Passageiros com deficiência visual no transporte aéreo: avaliação da acessibilidade em aeroportos

Abstract

Artigo Original licença Creative Commons Attribution Resumo: Introdução: Nas últimas décadas ocorreram mudanças no entendimento da deficiência e avanços no que tange aos direitos humanos das pessoas com deficiência. Apesar disso, estudos mostram que essas pessoas ainda encontram barreiras que restringem sua participação nos diversos contextos sociais, como o transporte aéreo. Objetivo: Analisar as condições e procedimentos de acessibilidade em aeroportos brasileiros e compreender as experiências de viagem de pessoas com deficiência visual nas fases de pré-voo, embarque e desembarque. Método: Pesquisa com abordagem quantitativa-qualitativa realizada a partir de observação participante em viagens aéreas, entrevista de autoconfrontação com passageiros com deficiência visual e verificação do cumprimento das regras sobre condições e procedimentos de acessibilidade por meio de checklists baseados na norma ABNT NBR-9050/2015 e na Resolução ANAC nº 280/2013. Resultados: Participaram do estudo sete passageiros com deficiência visual, incluindo pessoas com cegueira ou com baixa visão, e 30 gerentes de base e supervisores vinculados a quatro companhias aéreas que operam no transporte aéreo doméstico brasileiro. Foram analisados 10 aeroportos, nos quais os passageiros vivenciaram dificuldades que se relacionam, principalmente, a inadequação, descontinuidade e insuficiência das informações e sinalizações, descumprimento e desconhecimento dos procedimentos relativos à acessibilidade, impropriedade da alocação de assentos preferenciais e do atendimento prestado aos passageiros. Conclusão: O estudo evidenciou descumprimento das normas e resoluções relativas à acessibilidade além de problemas que afetam a orientação espacial, o deslocamento e a comunicação nas viagens aéreas. Espera-se contribuir para a transformação da acessibilidade nos aeroportos brasileiros, visando favorecer a participação das pessoas com deficiência nas viagens aéreas.

Desigualdades em saúde, desigualdades no território: desafios para os países de língua portuguesa em contexto de pós pandemia

“…A criminalização e a estigmatização desta população são barreiras reais para a utilização de serviços de saúde, as quais se estendem à procura por cuidados e/ou continuidade dos mesmos, refletindo-se em desigualdades em saúde. Além disso, a perspectiva de morte precoce fortemente presente na vida das pessoas transexuais, como evidenciou Silva et al (2019), aponta para o negligenciamento dos cuidados de si e da saúde, aumentando a vulnerabilidade, em termos de saúde, das pessoas transexuais. Santana et al (2020), em suas pesquisas, demonstraram que as dificuldades vivenciadas pelas pessoas LGBTQIA+ estão no quadro do preconceito, intimidação, práticas des(humanizadas) e antiéticas por parte dos profissionais de saúde, além do despreparo dos profissionais no atendimento às especificidades das pessoas LGBTQIA+.…”

“…Uma das implicações da vivência de barreiras no acesso a cuidados de saúde primários pela população transexual é a automedicação de hormônios para a transformação do corpo, sem qualquer acompanhamento médico. Esta realidade ajuda a explicar a causa de morte por procedimento de transformação corporal sem acompanhamento médico adequado, como uma das principais da pessoa transexual, junto com a violência letal e complicações decorrentes do HIV, como evidenciou Silva et al (2019). Apenas um dos entrevistados declarou não tomar hormônio (TS1), um faz com acompanhamento (TS4), dois fazem uso sem acompanhamento (TS2 e TS3) e um faz hoje com acompanhamento, mas já utilizou hormônio por conta própria por 17 anos, estando por trás as barreiras vivenciadas nos cuidados de saúde.…”

“…Diante do conhecimento da experiência de vida de pessoas travestis e transexuais, Silva et al (2019), reconhece a existência de uma transnecropolítica que funciona na sociedade brasileira, a qual contribui para distinguir as vidas que importam, as vidas que interessam e as que podem ser descartadas cotidianamente, nas quais estão as pessoas travestis e transexuais.…”

“…Tal como a maioria de outras deficiências, a deficiência visual não deriva somente de um problema congénito, muitas vezes estes problemas surgem por doença, deterioração relacionada com a idade ou resultado de um acidente (Richards et al, 2010). A deficiência visual afeta a perceção de informações ambientais visuais, dificultando a realização de atividades quotidianas, como a mobilidade, orientação, leitura e acesso à informação (Silva et al, 2019). No estudo publicado por Bourne et al (2020) entre 1990 e 2020 houve um crescimento de 2,5% de deficiência visual moderada a severa e 50% de pessoas cegas.…”

Análise das condições de acessibilidade em estádio de futebol brasileiro

“…Conforme explicado por Silva et al (2019), entende-se que pessoa com deficiência é aquela que tem impedimentos de natureza física, intelectual ou sensorial. Estes impedimentos podem restringir a participação plena e efetiva com as demais pessoas, quando em interação com diversas barreiras.…”