RESUMO: Referenciado na Teoria das Representações Sociais, este trabalho objetivou investigar as representações sociais de ciganos entre não ciganos, bem como a dimensão afetiva a elas associada. Participaram do estudo, desenvolvido em duas etapas, universitários de instituições públicas e privadas da Grande Vitória-ES. No primeiro estudo (E1), os participantes responderam a um questionário estruturado (n=108), composto pelos seguintes núcleos de informação: evocações livres referentes ao termo 'ciganos', campo afetivo relacionado ao objeto de representação, níveis de contato com ciganos e dados socioeconômicos; e no segundo estudo (E2) foram realizadas entrevistas (n=09) com questões exploratórias acerca do conhecimento dos participantes sobre os ciganos, dos sentimentos a eles associados e das experiências de contato com este grupo étnico. Os dados de E1 foram tratados por meio do software SPAD-T, cuja análise indicou a formação de três clusters de sujeitos a partir da dimensão afetiva investigada: 'sentimentos positivos' (n=18), 'sentimentos negativos' (n=27) e 'ambíguos' (n=63). Na segunda etapa, foram entrevistados os sujeitos do cluster 'sentimentos positivos', e o tratamento dos dados foi realizado através do software ALCESTE e da Análise de Conteúdo. Os resultados permitem discutir que os indivíduos apresentaram variações nas representações acerca do objeto social 'ciganos'. A formação do campo representacional e de sua dimensão afetiva estiveram apoiados na imagem dos ciganos (a) como povo alegre, da dança e de roupas coloridas, que desperta sentimentos de curiosidade, encantamento e admiração, mas também (b) de um grupo que rouba e trapaceia, provocando insegurança, medo e mal-estar entre os não ciganos.