O movimento B Corp: significados, potencialidades e desafios

Abstract

As Empresas B (B Corps) vêm ganhando atenção na busca por articulações capazes de criar um elo entre o lucro e o interesse socioambiental. Este estudo qualitativo e interpretativo buscou compreender melhor este movimento empresarial, envolvendo um conjunto de 12 entrevistas para mapear seus significados a partir da percepção dos atores envolvidos, no Brasil e Estados Unidos. Percebe-se que a certificação pode ser considerada uma evolução dos mecanismos de prestação de contas ao incluir as etapas de confirmação, compromisso legal e identificação. O posicionamento ideológico e a atração de investidores de impacto são os principais motivadores para a certificação, percebida como uma forma de conferir legitimidade ao diferencial socioambiental das empresas. A percepção de ser uma marca pouco conhecida e de falta de benefícios práticos figura entre as principais fragilidades compensadas pelo fato de pertencer a uma comunidade que partilha dos mesmos valores e o potencial de networking e parcerias.

The internalisation of the circular economy and ESG in Brazilian B Corps from the perspective of the Stakeholder Theory

“…B Corporations or ‘B Corps’ emerge in this context, as they ‘have been gaining attention in the search for articulations capable of creating a link between profit and socio‐environmental interest’ (Rodrigues & Comini, 2018, p. 1). They aim to balance economic and non‐economic efforts, and therefore undergo a third‐party social and environmental audit (Moroz & Gamble, 2021).…”

“…Thus, this type of company presents potential alignment with the premises of the circular economy (CE). This argument is supported by Rodrigues (2016), who states that the measurement of socio-environmental performance aims to ensure that sustainability is part of the business model of B Corporations, and that this impact generates benefits for stakeholders. However, although the B Impact Assessment (BIA) evaluates sustainability dimensions: governance, environment, customers, community, and workers (Cao et al, 2017), the use of the ReSOLVE framework could aid in identifying CE practices.…”

“…would result in the company's failure. The secondary stakeholders group those who, although influential, are not decisive for the company's existence.Regarding the B Corps movement involving numerous stakeholders,Rodrigues (2016) identified the stakeholders of the B movement. Primary stakeholders are understood to be those directly involved in the movement and who are the determining influencers driving certification, such as B Lab, Sistema B, certified companies, and impact investors.…”

A comunicação integrada em negócios sociais: um estudo aplicado do caso Quintessa.

“…A Editora MOL associa a sustentabilidade à certificação B, ainda que o próprio B-Lab diferencie a certificação de outras práticas de sustentabilidade e responsabilidade social (RODRIGUES, 2016). Segundo Rodrigo Pipponzi, a certificação B é muito exigente, abrangendo aspectos ligados à escolha dos parceiros, ações para o bem-estar dos funcionários e cultura organizacional.…”

“…Segundo Rodrigo Pipponzi, a certificação B é muito exigente, abrangendo aspectos ligados à escolha dos parceiros, ações para o bem-estar dos funcionários e cultura organizacional. Para Rodrigues (2016), a grande diferença entre uma empresa B e uma empresa com práticas de responsabilidade social é a mensuração de resultados e prestação de contas, uma exigência da B-Lab -"porém, não é possível afirmar que a empresa B representa um novo tipo de organização ou um novo setor na economia, como sugerem suas mensagens" (RODRIGUES, 2016, p. 196).…”