-oficinas. A análise dos dados se deu segundo a técnica de conteúdo temática. Resultados: O acolhimento mostra-se potencializado com a escuta qualificada e elaboração de plano assistencial compartilhado com a usuária respeitando sua decisão e seu contexto familiar. Está limitado pelo entendimento de que a mulher deve relatar a violência para que seja possível propor uma intervenção. Recomenda-se retomar conceitos e práticas de gênero, direitos humanos e sociais para fortalecer ações acolhedoras. Conclusão: A visita domiciliar e o vínculo entre os profissionais e a usuária são considerados potencializadores do acolhimento e, como limite, observa-se a dificuldade de obter o relato da mulher que sofreu violência e de comprometê-la em um projeto assistencial.
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