“…Aborda-se o contexto de pessoas inseridas em um setor econômico, cujas reestruturações produtivas se tornaram ininterruptas nos últimos anos. Mas os contextos para estudar o suicídio são inesgotáveis: poderia ser o contexto dos soldados argentinos egressos da Guerra das Malvinas (Valência, 2006); da solidão dos idosos (Oyama et al, 2010); do desespero de profissionais da área de saúde (Silva & Boemer, 2004); da desesperança e da depressão entre presidiários (Mojica, Sáenz, & Ray-Anacona, 2009); da população indígena Sorowahá (que talvez detenha a maior taxa de suicídio do mundo, com 1922 óbitos por 100 mil habitantes) (Oliveira & Lotufo, 2003); da crise política e econômica pós-União Soviética (Brainerd, 2001); dos fundamentalistas religiosos que explodem os próprios corpos (Reuter, 2004); da imolação por fogo de monges budistas (Crosby, Rhee, & Holland, 1977); de tribos juvenis que cultuam valores mórbidos (Pereira, 2007); da superdose de Cássia Eller, do envenenamento por gás de Sylvia Plath, do tiro de Ernest Hemingway. Mais além, a interseção dos contextos, em que um se sobrepõe a outro, resulta em possibilidades infinitamente caóticas.…”