Artigo recebido em 3 de maio de 2016, versão final aceita em 14 de setembro de 2016.
RESUMO:Disputas em torno de três grandes projetos de desenvolvimento em curso no litoral sul do Espírito Santo, Brasil, e três comunidades de pescadores artesanais são o tema de pesquisa de que trata este artigo. Baseado em trabalho ainda em andamento, propõe-se o conceito de conflito ambiental para analisar essas disputas e suas decorrências, interpretando-o como categoria híbrida de sociedade e natureza e buscando reforçar sua carga cosmopolítica. A partir dessa perspectiva, sugere-se um quadro analítico que considera a crítica como manifestações enraizadas no contexto social e que se baseiam em sentimentos de justiça/injustiça. Após análise preliminar de informações obtidas em pesquisa de campo, verifica-se que os sentimentos de justiça/injustiça que estão na base da crítica social se constroem a partir da (e na) relação sociedade-natureza, configurando uma diversidade de concepções de justiça que não pode ser reduzida às concepções de justiça como bem comum, ou como uma noção de justiça que se impõe ao conjunto da sociedade como forma capaz de solucionar conflitos. Ao contrário, a copresença problemática de práticas permite sugerir a noção de cosmojustiça para expressar a diversidade irredutível de sentimentos de justiça/injustiça na realidade estudada.Palavras-chave: crítica; conflito ambiental; injustiça; cosmopolítica.ABSTRACT: Disputes around three large development projects in the south coast of Espirito Santo, Brazil, and three communities of artisanal fishermen are the object of research in this article. Based on work in progress, we proposed the concept of environmental conflict to analyze these disputes and its consequences, interpreted as a hybrid category of society and nature, and seeking to strengthen its cosmopolitics charge. From this perspective, it is Vol. 39, dezembro 2016.