Abstract:Neste trabalho procura-se contribuir para o desenvolvimento do conceito de organização-cidade nos estudos organizacionais. Para tanto, é analisada a dinâmica de uma cidade do interior de Minas Gerais por meio de uma estratégia qualitativa de pesquisa, tendo o corpus sido formado por entrevistas semiestruturadas em profundidade com representantes de diversos segmentos da população local. O material coletado foi examinado à luz da análise de discurso. Os resultados revelaram que, configurada historicamen… Show more
“…No ano seguinte, foi criada a Itabira Iron Ore Company, com permissão do Governo Federal, visando a extração e exportação do minério. Para tanto, a empresa deveria assumir a expansão e a operação da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), de forma a garantir o escoamento do minério extraído (Enríquez, 2007;Presas, 2012;Saraiva, 2012 (Enríquez, 2007, Saraiva, 2012.…”
Section: A Cidade a Empresa E A Mineraçãounclassified
“…Embora se opusessem à fonte de renda associada à mineração, segundo Saraiva & Carrieri (2012), adquiriram as qualidades do ferro, tornando-se rígidos e frios.…”
Section: A Cidade a Empresa E A Mineraçãounclassified
“…Saraiva & Carrieri (2012) narram que, segundo seus entrevistados, antes da chegada da Vale, a cidade amanhecia às onze horas, devido ao morro do Cauê, um pico enorme, que encobria o Sol. Porém, com o passar dos anos o pico foi sendo consumido pela Vale, até se tornar uma mina esgotada.…”
Section: Mudanças Na Paisagemunclassified
“…Como elas não conseguiram manter mão de obra qualificada, não tiveram outra saída a não ser encerrar suas atividades, uma no final da década de 1960 e outra no início da década de 1970. Assim, as únicas empresas que conseguiram se fixar na cidade seriam as prestadoras de serviço da Vale, o que intensificava ainda mais dependência do setor mineral (Enríquez, 2007;Saraiva & Carrieri, 2012). De acordo com Presas (2012), a população de Itabira, desde a criação da Vale, viveu presa à mineradora, aos seus benefícios, ao seu poder e influência, negligenciando outras atividades.…”
Section: A Dependência Econômicaunclassified
“…Muito do que se discute em termos de orçamento público relaciona--se à Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). Além dela, porém, a receita municipal também se beneficia do Imposto sobre Serviços (ISSQN), do acréscimo do Valor Adicionado Fiscal (VAF) e de parcela do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) - (Enríquez, 2007;Presas, 2012;Saraiva & Carrieri, 2012).…”
Artigo recebido em 22 de novembro de 2016, versão final aceita em 26 de junho de 2017.
RESUMO:Neste texto, argumenta-se que, no contexto brasileiro, a mineração de grande escala gera significativos impactos ambientais e consideráveis desafios à dinamização da economia local. Este argumento, é apresentado a partir de estudo de caso em Itabira (MG); a pesquisa identifica sérios problemas ambientais e sociais na cidade, além de dificuldades estruturais da promoção de políticas de diversificação econômica e de superação da dependência da atividade de extração mineral. A pesquisa foi realizada a partir de levantamento bibliográfico e entrevistas semi-estruturadas com informantes-chave. Ela trata da história de Itabira, a instalação da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), assim como aspectos sociais e econômicos do desenvolvimento local. O estudo sugere que existem questões econômicas, inerentes ao setor extrativista, que limitam o surgimento e consolidação de outros setores. Assim, entender em maior profundidade a dinâmica econômica de cidades do Quadrilátero Ferrífero torna-se imperativo para debater a superação do modelo baseado em extração mineral na região.Palavras-chave: mineração; desenvolvimento local, diversificação econômica.
ABSTRACT:In this paper, it is argued that, in the Brazilian context, large-scale mining generates significant environmental impact and considerable challenges to the dynamization of the local economy. The argument is based on a case-study on Itabira (MG); the research indicates serious local environmental and social problems, in addition to structural difficulties in promoting policies for economic diversification and in overcoming its economic dependence on the mining sector. The research is based on literature review and semi-structured interviews with key-informants. It considers the history of Itabira, the installation of the Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), as well as social and economic aspects of the local development. The study suggests there are economic issues intrinsic to the extractive sector that restrict the flourishing and consolidation of other sectors. Therefore, a deeper understanding of the economic dynamics of the Quadrilátero Ferrífero region becomes imperative to debate the overcoming of a development model based on mineral extraction.
“…No ano seguinte, foi criada a Itabira Iron Ore Company, com permissão do Governo Federal, visando a extração e exportação do minério. Para tanto, a empresa deveria assumir a expansão e a operação da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), de forma a garantir o escoamento do minério extraído (Enríquez, 2007;Presas, 2012;Saraiva, 2012 (Enríquez, 2007, Saraiva, 2012.…”
Section: A Cidade a Empresa E A Mineraçãounclassified
“…Embora se opusessem à fonte de renda associada à mineração, segundo Saraiva & Carrieri (2012), adquiriram as qualidades do ferro, tornando-se rígidos e frios.…”
Section: A Cidade a Empresa E A Mineraçãounclassified
“…Saraiva & Carrieri (2012) narram que, segundo seus entrevistados, antes da chegada da Vale, a cidade amanhecia às onze horas, devido ao morro do Cauê, um pico enorme, que encobria o Sol. Porém, com o passar dos anos o pico foi sendo consumido pela Vale, até se tornar uma mina esgotada.…”
Section: Mudanças Na Paisagemunclassified
“…Como elas não conseguiram manter mão de obra qualificada, não tiveram outra saída a não ser encerrar suas atividades, uma no final da década de 1960 e outra no início da década de 1970. Assim, as únicas empresas que conseguiram se fixar na cidade seriam as prestadoras de serviço da Vale, o que intensificava ainda mais dependência do setor mineral (Enríquez, 2007;Saraiva & Carrieri, 2012). De acordo com Presas (2012), a população de Itabira, desde a criação da Vale, viveu presa à mineradora, aos seus benefícios, ao seu poder e influência, negligenciando outras atividades.…”
Section: A Dependência Econômicaunclassified
“…Muito do que se discute em termos de orçamento público relaciona--se à Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). Além dela, porém, a receita municipal também se beneficia do Imposto sobre Serviços (ISSQN), do acréscimo do Valor Adicionado Fiscal (VAF) e de parcela do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) - (Enríquez, 2007;Presas, 2012;Saraiva & Carrieri, 2012).…”
Artigo recebido em 22 de novembro de 2016, versão final aceita em 26 de junho de 2017.
RESUMO:Neste texto, argumenta-se que, no contexto brasileiro, a mineração de grande escala gera significativos impactos ambientais e consideráveis desafios à dinamização da economia local. Este argumento, é apresentado a partir de estudo de caso em Itabira (MG); a pesquisa identifica sérios problemas ambientais e sociais na cidade, além de dificuldades estruturais da promoção de políticas de diversificação econômica e de superação da dependência da atividade de extração mineral. A pesquisa foi realizada a partir de levantamento bibliográfico e entrevistas semi-estruturadas com informantes-chave. Ela trata da história de Itabira, a instalação da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), assim como aspectos sociais e econômicos do desenvolvimento local. O estudo sugere que existem questões econômicas, inerentes ao setor extrativista, que limitam o surgimento e consolidação de outros setores. Assim, entender em maior profundidade a dinâmica econômica de cidades do Quadrilátero Ferrífero torna-se imperativo para debater a superação do modelo baseado em extração mineral na região.Palavras-chave: mineração; desenvolvimento local, diversificação econômica.
ABSTRACT:In this paper, it is argued that, in the Brazilian context, large-scale mining generates significant environmental impact and considerable challenges to the dynamization of the local economy. The argument is based on a case-study on Itabira (MG); the research indicates serious local environmental and social problems, in addition to structural difficulties in promoting policies for economic diversification and in overcoming its economic dependence on the mining sector. The research is based on literature review and semi-structured interviews with key-informants. It considers the history of Itabira, the installation of the Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), as well as social and economic aspects of the local development. The study suggests there are economic issues intrinsic to the extractive sector that restrict the flourishing and consolidation of other sectors. Therefore, a deeper understanding of the economic dynamics of the Quadrilátero Ferrífero region becomes imperative to debate the overcoming of a development model based on mineral extraction.
PurposeThe city of Fortaleza, capital of the state of Ceará in the north-east of Brazil, presents a paradox as a present-day tourist destination, while also marked by features and processes characteristic of cities in the Global South, such as high levels of social inequality with fragmented urban margins and vulnerabilities. This research problematizes the idea of “historical ruins” proposed by Walter Benjamin as a viable way to understand how the organization process of today's city margins can be “denaturalized” by the past. The objective of this research is to assess how the urban margins of the city were organized as a history of resistance.Design/methodology/approachIn theoretical terms, this research links critical urban studies with critical approaches to organizational history (COH) based on Walter Benjamin's philosophical concepts of “ruins” and “progress”. The historical and archival methodology, consisting of 193 documents, suggests the existence of a philosophical–historical nexus that helps explain the spatial fragmentation of the city, and especially the urban margins in the western region of Fortaleza.FindingsThe Benjaminian notion of “historical ruins” has been exemplified by the Brazilian government practices confining migrants fleeing drought in internment camps on the margins of the city of Fortaleza in three waves beginning in 1877, 1915 and 1932 respectively. The effects of such confinement policies put into practice in the name of “progress” influenced the organization of large urban spaces on the city's margins, whereas on the other hand, the analyses advanced in this research reflect on alternatives to re-frame the history of the organization of the margins of Fortaleza through a set of practices of resistance.Originality/valueBased on the concept of “denaturalization”, and through re-activation of the memory of a circumstantial past, the gaze of the “ruins”, as represented by the belief in “progress” addressed in official reports of government confinement policies, spaces of resistance have emerged where new possibilities for the future of the city can be imagined.
Utilizamos a revisão sistemática de literatura para discutir a (re)produção das cidades nos estudos organizacionais nacionais a partir da produção científica sobre os usos dos espaços urbanos no Brasil. Buscamos estudos que utilizam a compreensão da cidade como uma organização social e espacial, partindo de práticas organizativas que constituem a urbe. Para isso, realizamos uma ampla pesquisa nas publicações da Administração dos últimos 16 anos com as palavras: Cidade(s), Espaço(s) Urbano(s) e Prática (s) Urbana (s). Os resultados indicam que a cidade é (re) produzida nos Estudos Organizacionais de forma heterogênea e múltipla, relacionada às práticas organizativas engendradas com questões identitárias de grupos sociais e comunidades, onde as diferentes formas de sociabilidades manifestadas são centrais para entendimentos situados em apropriações e resistências que os citadinos praticam nos espaços urbanos. Em termos conceituais, os resultados mostram práticas materiais, por isso corporificadas e fornecem pistas para problematizarmos acerca da invisibilidade de corpos nos estudos, que consideramos uma presença ausente. Procuramos trazer reflexões acerca da democratização do espaço urbano público ou privado, já que a cidade brasileira expõe práticas de desigualdade, segregação social, preconceito, racismo, resistência, diversidade e amizade, e ainda sim, segue sem considerar a materialidade de corpos como elemento relevante como visto nos trabalhos pesquisados.
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