“…Com isso, não é nossa intenção corroborar as correlações imediatas entre pobreza, crime e violência. Queremos chamar a atenção para como tal precariedade tem estatuto não apenas econômico, mas também político, de negação do "direito a ter direitos" (Côrtes, 2005;Feltran, 2014). Aquilo que tendemos a enxergar como crise de um ideal democrático nunca consolidado não se situa num vazio, mas produz tramas (Tsing, 2020), alianças, coletivos diversos e até mesmo "ligações perigosas", muitas delas agonísticas, mas que reagem ao mundo no qual se constituem (Côrtes, 2005;Misse, 1997).…”