O Estudo da Medicalização da Vida e suas Implicações para a Clínica Contemporânea

Abstract

Este artigo busca analisar as demandas contemporâneas endereçadas à clínica e sua relação com a cultura de medicalização da vida. Para alcançar esse objetivo, optou-se pela realização de um levantamento bibliográfico relativo ao termo medicalização. Adotou-se a visão trazida por Ivan Illich e Peter Conrad por entender que ambos os autores fomentaram, ao longo de sua obra, um importante desenvolvimento da abordagem crítica referente ao tema. Por fim, busca-se analisar algumas demandas atuais no campo da clínica psicológica à luz de uma crítica sobre o processo de medicalização.

sujeto silenciado por el discurso médico: un estudio sobre el diagnóstico de la depresión desde la perspectiva del psicoanálisis

“…Os efeitos da medicalização para os sujeitos podem ser entendidos como uma banalização da existência, uma naturalização das formas de sofrer e uma culpabilização dos indivíduos pelo seu adoecer. Isso tudo os leva a uma busca ativa pela nomeação do sofrimento (Silva & Canavêz, 2017).…”

Busca por cuidados de saúde: itinerário terapêutico de crianças egressas de unidades neonatais

“…A racionalidade biomédica atrelada à lógica concorrencial e de alta performance criou condições para a cultura da automedicação, que põe em cena não só o saber médico em si, mas a poderosa indústria farmacológica. A dificuldade de acesso a profissionais de saúde e a desqualificação dos saberes tradicionais criam uma espécie de pressão sobre o setor informal, que encontra como principal recurso cotidiano a automedicação (19) .…”

Análise Epidemiológica Da Quantidade De Óbitos Por Acidentes De Trabalho De 2010 a 2018: Uma Observação a Nível Local E Regional

“…A hiperutilização dos serviços da ESF, é frequentemente um comportamento individual diante de uma autopercepção sobre determinada necessidade de assistência à saúde (LOPES, 2012). Que pode estar relacionada pelo próprio efeito do modelo biomédico, o qual introduz no processo do cuidado uma incessante busca por formas modernas de diagnóstico, além da influência da indústria farmacêutica para a prescrição e consumo de novos medicamentos (SILVA; CANAVÊZ, 2017).…”